29 dezembro 2011

Baby

Você precisa
Tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção
Do Roberto
Baby, Baby
Há quanto tempo
Baby, Baby
Há quanto tempo

Metas para 2012

Todo mundo faz uma lista, mesmo que mentalmente sobre o que gostaria de mudar no ano seguinte, melhorar. Minha maior meta para 2012 é RELAXAR.
Como assim? É o último ano do ensino médio, relaxar deve ser a última coisa a se fazer, já que estudo é uma palavra que deve seguir o ano todo. Exato!
Ainda não entendeu? Pois bem, vamos esclarecer: um aluno do terceiro ano do ensino médio normalmente estaria uma pilha de nervos e se programando todo para fazer uma única coisa - estudar e entrar em uma universidade pública - e com certeza eu sou uma das alunas que adoraria entrar em uma universidade pública. O fato da minha maior meta ser exatamente o oposto é muito útil, vendo que normalmente quando uma pessoa está sob pressão, principalmente pelos estudos, é muito fácil ela "pifar". Esse fim de ano de 2011 me deixou uma pilha de nervos. Sim, uma pilha de nervos.
Parando para pensar, percebi que se eu estivesse relaxada faria tudo com mais calma e conseguiria realizar mais coisas. Nesse caso, se eu fizer tudo com calma e tranquila, as coisas vão fluir muito mais e será muito melhor.
Digo isso a todos, pois é uma dica muito útil. Um feliz ano novo a todos que leem o meu blog (se alguém ler é claro).

17 dezembro 2011

16 dezembro 2011

O Grande Truque

Todo grande truque de mágica consiste em três atos. O primeiro ato é chamado "A Promessa": o mágico mostra à plateia alguma coisa ordinária... mas que naturalmente não o é. O segundo ato é chamado "A Virada":  o mágico faz essa coisa ordinária fazer algo extraordinário. Agora você está procurando pelo segredo... você não o encontrará, e é por isso que há um terceiro ato chamado "O Grande Truque": esta é a parte das reviravoltas, onde as vidas ficam suspensas e você vê algo chocante, nunca visto antes..."
Paz...
Paz...
Paz...
E ecoava essa palavra, tão simples, tão singela, e ao mesmo tempo tão necessária. Algo que todos procuram, que todos querem, que todos pedem...
Eu quero paz...
Algo que todos desejam, seja para si mesmo, ou para o outro, o que a carrega duas vezes.
Paz...
Paz...
Paz...
É o que eu desejo para o próximo ano que vai chegar, é o que eu desejo para o resto da minha vida, e o que eu quero levar comigo sempre, mesmo que eu não tenha mais nada. Já estaria completa só com isso...

12 dezembro 2011

Todas as coisas são como deveriam ser.
Caso contrário, porque não haveriam de ser?
Uma coisa é certa: as coisas raramente são como gostaríamos, mas isso só acontece porque se fossem do jeito que esperássemos, talvez não fossem boas suficientemente para nós.
Então mais uma vez eu repito: todas as coisas são como deveriam ser.

09 dezembro 2011

O que estou fazendo? Não sei bem ao certo o que eu deveria fazer, e na realidade nem o que faço nesse momento enquanto penso que deveria estar fazendo alguma outra coisa... Você me compreende?
Acho que na realidade, nem eu mesma estou me compreendendo nesse momento, mas é que as coisas andam tão instáveis, que só vivo confusa. Ai, essa confusão que me atormenta! Colocar as ideias no lugar não é uma tarefa muito fácil, ainda mais quando não se sabe que ideias estão sendo guardadas nesse momento.
Gostaria de poder conversar mais, gostei da sua companhia, mas no momento tenho que organizar algumas coisas, mesmo não sabendo bem ao certo o que estou tentando organizar. Organizar o inorganizável é um tanto quanto complexo, e complexidade não é comigo, afinal, sou uma pessoa tão simples de conviver. Não gosto de dar voltas em um mesmo assunto, mas também, quem é que gosta? Girar em torno de um assunto que já foi conversado, e agora está sendo reconversado, anulando assim tantos outros assuntos que poderiam estar sendo debatidos...
Onde é que eu parei mesmo? A sim! Estou atrasada, tenho que correr. Viu só o que você me fez fazer? Com esses seus assuntos sem sentido, e eu aqui quieta tendo que ouvir tudo só pra me confundir mais. O que estou fazendo? A sim, lembrei de uma outra coisa que acho que você se interessaria...

