23 agosto 2012

Pois bem
Talvez eu tenha visto o passar do tempo que correu de vista
De mim
Talvez
A tarde corra junto com alguém que se despede sem saber
Porque se despediu assim correndo
Não sei
Se tudo que me contam sobre tudo que se passa nessa tal de mídia
Vale
Pra mim
É tudo baboseira que eles querem que acredite e que a gente
Acredita sem pensar

Mas mudando de assunto
Como vai a vida
Já se vive bem sem falar de tudo que a gente sabe
Dessa coisa que eles chamam de amor
E que não sei se vale todo tempo
Já pensou

Será
Que as coisas são tão passageiras como todo mundo acredita
Ser
Um sonho
Um sonho que se sonha e que o mundo inteiro sonha quando
Está acordado
Será o mesmo sonho que eu sonho quando estou sozinha
O fechar
Dos olhos de alguém que sente o que sinto ao mesmo tempo que
O pensamento já funciona
De forma com que tudo se embaralhe

22 agosto 2012

Quem sabe... a gente nunca sabe. Será que um dia, talvez? Pois é, talvez a gente saiba até lá... não sei, não costumo pensar sobre o assunto... não consigo mentir, não? Eu penso sobre tudo, o tempo todo. Sobre a vida? Sobre a morte? Sobre os sonhos? Talvez sobre o futuro... é, o futuro é uma boa coisa para se pensar. Sobre o meu futuro. O meu e comigo apenas.
Não planejo o futuro. Uma pena, eu poderia fazer isso, mas talvez eu ainda não saiba. Nunca sei de nada, acho que não quero saber. A única certeza que tenho é que é muito longe... e que não será mais visto... quem sabe... a gente nunca sabe o que vem por aí. Um plano para o futuro? Quem sabe um café...

20 agosto 2012

Vossos filhos não são vossos filhos
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vem através de vós, mas não de vós
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorga-lhe vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas
Pois suas almas moram na mansão do amanhã
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais os vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda sua força
Para que suas flechas se protejam, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Gibran Khalil Gibran

19 agosto 2012

Quando nos apaixonamos é como uma insanidade temporária. Irrompe como um terremoto e depois abranda. E, quando abranda, temos que tomar uma decisão. Temos que decidir se nossas raízes estão entrelaçadas ao ponto de ser inconcebível conseguirmos partir. Porque o amor é isto... o amor não é a falta de ar... a emoção. Não é desejo de acasalar a cada segundo do dia. Não é ficar acordado toda noite e imaginá-lo beijando-te todo o corpo. Não. Isso é paixão... o que qualquer um de nós pode se convencer que está. O verdadeiro amor é o que resta quando a paixão se esvai. Não parece muito empolgante...

Do filme: Capitão Corelli

17 agosto 2012

16 agosto 2012

Eu estava sentada bem ali naquele banco com a nossa galera, sabe? Eles estavam rindo, e nós nos divertíamos cada vez mais. Que horas eram? Não me pergunte, não sei, mas acho que já se passava das oito e meia da noite. Foi aí que você apareceu, de novo. Quanto tempo eu não te via? Um mês talvez, só sei que você se juntou a nós, entrou na conversa, e, como se fosse a primeira vez, me olhou. Se quer saber, eu também te olhei, de novo. Talvez eu nunca tivesse parado de te olhar, mas naquele momento, os dois se olharam.
Não sei bem de quem foi a ideia de sair correndo de lá, mas ver seu sorriso de novo valeu todo o cansaço. Onde você foi? Se escondeu atrás de uma árvore qualquer ali da praça, mas nisso já se passava das dez da noite. Eu ria ao te procurar, e você me abraçava por trás. Senti seus beijos pela última vez, e em seguida você acendeu seu cigarro. Seus olhos me olharam mais uma vez, de um jeito diferente, com malícia. A cada trago sua feição envelhecia. Seus cabelos se tornaram levemente grisalhos, você engordou, seu rosto fechou. Me deparava com um homem de meia idade rabugento, inconveniente, chato. Você se tornara insuportável, e o cheiro do cigarro impregnava minhas narinas, e eu espirrava cada vez mais. Você se aproximou de mim, e eu me distanciei, com medo. Não sei o que perdi, mas senti você avançar ao mesmo tempo que lhe despejava um tapa. Sua feição mudou, você estava irritado. Segurou com força meu braço, enquanto eu chamava teu nome, mas você não respondia. Fugi. Fugi de você dessa vez.
Como o tempo corre, perdi todos os ônibus, não tinha dinheiro, corria pela cidade sozinha. Não te vi mais, chorava, o telefone não funcionava, não havia pessoas na rua. Em um banco virado para o rio, vi duas silhuetas. Era um casal. Era você... e mais alguém. E vocês sorriam, e se divertiam, e se olhavam. Talvez eu tenha ficado segundos assistindo tal cena, mas pareceram horas. Foi então que você virou, e olhou para mim. E você envelheceu novamente, e um sorriso seco tomou seus lábios, antes de fecharem em volta do cigarro mais uma vez. E ela envelheceu. E bebia loucamente uma garrafa de uísque enquanto gargalhava pelo meu choque. E vocês se olharam e mais uma vez ficaram jovens. E me olhavam, e eram velhos. Acho que minha cabeça rodou, mas enquanto ouvia as risadas, minha visão ficou embaçada, e perdi o chão.
Eu estava sentada bem ali naquele banco com a nossa galera sabe?  Eles estavam rindo, e nós nos divertíamos cada vez mais. Que horas eram? Não me pergunte, não sei, mas acho que já se passava das oito e meia da noite. Foi aí que você apareceu, de novo. Você chegou, me olhou, e eu te olhei. Você virou, e foi embora.

