29 novembro 2012

22 novembro 2012

E um vampiro me mordeu
Ou talvez tenha sido um sonho
Que bobagem!
A verdade é que os olhos se perdem
Em outro olhar que encara
E me faz desviar
Por pura timidez
Ou talvez a mordida tenha feito efeito
Mas sem me transformar
E apenas me fez olhar
Dessa vez sem desviar
Mas continuo mudando de cor
E tudo faz sentido
Sem ao menos sentido fazer
E já posso dizer tudo
Ou nem palavras usar
Eu já nem sei o que falo
Se ao menos pudesse fazer um motim
Quem sabe acabar com o estoque de rum
De que adianta se eu não bebo rum...
Não consigo pensar em como explicar
Mas será que é preciso?
Talvez o silêncio me ajude
E agora ficou muito mais claro
E um sorriso se fez...

21 novembro 2012

Quando não sei o que escrever, escrevo sobre água. É sempre assim, quando não se tem um assunto, eu penso em água. água de beber, água pra nadar, pra se banhar, o mar, só a água. A água é densa, e ainda sim se pode flutuar. Talvez seja por isso que ela é tão bonita. Ou talvez seja pelo simples fato de ela não ter cheiro, cor ou gosto, mas tudo isso é uma grande bobagem.
Na realidade bobagem é escrever sobre isso, pois só digo por não saber sobre o que falar. O que dizer? Pois digo que quero sonhar. Ter sonhos sem fim. Ter sonhos como se não houvesse amanhã. Mas e se eu já estiver sonhando? Ou quem sabe presa ao sonho de outra pessoa. Se pensar sobre todas essas dúvidas talvez eu enlouqueça. Ou talvez eu já esteja louca. Quem sou eu pra discordar? 
Quero ver estrelas, deitar na rede e ver estrelas. Quem me dera ter uma rede agora. Quem me dera um abraço agora. Quem me dera um céu agora. Quem me dera mais sorrisos agora. Quem me dera controlar tudo que escrevo. Mas a verdade é que não quero controlar, pois só assim posso dizer tudo que penso. Mas o que penso? Penso em tanta coisa... todos pensam o tempo todo, será que alguém consegue parar? Talvez morra. Dá pra morrer por falta do que pensar? Se for assim serei eterna...

15 novembro 2012


E tudo parece estar em paz por aqui... na realidade, tudo realmente está em paz. Em paz e em ritmo de festa...

10 novembro 2012

Veja bem
Quanta coisa já tem
Quando a coisa vai além
Já não sei quem vem
Escute aqui
Já sei que muito falo
Por você me calo
Mas e tudo que está por vir?
Afinal, o que aconteceu aqui?
Não sei nem se quero descobrir
Tudo pode ser usado contra você
Pense bem nas coisas que vai dizer
Olhe só
Não me culpe pelo amanhã
Estou sóbria ainda
Mas só dura pela manhã
Que beleza
Fui pega de surpresa
Será que agradeço
Por todo o preço?

09 novembro 2012

O gato dorme tranquilamente no sofá. No computador toca Pink Floyd. As pessoas conversam na cozinha, sobre o que será que falam? Aliás, por que estou aqui sentada em frente ao computador, quando há pessoas para conversar ao vivo? Algumas coisas não fazem sentido, e eu simplesmente me deixo levar pela maré. Mas a música está tão boa. Tão boa que é a terceira vez que a ouço, seguida. Gosto de ficar exatamente onde estou, nesse meu mundinho com as minhas coisas. Não é ser anti-social, ou qualquer coisa parecida, mas quando se está com o pé enfaixado é muito bom ficar sentada e parada. Meu gato ainda dorme. Como consegue? Quanto sossego, o invejo por isso. Por que estou escrevendo afinal? Não sei, ultimamente estou gostando de escrever, e gostaria de escrever sobre mais coisas, mas não consigo passá-las pro papel, e acabo escrevendo sobre a cena que se segue no momento. Realmente muitas coisas estão passando na minha cabeça agora, e coisas que parecem muito boas, e coisas que parecem ruins, e coisas que apenas são coisas. Não estou muito preocupada com a gramática nem a métrica nesse momento, apenas em dizer o que acontece. As pessoas continuam conversando, e eu continuo pensando se devo ir lá, apesar de estar acomodada aqui. Meu gato ainda dorme, e ele vai longe. Como eu gostaria de dormir agora.

