11 setembro 2013

Ele deleita-se em seu leito, na calma noite, solidão.
Ela afaga a saudade em lágrimas livre, no chão.
O cruzamento de seus olhos, no imaginário verso eles são.
Amantes deles dois, guardando amor em sua razão.
Suspiro, esperam a noite lhes tocar na união.
Agora presos andam, livremente em um único coração.

05 setembro 2013

Afundo-me na água. A calma preenche-me por completo, preenche meu corpo, a alma. A água calma, mansa, amansa a imensidão escura do espírito, clareia, leva luz ao sorriso.
As lágrimas misturam-se consigo mesmas, enchendo a água clara. Os braços cobertos e livres, uma liberdade presa ao meio. Sinto-me mais livre que em terra firme, flutuo e voo sem o ar. Talvez voe em outro lugar no mesmo momento em que mergulho. O mergulho no espelho... sem ar.
Olho o reflexo. Redondo, azul. Nado pelo universo, mas o universo é água? Através do espelho vejo-me afundando em algo parecido com a piscina de casa. Onde estou afinal? Afundo em minha mente.
Uma porta se abre, e caio no abismo, caio em Deus. Mas se Deus está no espaço entre alguém, caio no espaço? Perco-me assim, sem nada mais dizer. O limbo parece preenchido do nada, transbordando no todo, engolindo. Engulo minha mente e livro-me da dor. Torno-me ignorante. Mais dor. Prefiro a dor do pensar mais, e não viver da feliz fantasia da ignorância.
Mergulho n'água, quiçá acorde em minha cama.

03 setembro 2013