12 agosto 2012

PAI

Só queria deixar
Marcado nesse
Momento o quanto é
Grande o meu
Amor por você.
Só gostaria de deixar
Claro que minha admiração e
Meu carinho são inteiramente
Seus.
Sou grata a você por muitas e
Muitas coisas, meu grande herói,
Meu grande amigo, meu pai
Querido.
Amo-te muito, amo-te demais.
Você é o melhor pai
Que existe.
Não troco por nada nesse mundo
Inteiro.
Te amo te amo te amo te amo...
E mais uma coisa
Te amo mais um pouco.

10 agosto 2012

09 agosto 2012

É O QUE ME INTERESSA

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

As vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
As vezes eu pressinto e como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

07 agosto 2012

Talvez a sociedade se encontre em um momento onde uma grande parte é individualista. No todo, é possível afirmar que todos nós somos individualistas em certos aspectos, mas o que é posto em questão é mais uma espécie de egoísmo do que o individualismo propriamente dito. Vivemos em sociedade, o que de uma certa forma, na teoria, as ações, e pensamentos servem para ajudar no comunitário, em um todo. Na prática isso não é visto, pois cada um possui seu próprio interesse para com ele mesmo, e o conjunto fica em segundo plano. Não digo que isso é errado, nos moldes e padrões da sociedade de hoje, é até necessária essa dose de maior preocupação consigo mesmo do que com o resto da população. Mas esse egoísmo excessivo que é observado na grande maioria resulta em uma série de problemas sociais.
Podemos observar uma grande parte da sociedade marginalizada, com uma série de dificuldades que se deixássemos de pensar tanto apenas nos nossos próprios umbigos, poderia estar em uma escala menor. O ser humano deixou de ser "humano". Será que algum dia essas pessoas deixarão de ser consideradas lixo? Debatendo sobre o assunto com uma amiga, chegamos a conclusão de que no momento não podemos fazer nada, não temos poder de influência para isso, mas gostaríamos de acreditar que aqui a algum tempo conseguiremos mudar alguns desses quadros, e que as pessoas comecem a pensar mais no todo do que só nelas mesmas. Que elas se tornem mais humanas.
Engraçado, será que o nome dado à esse termo "humanitário" cabe a tal denominação? Visto que o ser humano é culpado por uma série de problemas causados na sociedade - não me esqueço dos avanços, mas esses no  momento são dispensáveis - será que é certo utilizar do humano como exemplo de ser coletivo? Mesmo com todo o individualismo visto? Não sei se concordo com isso, mas isso no momento não vem ao caso - só quis apontar um ponto que acho curioso.
Voltando ao assunto inicial, não acredito que pensar em si mesmo seja errado. Mas acredito que pensar APENAS em si mesmo, aí tem problemas, uma série de problemas. Primeiro, porque como já disse e repetidas vezes, a GRANDE MAIORIA - já que não posso generalizar e dizer todos - são assim, vivem alienados em seu próprio universo sem discutir, sem se mexer, sem fazer nada de produtivo para ajudar seus semelhantes. Vivem como amebas condicionadas a servir apenas seus próprios interesses, e o resto que se vire, é cada um por si. Esse aspecto é um tanto quanto selvagem. Minto, selvagem não, já que no reino animal, muitos deles conseguem se organizar em grupos para se ajudarem. Tribos indígenas tem sua comunidade organizada de maneira a beneficiar a todos.
Essa grande diferença realmente acontece com o homem "civilizado", então será que somos tão civilizados assim? Esse é o preço que pagamos por viver nessa sociedade alienada que serve uma pequena minoria com uma grande concentração de poder, enquanto a maioria fica a pegar as migalhas.   