08 novembro 2012

06 novembro 2012

Só sei que não sei o que quero, busco o que não sei se quero buscar, estou a procura do próprio procurar, e se encontrar algo, talvez seja o que eu preciso. Se encontrei olhar, desvio o meu. Mais incorreto impossível, imprevisível previsão. Busco o que não quero buscar e penso o simples fato de não pensar. Complico demais o que é tão simples, simples em palavras curtas como essas que deixam toda dúvida longa. Longe de tudo estou tão perto que já não posso tocar. Toco o que não é meu, talvez eu o deseje. Deseje sonhos de todo o mundo pois não encontro meus próprios sonhos. Sonho com tudo que não sei o que é. Ou sei e fujo do que sei, finjo não saber algo que todos já veem na minha frente. Te vejo em frente, e te escondo. E o futuro? O futuro já não se sabe o que esperar, pois não espero o que vem e diz que quer que eu espere. Acalme-se, me perdi em meus próprios pensamentos que não pensam em nada, e quanto mais clareza procuro, percebo que meu nome é mais uma ironia no mundo. Sossego, onde está o sossego quando eu preciso? Sossego todo o tempo e quando o desespero bate, você me larga. Quero descobrir o que quero e mais que tudo, descobrir o propósito desse texto.

FAÇA DESSE DRAMA

Queira cara ou não queira
Junte agora a cara, jogue noves fora
Vida não é brisa, coma pela beira
Brasa mora agora
Deixa estar, vai passar
Queira cara ou não queira
Tome a saideira
Cara, beba agora
Pois demora hora, uma vida inteira
Para a vida leve
Revelar, relevar

Onde a curva do amor findar
Corte o que não quer fechar
Ande onde a onda te levar
Se naufragou, faça desse drama sua hora
Faça disso a hora de recomeçar
Para conviver com a dor
Para a dor também saber passar
Se já passou, dê sorriso à cara
E vá embora

E ao voltar a caminhar, só então pode ver
Queira cara, ou não queira
Que já dá pra levantar voo...
Quem precisa acreditar no que o olho diz ver
Seja brasa, brisa ou beira
Só vai ser aonde quer for...


05 novembro 2012


Pois é... e o que o mundo é? O que quer que eu seja? Talvez não sejamos absolutamente nada e alguém nos diz que podemos ser o que quisermos. Dê-me pernas, ou então me mostre o caminho, já percebo que não sei caminhar sozinha.
Então preciso de ajuda? Todos precisam. Precisam de independência. Tudo depende de algo, será possível a autonomia? Autônomo... ninguém consegue se virar.
E metas? Como é seguir sem metas? O sonho já não sustenta o peso do corpo que se joga, que joga os problemas. Problemático é pensar que já não se pensa sozinho. Ou quem sabe eu jogue as responsabilidades dos meus atos em quem não participa da história. Confusão.
Confusão é melodia de quem não entende o que se vê. E o que eu vejo? Já não sei. Não sei de nada que desejo.

03 novembro 2012

-Ei, meu bem
Você não sabe a dor que tem
Talvez eu tenha sido injusta
Nas coisas que eu pensei
Ei, meu bem
Só peço o seu perdão... amém
De nada adianta pedir desculpas
Eu sei que eu errei
-Querida, acabou
Saiba que esse amor encerrou
De que adianta o meu perdão
Se a confiança acabou...
Me diz
De que adianta o meu perdão
Se a confiança acabou...

01 novembro 2012

"Feche os olhos. Prenda a respiração. Um, dois, três... 59... volte para cima". Abriu os olhos, recuperou o fôlego, deitou com o braço mergulhado na água. Olhou para o céu. Que horas seriam? Meia noite talvez, e por que estava ali? Precisava dar um mergulho. Precisava afogar algumas ideias que teimavam em boiar no seu cérebro, mas já era tarde. Olhou para o relógio. 02h37. Entraria? Quem sabe daqui a pouco. Rolou para o lado e foi direto para a água. "O que fazer? Perna direita pra lá, e depois a perna esquerda... e se eu quiser bater as duas juntas? Mas o que é isso?", olhou para as pernas com apenas a iluminação da piscina e com a visão embaçada pela água, mas pensou ter visto uma calda. Voltou para a superfície e respirou um pouco. Talvez fosse bom mergulhar mais uma vez. "Um, dois, três... 163...", e voltou para a superfície novamente sem perder o fôlego. Assustou-se. Saiu da piscina, se enrolou na toalha, abriu a porta, passou pela cozinha com uma sede sem tamanho, bebeu cinco copos de água e subiu. Tomou um banho rápido e se deitou. Tentou dormir, mas não conseguiu, se mexeu, se mexeu e levantou-se. Correu escada a baixo, abriu a porta e pulou na piscina. Na manhã seguinte sua mãe foi chamá-la de manhã, não viu ninguém na cama. Abriu a janela do quarto. Ela dormia com o corpo na água, debruçada na beira. Seria possível? Era a terceira vez na semana.
Corre tempo, tempo corre. Tic tac tic tac e o relógio continua no seu ritmo seguindo tic tac. E o mundo corre a fora sem saber que tudo para, e o corpo pede para descansar. Desacelerando...
Respira alma, puxe o ar. Ar de dentro, ar de fora e eu quero me acalmar.
Mas recomeça o tic tac sem um fim. E o mundo anda e mundo corre, e o tempo passa e tudo passa cego. Preto, branco, cinza e o mundo é de uma só cor, sem dar tempo de pensar no colorido que se tem. Desacelera...