24 maio 2013

Bom, agora já não sei de nada
Diga qualquer coisa pra ficar
Mais uma vez
Não encontro tal palavra
Que expresse o anonimato
E embriaguez
Não quero saber de ostracismo
Para o meu lado, é 
Minha chance de viver
Há quem diga tudo e não
Se importe muito menos
De nada dizer

Por que?
As coisas voam
E agora não se sabe mais

Falta coragem nesse mundo
Que se esconde atrás de todo
Corpo que mantém em pé
O tempo passa e ninguém
Mexe um dedo pra mudar
O que já é
Você me diz palavras belas
Quero ver fazer melhor
Quando se esgotar
O aconchego da sua casa
É muito bom para
A cara não mostrar

Será?
As coisas voam
E agora não se sabe mais

E esse sorriso é o que falta
Para completar mais um dia
De cansaço
Laço forte e o medo que se
Perde quando sentem
Um abraço
A cama chama e vem até
O passo que se perde
Num tropeço nesse chão
Nada é por acaso penso
Eu quando crio
Uma canção

23 maio 2013

Viver no anonimato, talvez essa seja a sina que acompanha os meros mortais.
Olha-se no espelho e vê a mesma coisa de sempre, já se acostumou com essa visão, afinal todos os dias se depara com a mesma. Mudar o que? Não sei muito bem se está satisfeita, mas nada pode fazer. Está condenada a essa aparência. Produzo minhas coisas com destino a mim mesma. Não almejo sucesso. Mas quem de fato é essa pessoa que julgo ser eu? Quem sou eu afinal? As pessoas têm um propósito, mas e quanto a mim?
Lá estava, sentada, apenas observando as outras pessoas passando. Cada qual com sua vida, cada qual com o seu sonho, cada qual com seu caminho. E ali ficou, e se questionou; e ela? Não encontrou muitas respostas.
Escrevo palavras que não julgo de péssima qualidade, mas me acanho ao mostrar ao mundo. Não necessito mostrar ao mundo. Há tanta competição, há competência, fico aqui no anonimato. Talvez eu seja uma anônima da vida, aqui em um canto qualquer. Não me preocupo, criei um certo conforto. Não almejo o centro das atenções, quero apenas aquilo que me dá prazer.
As pessoas têm problemas, todo mundo tem o seu. Quantos problemas coletivos e nenhuma solução, todos são covardes para tentar algo. Conformismo me irrita. E percebo que com o externo me revolto, mas quanto ao mais próximo possível - o eu - me conformo com pouco.
Queria ficar ali mais um pouco, consigo mesma. Era sua melhor companhia, quem mais lhe julgava, e quem menos lhe entendia.

21 maio 2013

Solidão, não viva só
Envolta em si mesma
Não se feche
Abra-se, abrace e me beije
Posso lhe contar histórias
Em sua companhia
E apenas a ti
Sou sua, sólida e sóbria
Somente agora e nada mais
Dar-te-ei o que procura
Nada
Apenas cá me vejo nua
Na sua ausência
Que se faz presente
Para presentear-me
Com si só
Cá estou em minha companhia
E sua
Minha solidão

