24 maio 2011

Olhos de ressaca

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.

20 maio 2011

19 maio 2011

Muitas coisas poderiam ser ditas em algumas linhas, muitas coisas gostariam de ser escritas e registradas... mas minhas mãos se recusam a colocá-las em forma de um texto, minha cabeça se recusa a formular tudo de forma compreensivel.
Perdoe as minhas lágrimas por cair, mas elas não parecem obedecer a nenhum comando do meu cérebro. Na realidade, acho que nada no meu corpo parece obedecer a comando algum... perdoe os soluços, que mesmo baixos ainda são audíveis a qualquer um que se aproximar de mim. Perdoe os risos nervosos, que no momento, saem involuntários da minha garganta.
Acabei descobrindo, ao acaso, que tenho certa facilidade de escrever, já que é quase que genético. Pena que aproveito isso registrando algo que para muitas pessoas pode soar um tanto quanto deprimente. Gosto de utilizar dessa forma, pra me expressar e soltar muitas coisas que eu gostaria de dizer as pessoas, mas infelizmente me falta coragem.
Coragem... é uma palavra engraçada se você parar para ouvir... coragem! Qual a vantagem de se ter coragem? Não ter medo do perigo? Se fossemos analisar, o medo é uma forma de defesa, que nos ajuda a não arriscarmos nada que possa ser "nocivo". Arriscar pode parecer divertido, e até mesmo aventureiro, mas muitas vezes acaba em decepção.
Lendo essas linhas, percebi que não passei nem um décimo do que várias pessoas passaram. Temos mania disso, não? Achar que nosso problema é maior do que o de todo mundo, e mesmo não admitindo, acaba se formando uma forma um tanto quanto "doentia" de orgulho. Não deveríamos nos orgulhar dos nossos problemas. Deveríamos tentar expulsá-los de nossas vidas.
Perdoe as minhas lágrimas por cair, mas elas não parecem obedecer a nenhum comando do meu cérebro. Na realidade, acho que nada no meu corpo parece obedecer a comando algum... perdoe os soluços, que mesmo baixos ainda são audíveis a qualquer um que se aproximar de mim. Perdoe os risos nervosos, que no momento, saem involuntários da minha garganta. Peço desculpas novamente. Me sinto boba e esquisita no momento, com tantas coisas que gostaria de dizer, e com tanto medo de me expressar... e acabar em decepção.

13 maio 2011

" Eu olho pra você, e você olha pra mim
Eu olho pra você... e você desvia o olhar "

Call me back

07 maio 2011

Le fabuleux destin d'amélie poulain

Pintor: "Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes."
Amelie: "Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros."
Pintor: "E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?"

05 maio 2011

Nove meses e uma vida

"E dentro de mim hoje, nasceu um novo coração..."
João Leopoldo e Patrícia

Foram nove meses aconchegada, dentro de um lugar um tanto quanto familiar para cada ser humano que existe na face da terra. Foram nove meses dividindo tudo com você. Foram nove meses de sufoco, nove meses de emoção... e uma vida de amor!
Mesmo as vezes esquecendo de demonstrar, gostaria de ser um tanto quanto direta nas minhas palavras seguintes: "Eu te amo mais que tudo nesse mundo". Gostaria de te lembrar, mesmo você sabendo, que sou grata a tudo que você fez por mim nesses meus quase 16 anos. Quero reforçar, algo que você já deve saber, pois a sua importância é tão grande pra mim que nem me cabe palavras.
Toda garota, mesmo não admitindo, sonha em ser mãe... é uma das coisas mais maravilhosas que ocorrem no mundo. Quando chegar a minha vez, espero ser tão boa ao meu(a) filho(a) quanto você é pra mim. Trago aqui, algumas poucas e simples palavras, pra descrever o que eu quero que você saiba sempre: que eu te amo, e me importo inteiramente com você!