26 janeiro 2012

Não sei ao certo o que se passa no momento, minha cabeça não está aqui realmente. Um turbilhão de imagens e sensações... e meu estômago  revira em um só nó.
Pesadelo...
Amanhã eu sei que passará, em um amanhã distante talvez. Passou, quem sabe, ou só nós sabemos. Talvez eu não saiba, ou só tenha medo de acordar, e perceber que é real.

18 janeiro 2012

Querido
Ouça se puder
Ela te espera no mesmo
Lugar que sempre esperou
Não diga
Nada
Nem ouse duvidar de toda
A verdade que escapou

Ela virou
Na esquina da farsa
Enquanto ele
Dobrava a poesia
Foi então que
Os dois se cruzaram
No semáforo
Da melodia

O que quis
Dizer
Quando caminhou
Somente para espairecer?
Suas pernas
Levaram a um só lugar
Apesar de não entender
Seus olhos puderam lhe avisar

15 janeiro 2012

Os lábios que
Tocaram meus olhos
Encontraram minha boca
E o sorriso fez
Com que passasse
Todo ressentimento que
Não pertencia a ninguém
E o vento soprou
Na sombra de alguém

Então me diga
Que tudo passará
Num passe
No tempo que passei
Perdida no passado
Presente, decorrente
De um tempo tão errante
No leito que eu não queria
Estar sozinha
Sonhando com o que passou

Já dirá que viu
Um sonho bom
Visto pelos olhos de
Quem sonhou
Com as fantasias
De te ter nos braços
Acalmando o coração
Acelerado

14 janeiro 2012


- Romeu, Romeu. Por que tu Romeu; recusa teu nome e renega teu pai; ou se preferir abandonarei minha família para viver eternamente contigo. Mas afinal, o que é um Capuleto? Não é mão, nem pé, nem braço, nem outra parte do corpo.
A flor que chamamos de rosa se outro nome tivesse, ainda teria o mesmo perfume; assim é você Romeu, se outro nome tivesse, ainda sim teria a mesma perfeição que tens agora.
- Chama-me somente de amor - diz Romeu - e serei novamente batizado, e jamais serei Romeu outra vez.

12 janeiro 2012

Suas mãos pairavam no ar, sem se tocar... seus olhos nem piscavam. As palavras, nenhuma era ouvida.
Um sorriso era esboçado em um dos lábios. No outro, lágrimas atravessavam, as quais caiam dos olhos de alguém. E assim continuaram, sem perceber o passar do tempo, já que o tempo para ele também havia parado.

09 janeiro 2012

Se os dedos dedilham a procura de outros que completam a melodia. Se os olhos observam a procura de outros que completam a paisagem. Se os pés caminham a procura de outros que completam a estrada.
Se tudo seguisse em direção a se completar o universo...

Paciência (Lenine)

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede 
Um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo 
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo 
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para...

02 janeiro 2012

Mágoa? Nenhuma. Receio? Nenhum. Rancor? Desconheço.
Não absorvi absolutamente nada de ruim... e agradeço por isso. Na realidade agradeço a cada minuto que passou, mas como eu mesma disse... passou.
Um "nós" foi embora, e ficou só "eu e você", duas palavras distintas, cada um para o seu canto. Talvez a gente se cruze por aí, quem sabe... talvez tenha sido mesmo isso. Só digo que tudo que passou ficou aqui na lembrança, e muito boa por sinal.

01 janeiro 2012

Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipocas, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinho, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais.
 Experimentar mais. Quero menos "mas". Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

Fernando Pessoa