20 maio 2013

Apenas deite ao meu lado, deleite-se de meu fôlego. Dispo-me de todo pudor que possa se fazer presente - cá estou - envolta por seu olhar que me transporta para a realidade. Às vezes pego-me sonhando se tudo é verdade, e sinto o alívio e a surpresa de perceber a veracidade dos fatos. Agradeço por seus braços me abraçando, e o aconchego desse abraço coberto pelo edredom. Apenas deite ao meu lado e permaneça por hora... e que a hora pare para nós, para aproveitarmos esse instante congelado.
Fé, a fé é de todo subjetiva, cada qual tem a sua. E onde se encaixa a religião? Confesso um certo preconceito com algumas doutrinas e constituições como a igreja. Não sou de todo cética, mas acabo utilizando muito mais a minha racionalidade nesse assunto. Fui educada a questionar e não aceitar tudo como uma verdade absoluta, e confesso um certo desconforto em missas e cultos. Sinto-me mal, um certo mal estar. Acredito em Deus - da minha maneira, mas acredito - mas acho que de uma certa forma o temo. Não sei muito bem como explicar, mas temo.
Ao mesmo tempo em que não concordo com muita coisa, afirmo que a religião é um grande instrumento social e cultural, afinal uma comunidade se une pela mesma, ela inspirou a arte e a arquitetura. A bíblia, por exemplo, é um documento histórico, recheado de metáforas. É linda, de fato, mas está preenchida pela visão da fé de várias pessoas, então não necessariamente o que está ali escrito aconteceu dessa maneira. Onde a ciência não alcança, entra a religião. Temos a necessidade de ter resposta para as coisas, mas nem tudo de fato é certo. Assim, onde a ciência não alcança e não temos ideia do que existe, a religião entra como instrumento de "verdade". Temos medo do que não conhecemos, e temos explicações para não temermos esse universo desconhecido, mesmo que essas afirmações não sejam certas.
A fé é particular, e na minha humilde opinião, essencial. É uma forma de acreditarmos na razão de estarmos vivos. Somos energia, pura energia, em contato com outras energias e com uma extremamente intensa, a qual considero Deus. É amor, é paz, é conexão. É como se estivesse no espaço entre cada um de nós. Talvez, quem sabe. É no que eu acredito...

17 maio 2013

Era um quarto
Molhado de desejo
O silêncio rasgado pelo afeto
O som abafado pelos beijos
E a pele coberta por ela mesma

Era um quarto
Bagunçado de aconchego
O espaço coberto pelos risos
Os olhos cheios de alegria
A alegria transbordando carinho

Era um quarto
À prova de tristeza
O colchão ocupado pelo abraço
O ombro ocupado pelos cabelos
E os cabelos ocupados pelas mãos

Era um quarto
Abrigando uma viagem
Corações abrigando um ao outro
Conversas abrigando o mundo
Um mundo criado em um cômodo

Era um quarto
Em uma tarde da semana
A hora corre solta
A noite leva embora
Restando uma lembrança amorosa

13 maio 2013

L'amour est bleu

Qual é a face de um criminoso? Existem assassinos... e assassinos.
Somos bombardeados todos os dias de crimes decorrentes do cotidiano. Vemos em jornais e telejornais, imagens e notícias sobre tráfico, roubo, sequestro, estupro, assassinato. Sentimo-nos aliviados quando vemos a ameaça atrás das grades - marginais, dissimulados. Sentimo-nos protegidos. Se você rouba, deve ser julgado, afinal você infringiu a lei. Se você mata, deve ser julgado, afinal infringiu a lei. Então, bem... a justiça é feita, de certo, não? Nossos protetores estão efetuando seu trabalho.
Não agrida um policial, afinal, isso é desacato à autoridade, muito bem. Mas e se ocorrer o contrário, e o senhor policial é quem se torna o agressor? Bem, isso é outra história. Peguemos um exemplo muito claro: ditadura. Civis sendo agredidos, torturados e mortos por oficiais. Em todo caso, esses oficiais são considerados assassinos? De maneira alguma, afinal eles só estavam exercendo seu trabalho. Guerras. Homens invadindo um país e destruindo não só o exército rival. Voltando ao seu país, responsáveis pelas vidas tiradas de inocentes, e sendo recebidos como heróis. Talvez alguma coisa esteja errada. Crianças, adultos e idosos na rua, desolados. Sem comida, sem abrigo, morrendo. Assassinados por quem deveria protege-los.
Talvez os verdadeiros criminosos sejam aqueles que veneramos e escolhemos por acreditar que os mesmos estarão nos proporcionando bem estar e proteção. Marginais e dissimulados são fruto dessa podridão. A loucura é contagiosa. O ser humano não se diferencia dos outros animais pela racionalidade, e sim por ser mais primitivo que qualquer ser vivo do planeta.