...


05 dezembro 2011

Wish you were here

Então...
Então você acha que consegue distinguir o paraíso do inferno?
Céus azuis da dor?
Você consegue distinguir um campo verde de frios trilhos de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?
Fizeram você trocar seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou o papel de coadjuvante na guerra por um papel principal numa cela?
Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui...
Somos apenas duas almas perdidas nadando num aquário ano após ano, correndo sobre esse mesmo velho chão.
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos.
Queria que você estivesse aqui...

01 dezembro 2011

Sonhei essa noite com você, mas não me lembro muito bem o que, só me lembro que não foi nada ruim. Também, por que haveria de ser um pesadelo? Nada que me une de alguma forma, ou me faz levar meu pensamento até você me traria um sentimento ruim. Dúvidas? Todos temos, mas a certeza que se encaminha para perto de mim, trazendo um conforto, e a afirmação de que tudo dará certo se estivermos juntos, me alivia até a alma, e aquieta meu peito. Palavras, não gosto de usá-las em vão, ou dizê-las para que todos apreciem sem necessidade, mas quando digo algo com convicção é pra valer, é real, é porque eu realmente sinto. Dizer que te amo? Talvez, você já ouviu isso de minha boca, e não usaria essas palavras se não sentisse exatamente o que digo. Certeza de um pra sempre, eu tenho. A certeza de que pra sempre você vai estar na minha memória, seja guardado no fundo como uma lembrança, seja ali presente naquele exato momento. De qualquer forma, terei agradecido pelo simples fato de ter passado por meu caminho.
Sonhei com você essa noite, mas não me lembro muito bem o que, só me lembro que não foi nada ruim. Também, por que haveria de ser um pesadelo? Nada que me une de alguma forma, ou me faz levar meu pensamento a você me traria um sentimento ruim.

Preciso me encontrar

Deixe- me ir
Preciso andar
Vou por aí
A procurar
Sorrir
Pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Cartola

24 novembro 2011

...

Alguém gostaria de ouvir o que eu tenho para dizer? Pois bem, sendo assim, não direi nada...

22 novembro 2011

Nefelibata

Nefelibatas são aqueles que vivem nas nuvens, donos de mentes aéreas, imaginativas. Perdem-se em sonhos, mesmo que acordados, entregam-se as suas fantasias, utilizam essa forma de escapismo, evasão, vivem em um mundo próprio. Alheios a realidade, julgam-na enganosa, fruto de um imaginário coletivo. No fundo, tal maneira de viver é fruto de uma profunda insatisfação com este mundo, estimulada por um coração intrinsecamente sonhador. No fundo, somos todos um pouco Nefelibatas.

16 novembro 2011

...

Apenas penso, que as pessoas tem direito de sonhar...

15 novembro 2011

Nem a pouca idade a qual demonstro ter, conseguirá fazer com que eu desista das virtudes dessas linhas. O barco navegará, para contudo, concluir os caminhos dessa vida. E o sol brilhará para quem venceu a guerra. E a tristeza fará parte de uma reza. E nesta dança, sobre andanças, tudo do destino será mais uma trança.

