20 junho 2012


"Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal"
Lenine

É duro perceber que nada dura para sempre. Na realidade sempre soube disso, mas de uns tempos pra cá, realmente comecei a acreditar que algumas coisas servem como exceção a regra. Agora, vejo que realmente nada é eterno, mas mais duro ainda, é ter a noção na teoria, pois na prática, meu cérebro não raciocina dessa forma, já visto que não quero admitir que seja assim.
Estou perdida na velocidade com que a vida anda, é como se eu seguisse em câmera lenta, e tudo passasse rápido demais a minha volta, não acompanho esse ritmo.
As coisas não precisam ter um fim, pelo menos não por enquanto, e espero que esse por enquanto seja eterno...

17 junho 2012

Cansaço
Até o corpo pede
Descanso
Até os olhos pedem
Que os feche
Silêncio
Só querem um pouco de
Paz
Me dê mais algum tempo
Prometo
Levantar
Meu bem
Por favor
Tenha um sono tranquilo
Meu amor
Meu bem
Sabe do que mais preciso?
Ficar um tempo
Sem pensar
Sabe ao que não resisto?
Seu cheiro que surge
Sem avisar

15 junho 2012

Esquecemos muitas vezes das pessoas. Todos nós somos seres humanos. Na verdade, nem todos tem atitudes humanas, e normalmente, as pessoas deixam isso passar. A verdade é que existe uma série de pessoas marginalizadas pela sociedade, tratadas como lixo, e mutas vezes ninguém está preocupado com esses.
Sem a intenção de generalizar - acredito em exceções, e creio que é um número razoável - mas já generalizando, a sociedade é podre. O altruísmo para o homem é algo artificial, o homem é um ser que pensa no interesse próprio - mais uma vez, acredito em um grande número de exceções. 
Me dói ver uma pessoa marginalizada. Me dói saber no preconceito que existe em volta dela. Me dói saber na vida que ela passa. Quantas vezes não ouvimos "tome cuidado, não vai dar confiança pra essa gente". Não acho que eu deva dar confiança para ninguém. Seja pobre, seja morador de rua, seja prostituta, seja travesti, seja rico, seja empresário, seja advogado, seja quem for. Não é a classe social que vai definir em quem eu devo ter confiança.
Já ouvi histórias de assaltos com pessoas, onde depois de um tempo, essas pessoas encontraram os assaltantes em algum outro lugar, e que esses assaltantes eram todo de uma classe média alta. Já vi gente com fome, com sede, pedindo um copo d'água, ou algo para comer. Duas coisas que não se pode negar a ninguém: comida e água. Afinal, todo mundo precisa sobreviver. Tenho certeza que um grande número de pessoas sequer dá conversa para um morador de rua, afinal, para eles, são todos vagabundos.
Estou cansada de ver a desigualdade na sociedade em que vivemos. Já deveria estar acostumada a ver algumas cenas que são comuns do dia a dia, mas muita coisa me revolta. Não acho que esse seja um discurso de uma adolescente revoltada com o mundo, mesmo sabendo que muitos podem pensar isso. Só gostaria de fazer uma nota para as pessoas pensarem as vezes nas coisas que acontecem ao redor da gente, e não fechar os olhos para os problemas do mundo.
Uma cena feliz, um momento feliz.
Olhos nos olhos. Beijo.
"Eu te amo, é verdade. Eu te amo." Beijo.
"Não fale nada". Beijo.
"É verdade. Eu te amo." Beijo.
Ouvir isso, ecoar na mente. A gente não aguenta.
É uma sensação, não dá para dizer qual a sensação.

14 junho 2012

A deusa Elipse, dona das parábolas Assonância e Aliteração, se apaixonou por Pleonasmo, dono das maiores onomatopeias da região. Elipse era de Esparta, Pleonasmo da Mesopotâmia, mas seus pais, Bhaskara e Pitágoras não aprovavam o romance, devido a uma série de lentes opticas que estavam acabando com as mitocôndrias do local. Usavam então, a mata ciliar como lugar de ritual do amor.
Nasce dessa guerra os gêmeos Franco e Prussiana. Suas madrinhas, as ninfas Falácia e Falésia, lá das terras Pré-Cambrianas, vieram através de mesozoicas só para a comemoração. A enseada varou a madrugada.

12 junho 2012

Hoje é apenas um dia pra comemorar a gente. Eu te amo.

10 junho 2012


DOGS (Tradução)

Você precisa ser louco
Você precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé
E quando você estiver na rua
Precisa ser capaz de escolher a carne fácil
Com os olhos fechados
E depois se movendo silenciosamente
Contra o vento e escondido
Você tem que atacar no momento certo
Sem pensar.

(...)

Eu tenho que admitir
Que estou um pouco confuso
As vezes me parece
Que estou sendo usado
Preciso ficar acordado, e sacudir
Esse mal-estar rastejante
Se não estou pisando em meu próprio chão
Como poderei encontrar a saída deste labirinto?