11 maio 2013

Já não conseguíamos mais lembrar o porquê de estarmos ali. O navio era arremessado de um lado ao outro pelas violentas ondas daquele mar negro. A noite era fria e tínhamos pouca iluminação, a comida estava no fim, e o cheiro de algo podre infestava o ar, se mesclando com aquele suor fétido dos outros tripulantes. Vinte homens sem saber o que fazer, o que não poderia de maneira alguma acalmar a única mulher que embarcara numa aventura sem medir as consequências.
Há quantos dias o navio zarpara? Já não tinha mais noção do tempo, encontrava-me faminta e enjoada, a ponto de vomitar. Meu estômago já não aguentava mais a tudo aquilo, era como se matar aos poucos, da maneira mais dolorosa possível. Sentia o medo invadindo meu ser - na verdade, todos os medos possíveis. O de não voltar, o de ser descoberta, o de apodrecer bem ali, enquanto minha carne era devorada pelos abutres, ou até mesmo pelos outros tripulantes. Nunca tive medo da morte, mas talvez seja porque nunca de fato tinha estado tão perto da mesma. A cada dia que passava, sentia-lhe mais próxima, o que aumentava o número de calafrios depositado em mim.
No céu não haviam estrelas, apenas nuvens negras carregadas de uma tempestade. Apesar de não demonstrar, ninguém tinha mais esperança alguma, o que me preocupava cada vez mais. Continuávamos ali, tentando inutilmente sair daquela situação. Meu corpo já não resistia, e a cada onda, era jogada a dez metros de onde eu me encontrava. Minhas pernas já não aguentavam, meus braços já não tinham força, meus olhos já não se abriam. Senti o chão longe dos meus pés, e de repente se fez o silêncio. Tudo ficou escuro.