João Leopoldo

09 novembro 2011

Trecho Resumo de Ana

Na manhã do dia em que morreu, Ciro acordou bem disposto e decidiu ir trabalhar mais cedo. Fez a barba que estava comprida, tomou uma ducha no quintal, vestiu uma calça limpa e a camisa branca que rescendia a goma de camomila, foi buscar as sacolas na despensa da cozinha e saiu para a rua iluminada. Anita e as filhas já tinham ido para o trabalho e ele deixou a chave com uma vizinha, que ficou admirada com a sua disposição e lhe desejou boa sorte.
Pela janela aberta do ônibus que fazia as curvas da estrada com os pneus cantando no asfalto entravam as rajadas de vento da antiga represa da light e ainda sentindo o vento no rosto ele desceu no ponto próximo à destilaria clandestina. Espantou-se com a leveza das pernas nas picadas do mato e ao respirar o cheiro das magnólias e das bolas de mamona que estouravam no calor foi sacudido por um choro convulsivo, que saía sem causa visível e era doce e tenaz. Avistou a meia distância o lugar da casa arruinada de Baltazar Fernandes e teve de parar antes de pôr o pé na tábua estreita que dava acesso ao outro lado de um regato. O sol produzia lâminas de luz sob suas botas de borracha e ele recebia aquele instante como uma espécie de trégua. Assistiu a passagem de tudo o que havia vivido e só soube o que aquilo significava quando, no início da tarde, esteve com Anita pela última vez. Antes disso fez as entregas, despediu-se dos clientes mais chegados, no caminho da padaria passou os dedos pelo reboco do mosteiro de São Bento, comprou dois litros de leite e um quilo de pão e abriu a porta da casa ao meio-dia. Tomou um copo de leite na cozinha e foi até o barracão dos fundos para descansar. Anita chegou pouco depois e ao atravessar a soleira percebeu que Ciro estava tendo um enfarte. Ainda foi capaz de desabotoar a camisa empapada de suor, procurou reanimá-lo chamando-o pelo nome e no momento em que ele abriu os olhos e os músculos do rosto se descontraíram, a única coisa que ouviu direito foi uma pergunta - se ela sabia que ele gostava dela...
[...]
... Os muros do cemitério da Consolação, na praça dos Viajantes, foram caiados de ponta a ponta e refletem o sol como um banco de areia. [...] Pelas grades de ferro é possível distinguir uma fileira de túmulos baixos, pintados na base com uma tinha azul-celeste que acentua a cor viva da cal. Quando o caixão é finalmente transportado para o interior do cemitério, agarro uma das alças e constato que o revés não abandonou Ciro até o fim, pois é numa tumba sem lápide que ele some sob a terra e só no dia seguinte chega a notícia de que o corpo foi enterrado na cova errada.

Modesto Carone

08 novembro 2011

...



Como gosto quando
Você olha pra mim, e mesmo sem
Dizer absolutamente nada, consegue
Dizer tudo o que eu quero
Ouvir.

07 novembro 2011

O que posso dizer nesse momento? Não sei bem o que falar. Já lhe passou pela cabeça várias coisas ao mesmo tempo, e nesse próprio tempo de várias coisas, nenhuma frase feita? As palavras voam, o mundo voa diante da gente, mas as frases, os pensamentos, esses querem fugir pra bem longe, e para melhor, fugir bem na hora em que precisamos deles para concluir algo que começa a ser formado, mas nunca, nunca é terminado.
Sim, eu sei que esse pensamento parece um tanto quanto vago, mas é exatamente isso que eu penso, quer dizer, isso é a falta do pensar certo? Pois bem, nem eu mais aguento essas frases - ou não seriam frases? - soltas nesse texto - ou não seria um texto?- desse pensamento - ou não seria...

01 novembro 2011

Minha canção

Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma ilusão
Soletra um verso
Lavra a melodia
Singelamente
Dolorosamente

Doce a música
Silenciosa
Larga o meu peito
Solta-se no espaço
Faz-se a certeza
Minha canção
Réstia de luz onde
Dorme o meu irmão

20 outubro 2011

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
Carlos Drummond de Andrade

19 outubro 2011

14 outubro 2011


A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.

— Oscar Wilde

Acabara de acordar, e já estava de pé. Seguiu para o banheiro e passou uma água no rosto. Desceu as escadas, e parou na cozinha, olhando todos que estavam sentados tomando café. A atenção voltou a si, e todos estavam um tanto quanto abobalhados. Sua esposa lhe perguntou se sentia bem, seu filho mais novo se estava sentindo alguma coisa. Até seus netos se assustaram, afinal, depois de semanas deitado naquela cama, finalmente estava de pé.
Afirmou a todos que se sentia novo, e nenhum sintoma havia aparecido. Estava tão bem que disse querer caminhar um pouco. Olhares receosos se voltaram para o mesmo, repreendendo-o. Não se importava, era maior de idade - aliás, tinha mais idade do que gostaria - e podia muito bem tomar suas próprias decisões. Resolveu tomar um café reforçado, colocar uma roupa limpa e sair pela porta da frente.
Deu um beijo em sua esposa preocupada, abraçou seus dois pequenos netos, como se fosse o último abraço que daria, e um aperto de mão mostrando firmeza em seu filho. Saiu em sua jornada. Comprou o jornal do dia, e uma garrafa de água, e com suas sandálias, sua bermuda, camisa e boné, saiu a caminho do parque.
Chegando lá, a tosse atacou. Atacou muito. Com seu lenço manchado de vermelho, e suas mãos um pouco trêmulas, ele tentou ao máximo ignorar as pontadas que recebia em seu peito. Caminhou. Sentou-se em um banco qualquer e pegou seu pedaço de papel escrito com algumas notícias e colocou-se a ler. As palavras se embaralhavam, e alguma coisa muito estranha acontecia com ele. Sentia dores, dores fortes, mas não apavorou-se, pelo contrário, se sentia estranhamente confortável. Uma paz reinou, mas a tosse não cessava. Lembrou de seus filhos, lembrou de seus netos, lembrou da mulher amada, e fechou os olhos. Descansou.