Surdo, mudo e cego
Você apenas continua fingindo
Que todos são dispensáveis
E ninguém teve um amigo de verdade
E parece que a solução
Seria isolar o vencedor
E tudo é feito sob o sol
E você acredita lá no fundo que todo mundo é um assassino

(...)

Que foi arrastado para baixo pela pedra

07 junho 2012

Seu braço envolve minha cintura, suas pernas entrelaçam as minhas. Dividimos o travesseiro, dividimos o cobertor. Seus olhos olham para mim, meus olhos olham você. Seu cheiro ficou na minha blusa. Sim, seu cheiro ficou na minha blusa. Na TV passa Chaplin, só consigo ouvir a trilha sonora. Realmente estou entretida com os seus olhos. Que olhos. Que rosto. Você.

06 junho 2012


O teto estava bonito aquele dia. Nuca reparara na pintura branca, e como a luz batia de relance nele. A cama parecia mais confortável, talvez porque estivesse quente, e as cobertas, espalhadas pela cama, tivessem formado uma espécie de ninho. Olhou para o relógio. Decidiu não levantar ainda. Continuou a admirar a brancura do teto, e conforme os finos raios de sol invadiam frestas da janela, o quarto parecia um pouco iluminado. O dia estava cinza. Não precisava olhar para fora para saber que esse era mais um daqueles dias nublados. Olhou mais uma vez para o relógio. Virou para a parede. Observou a parede lentamente, e sentiu um certo aconchego. O silêncio. Ah, como era fantástico aquele silêncio. Brincava com os dedos dos pés, observava mais uma vez o teto. O teto, que instigava tanto. Olhou mais uma vez o relógio, decidiu que seria a ultima vez a olhá-lo por hora. Decidiu não sair da cama.

04 junho 2012

Gira gira minha flor, não pare de girar. O mundo está parado, o tempo está parado, o que resta é girar.
Roda roda, não pare de rodar, nessa roda todos giram, todos dançam, vem comigo.
Vai ficar aí sentada? Não se acanhe, vem aqui, pegue a minha mão, eu e tu, todos giram.
E nessa tarde ali na praça, a festa não teve fim. Varou até a madrugada, e no dia seguinte, ninguém apareceu. Só era visto um cachorro, um vira lata, parado, como estátua. O tempo parou. O relógio da igreja não tocou. Os carros na rua, imóveis. E a pequena olhava de relance para tudo e todos. Nem vento, nem movimento, nem som, nem um nada. Começou a girar.
Gira gira minha flor, não pare de girar. O mundo está parado, o tempo está parado, o que resta é girar.
Devagar, o cachorro, o vira lata, começou a latir e correr atrás do rabo em movimento circular. Os carros andavam nas ruas. O relógio bateu. O som foi ouvido. O tempo voltou. E a pequena... bem, a pequena girou e girou e girou.
Não gosto que me chamem de sentimental. Mesmo que seja verdade. Simplesmente não gosto.
Não gosto de ser carente, ninguém gosta de pessoas carentes. Eu não gosto de pessoas carentes, logo, não gosto de ser carente. A carência mostra o sentimentalismo da pessoa. Não gosto de ser sentimental, repito.
Existem as pessoas sentimentais, existem as pessoas racionais. Admiro a razão, mesmo. Gosto de pessoas racionais. Tudo bem, não é totalmente verdadeira essa afirmação, mas gosto da razão. Eu busco a razão, o tempo todo.
Engraçado, eu penso. Calma, deixe-me explicar melhor essa minha afirmativa. Eu penso, o tempo todo. Sim, isso é meio óbvio, devido a que as pessoas costumam pensar o tempo todo. Prosseguindo com a explicação, deixe-me tentar explicar mais uma vez a minha afirmativa. Eu penso o tempo todo sobre tudo. Melhorou, espero. Bem, por mais que eu seja sentimental, carente, não sou impulsiva. Tudo bem, talvez eu seja um pouco, mas são em pequenos aspectos. Em geral, não sou impulsiva, eu penso, o tempo todo, sobre tudo. Gosto de pensar. Não gosto de demonstrar meu sentimentalismo. Não consigo esconder meu sentimentalismo, mas não gosto de mostrá-lo. Sou vulnerável a tudo quando estou no auge do sentimentalismo.
Gosto da ironia. Sim, eu realmente gosto da ironia. Ironia é algo que eu realmente gosto. Pois é, que coisa não? E gosto de piadas. Piadas são legais. Não gosto de chorar na frente das pessoas. Não gosto que saibam que choro. Não gosto que vejam meu sentimentalismo. Gostaria de ser mais racional.
A ironia é boa, gosto de ironia. As piadas também. Não sou boa em contar piadas, mas ser engraçada em alguns momentos é bom. Piadas e ironia são coisas boas. Talvez. Não sei. Nem todo mundo acha. Isso é apenas a opinião de uma pessoa. Pois é. Em geral, eu penso, o tempo todo, sobre tudo.