07 maio 2013

06 maio 2013

Ela foi embora, não podia mais morar com ele. Não aguentava passar as noites sozinha enquanto o mesmo tinha a companhia da bebida em um bar qualquer. Partiu sem olhar para trás. Ele ficou desolado.
Poemas mal escritos e declarações infantis chegavam a sua porta. Ele mandava todos os dias. Ela não respondia. Ele deixou a barba crescer, parou de beber, mas agora tinha dois novos vícios: fumar e escrever. Só escrevia para ela, aperfeiçoando-se cada vez mais.
Ela marcava alguns encontros, mas nenhum que tivesse realmente gostado. Todos os homens pareciam limpos demais, contidos demais, educados demais. Descobriu que preferia os sujos, os rudes, os ébrios. Preferia-o a qualquer outro.
Maços de cigarro acabavam como água, mas a procura por palavras belas para trazê-la de volta continuava. Não comia, não dormia. Ouviu um barulho na cozinha, e pela primeira vez em semanas saiu do quarto. Adentrou no local e a viu sentada, tomando um copo de uísque. Ela nunca gostou de uísque, ele nunca gostou de romance.
- Eu te amo. - ele disse dando de ombros.
Ela virou o copo e em seguida caminhou tranquilamente, passando por ele e entrando no quarto. Ele foi logo em seguida.
Encontrava-se ali, sentada na sala. Já era noite e todos deveriam estar fazendo algo mais importante que sentar e conversar. As luzes dos quartos estavam acesas, o que diminua o breu em que a sala se encontrava. Levantou-se e foi até a porta que separava esse cômodo dos outros. Algo diferente aparecia, não existia o corredor que levava aos quartos, e sim uma escada que descia a algum lugar desconhecido. Consumida por uma imensa curiosidade, atravessou a porta e adentrou o estranho local. As escadas pareciam intermináveis e tudo que se fazia presente era a escuridão. Os degraus finalmente haviam acabado, uma fina camada de claridade adentrava o local, que se mostrava demasiadamente grande. Silhuetas manchavam o que deveria ser uma sala, com móveis cobertos por lençóis para que a poeira presente não se apoderasse dos mesmos. Automaticamente puxou um lençol. O espanto se fez ao ver o brilho emanado. Tinha diante de si uma mesa de puro ouro. Passou a puxar os outros lençóis e espantou-se ao perceber que todos os móveis eram feitos de ouro. Ficou admirando por um tempo que pareceu interminável, até ser subitamente acordada de seus devaneios por um barulho. Virou-se para trás e teve a certeza de ter visto um vulto de algo... ou alguém. Outra vez. Seguia-o com os olhos rápidos pelas paredes, até virar-se novamente para trás e...
Acordara. Mais um sonho como outro qualquer. Aquele cômodo imaginário lhe causara um estranho sentimento de medo, mas nada fora do comum para um pesadelo. O dia se seguiu normalmente.
Encontrava-se novamente naquela sala sombria, os móveis novamente cobertos com o lençol. Como havia chegado até ali novamente? Não se lembrava de ter estado sentada na sala de sua tia como da outra vez, nem da escada que desceu. Apenas estava ali, novamente, instantaneamente. Como da outra vez puxou os lençóis dos móveis, e mais uma vez o ouro brilhava. Um vulto passou, como antes, e quando se virou para trás...
Deu um pulo da cama, era a segunda vez que tinha o mesmo sonho, e acordava exatamente na mesma parte. Seguiram-se dias com outros sonhos, mas em algumas noites estava novamente ali, no salão com móveis de ouro, e o sentimento de medo mais uma vez invadia-lhe.
Caminhava tranquilamente pelo mercado, o celular tocou. Ao ouvir a voz do outro lado da linha, um calafrio percorreu todo seu corpo. Uma voz, estranhamente robótica, falava com tranquilidade: - o homem de moletom vai sacar uma arma em exatamente 4 minutos. Saia daí. - ela ignorou o aviso, mas olhou para o relógio. Quatro minutos se passaram e a cena descrita pela estranha voz aconteceu. O homem com o moletom sacou uma arma aterrorizando o mercado inteiro. Saiu correndo do local, dando de frente com uma avenida conhecida por ela, mas estranhamente modificada. No lugar onde deveriam estar prédios, era vista uma praia. Aquilo não poderia ser real. Ignorou um pouco esse fato e continuou andando para algum lugar que não sabia. Seu celular tocou. Era novamente a voz, dizendo-lhe para seguir a avenida e de maneira alguma mudar o caminho. Não se atreveu a contrariar o estranho do outro lado da linha, seguindo a risca todas as ordens enviadas. Durante seu trajeto encontrava alguns conhecidos, que se juntavam à garota e por algum motivo se separavam misteriosamente. Seguia todas as instruções, e quando de alguma maneira desobedecia, haviam consequências. Ao mesmo tempo que se sentia apreensiva ao estranho da voz, sentia-se protegida. Chegou ao seu destino.
Um portão velho, com uma pequena trilha que descia, rodeada de um cemitério em ruínas, comido pela natureza local. O barulho do celular. - Alô? - Siga a trilha - Por que? - Não se sinta ameaçada, pode seguir a trilha. - Aceitou a ordem e seguiu automaticamente a trilha até parar de frente a uma imensa porta. A construção era gigantesca, uma mansão devorada pelo tempo, mas ainda sim magnífica. Bateu uma, duas, três vezes e não foi atendida. Adentrou sem consentimento nenhum o local. Espanto! A única palavra que descrevia bem a situação. De frente para si estava o cômodo de seus outros sonhos, exatamente igual. Os lençóis cobriam os móveis, a fina camada de luz que adentrava o local. Sentiu ser consumida pelo mesmo medo que outrora sentiu, mas agora bem mais acentuado. Puxou os lençóis revelando todo ouro coberto, e avistou mais uma vez o vulto. Virou-se para trás esperando acordar em sua cama, mas aterrorizada percebeu que continuava ali naquele aposento. O vulto rapidamente sumiu escada acima, e ainda desconcertada, seguiu-lhe. Encontrava-se parada no andar de cima, de frente a um imenso corredor coberto de portas fechadas. Apenas uma se encontrava aberta. Apreensiva, seguiu até a mesma e adentrou o aposento. Tinha diante de si uma espécie de escritório, decorado de maneira fúnebre. Virou-se para a mesa do local, com a cadeira atrás da mesma virada de costas para ela, em direção a parede. - Que bom que veio. - a voz era conhecida, e instantaneamente um pavor que nunca sentiu antes lhe invadiu. - O que você quer de mim? - a garota gritava. Pôde ser visto os dois braços do estranho se apoiando na poltrona, revelando as mangas do paletó e suas luvas. Preparava-se para virar em direção da garota, e quando o fez...
Estava em sua cama, novamente. O medo tomava conta de todo seu ser. Tinha consciência de que era apenas um sonho, mas por que o mesmo a seguia noites a dentro? Torcia internamente para não o ter novamente e assim se seguiu... por um tempo.
Mercado. Tinha a estranha sensação de já ter estado ali antes. Seu celular tocou. Aquela voz... não, de novo aquela mesma voz, não. Como no outro sonho, lhe dava as mesmas instruções, mas dessa vez, fez do seu jeito. Ignorou todas as ordens impostas e mesmo que passasse por apuros, era muito melhor que dar de cara novamente com aquele lugar. Seguiu um caminho totalmente oposto ao que era dito, e se espantou ao perceber que estava diante do mesmo portão, de alguma maneira - M-mas co-como? - seus olhos arregalados, suas mãos tremiam, por que ali? O celular mais uma vez tocou. - A-alô? - Siga a trilha - Não! - Siga a trilha, estará segura, aí é perigoso - Não! Aqui é muito mais seguro - Vão atrás de você - Não vou entrar - Entre - Não! - Entre- Não!. - Fechou os olhos com força, como se dessa maneira pudesse acordar desse pesadelo. O medo lhe tomava por inteira. Queria sair de lá. Queria ao menos acordar. Queria...
Abriu os olhos, sentiu-se coberta pelo edredom, sentiu sua cabeça apoiada no travesseiro.