06 agosto 2012

Querido, ouça o que eu tenho pra dizer
Não é de hoje que a gente não consegue se entender
As coisas não tão fáceis, eu tenho noção
Mas você não me escuta, e eu só escuto o barulho do portão
Não te vejo mais em casa, não dorme mais na cama
Saiu de madrugada, e o meu medo é que tenha ido em cana
De novo
Já disse várias vezes sobre sua sensatez
Mas você não me escuta, fecha a porta e vai embora outra vez
Desse jeito a bebida não dura nem um mês
Na semana que passou nem me lembro de conversa
Fumei todos os maços, é sua vez, mas me deixe a porta aberta
Para a fumaça sair

Não abuse mais um pouco, já estou quase no fim
Se eu gritar mais uma vez, você nunca mais vai precisar de mim
Ou eu que não vou mais aturar
Você já ultrapassou todos os limites que existem
Não sei como ainda insiste
Não sei nem como eu insisto ainda

Querido, ouça o que eu tenho pra dizer
Sei que não tá fácil, mas quero me entender com você
Não se feche desse jeito, não me largue aqui sozinha
Quem quis morar comigo? Lembre dos sonhos que a gente tinha
Tente ao menos andar na linha
Tanta coisa já vivemos, tanta coisa já passou
Lembra das nossas tardes de sexo, drogas, rock'n roll
Meu último cigarro ainda não acabou

Não abuse mais um pouco, já estou quase no fim
Se eu gritar mais uma vez, você nunca mais vai precisar de mim
Ou eu que não vou mais aturar
Você já ultrapassou todos os limites que existem
Não sei como ainda insiste
Não sei nem como eu insisto ainda

04 agosto 2012

Talvez os Olhos não pisquem mais. Vai ver cansaram de perder o que se passa quando se fecham. Decidiram então nunca mais dormir, e assistir a tudo que acontecia a todo momento, e ficaram estáticos e em silêncio.
A Boca não parava nunca mais de tagarelar, havia se cansado de ficar fechada em algumas horas, pois o Cérebro lhe contava coisas sobre suas aventuras no mundo do subconsciente e da imaginação, que mereciam ser apresentadas ao mundo todo. As Orelhas se queixavam, pois há muito tempo não ouviam o silêncio, seu melhor amigo. Estavam aborrecidas com sua vizinha, precisavam de um pouco de paz.
O Nariz ao acaso, decidiu cheirar o máximo de coisas que pudesse, mas isso gerou uma série de alergias, pois não estava acostumado com certos odores. Começou a espirrar.
Coitada da Boca e dos Olhos, que seguiam o espirro graças às façanhas do Nariz, que quis se aventurar no mundo dos cheiros, mas não se encontrava apto. Uma série de discussões foram surgindo, e o barulho só aumentava. As Orelhas não aguentavam mais, estavam quase largando tudo, quando aconteceu...
Os Olhos se prenderam em uma só direção, e seguiam sem perceber. O Nariz sentia um perfume que nunca sentira na vida. A Boca ficou muda, estática, assim como seu amigo Cérebro, que não raciocinava, havia parado. As Orelhas ouviam a música de fundo, a mais bela melodia que já haviam ouvido. Foi quando o mundo parou.

03 agosto 2012

02 agosto 2012

Achei no meio de algumas coisas e bagunças do meu quarto, um pequeno texto que escrevi há um tempo. É engraçado ver a linha de raciocínio, e foi por isso que resolvi postá-lo, só para guardar. E ele começa assim:
Somos peças de uma máquina chamada Sociedade, movida basicamente por trabalho escravo. Sim, isso mesmo, trabalho escravo de pessoas que não percebem, ou se percebem, fingem que não veem, com medo de algo, enganando a si mesmas. De que adianta o livre arbítrio, se o mesmo vem com manual de como usar, e até mesmo onde é aceito? Nos encontramos em uma prisão sem grades, a céu aberto, em um lugar muito pior, sem poder se esconder, fugir, vivendo sempre a mesma rotina com pessoas, todas iguais.
Ninguém está livre disso. Eu não estou, você não está, ele não está... é um ciclo. As pessoas dependem de máquinas para se comunicar umas com as outras em um raio de quatro metros, é ridículo. Vivendo em uma dimensão alternativa, alienadas, jurando que vivem na realidade. 
Já pensou em parar e ler um livro, talvez escrever uma carta? Sair por aí com um sorriso no rosto e ver se isso contagia o resto do mundo? Dê um pingo de cor, viva mais, quebre regras as vezes, mostre que a vida é muito mais que uma rotina imposta. Dê um motivo para acreditarmos em algo.

01 agosto 2012

Vai ver é saudade mesmo. Essa sensação que vem não sei de onde e que a gente não pode explicar. A saudade quando vem, vem para ficar, e não quer ajudar ninguém. Vai ver é saudade mesmo. E a gente que não quer mostrar para ninguém, ou que quer fingir que não é nada, e que tudo já passou. Vai ver é saudade mesmo. Isso aqui que acontece, que vem, que fica, que não vai, que some, que volta, que passa, que finge ir embora, que volta de novo, que quer te ver. Vai ver é saudade mesmo. E é melhor nem dar bola, que um dia ela vai, ou não vai, ou fica, ou não fica, e pede para te ver mais uma vez. Ou vai ver não é nada. É só alguém que acha que é saudade, ou é só a saudade que acha que bateu na porta certa...