02 maio 2013

E toda beleza da vida? Como é doce o silêncio. Palavras mansas e tom ameno e paz para ser sentida. Desejamos o que nos faz bem, afinal a dor nunca é uma amiga. Minto, a dor talvez seja necessária ser feita, para lembrarmos que somos humanos e não somos perfeitos. De que vale a perfeição? A perfeição é fria, está petrificada. Gosto do imperfeito, gosto do calor. Calafrios percorrem a todo momento a todos, e estamos aqui rodeados de nós mesmos. Tenho esses sonhos com lembranças das quais não lembro, ou talvez apenas imagine o que de fato acontece. E se essas palavras estão jogadas e sem nexo? Qual o problema disso tudo? Seguir em linha reta é de fato enfadonho, desenhe-se com rabiscos e relevos.
Escolha sua estrada e a siga até onde puder. Escolhemos o tempo todo e somos bombardeados com as escolhas de todos a todo momento. Essa liberdade condicionada e de acordo com o que se segue. Prisioneira de mim.
Melodia se faz presente em meus momentos. Melodias e poesias, perco-me no meu mundo, na segurança do meu quarto, na liberdade das palavras, no poder do pensar, na força do sentir. Pele, cheiro, gosto, perfume, luz. Meu coração bate, os neurônios recebem sua corrente elétrica, o ar entra, o ar sai. Sorrio para ti, quero sentir seu gosto. Sinto a brisa pela janela, vejo uma pequena porcentagem do céu. Qual a vantagem de estar em um quarto escrevendo sobre nada? Ninguém percebe a mais nada, vivem presos no automático,  automaticamente vivendo suas vidas. O tempo passa. Ele não volta. O relógio continua marcando as horas, e as pessoas continuam existindo. Velo suas engrenagens. Não se sabe mais o valor de viver, muito menos o valor de morrer.
Necessito da paz em sua plenitude. Aqui jaz uma mente em paz e um coração amado. E dando meu aval, finalizo.