13 outubro 2011

Saga

Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fugaz que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi

Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir

Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu

E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer

E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar

Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar

E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar

08 outubro 2011

Uma rua, de um bairro qualquer, de uma cidade qualquer. Ele caminhava calmamente, como fazia todos os dias, desde que se mudara. Com as mãos nos bolsos da calça, os ombros contraídos e uma expressão mostrando concentração, não via nem percebia nada que acontecia por ali. Os muros desbotados, as casas em construção, se mesclando com algumas casas já construídas a um bom tempo, o cenário para sua caminhada.
Uma rua, de um bairro qualquer, de uma cidade qualquer. Os sapatos nas mãos, a roupa amassada, a cara assustada, maquiagem borrada e uma dor de cabeça inacabável, era o que se passava. A garota não sabia muito bem onde estava, na verdade nem se lembrava como havia parado ali, nunca havia feito isso, se bem que nunca tinha saído dessa forma. Em pensar que já era seu segundo dia com dezoito anos, e já tinha feito besteira.
Uma esquina, de uma rua qualquer, de um bairro qualquer, de uma cidade qualquer. O rapaz atravessou a rua, sem nem se dar conta de quem passava por ali. A garota, desesperada, nem se dera conta de quem passava por ali. Se cruzaram, e nem se notaram... Ele estava indo para algum lugar, mas se lembrou que tinha esquecido alguma coisa em casa. Ela não sabia pra onde ia, e deu meia volta. Se cruzaram, e novamente, nem se notaram.
Muitas vezes ninguém percebe o que se passa a sua volta, muitas vezes ninguém segue o que lhe é mostrado. Darei uma terceira e ultima chance para os protagonistas dessa história, e me pergunto, se alguém daria mais uma chance para algo que se passa despercebido por aí, se notarem, é claro.
Novamente, uma esquina, de uma rua qualquer, de um bairro qualquer, de uma cidade qualquer. A garota decidiu ficar em um ponto fixo, precisava dar um jeito de se comunicar com alguém. Mais uma vez deu meia volta. O rapaz, agora com o que precisava ter pego em casa, voltava para o caminho que fazia. Se cruzaram, pela terceira vez, mas algo diferente aconteceu. Seus olhos captaram um corpo estranho no local, se dando conta de que não estavam sozinhos, como achavam até o momento. Notaram a presença um do outro.

04 outubro 2011

...

A poesia não se entrega a quem a define.
Mário Quintana

03 outubro 2011

Fique comigo, fique comigo essa noite, não vá embora tão depressa. Me deixe aqui, estou confortável dessa forma, estou bem, aqui com você. Não vá embora hoje, passe a noite aqui, vamos ficar acordados até tarde vendo um filme, ou talvez apenas conversando. Gosto de sentir o seu cheiro, gosto de ouvir a sua voz, quero te ver sorrindo pra mim. Por favor, fique, quero você aqui, junto de mim, que o tempo pare e fique eterno pra nós.

01 outubro 2011

O Homem e A Mulher (Victor Hugo)

O homem é a mais elevada das criaturas,
A mulher é o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono,
Para a mulher, um altar,
O trono exalta,
O altar santifica.
O homem é o cérebro,
A mulher, o coração,
O cérebro fabrica a luz,
O coração, o Amor.
A luz fecunda,
O amor ressuscita.
O homem é forte pela razão,
A mulher, invencível pelas lágrimas.
A razão convence,
As lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos,
A mulher é capaz de todos os martírios,
O heroísmo enobrece,
O martírio sublima.
O homem tem a supremacia,
A mulher, a preferência.
A supremacia significa a força,
A preferência representa o direito.
O homem é um gênio,
A mulher, um anjo,
O gênio é imensurável,
O anjo, indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória,
A aspiração da mulher é a virtude extrema,
A glória engrandece,
A virtude diviniza.
O homem é um código,
A mulher, um evangelho,
O código corrige,
O evangelho aperfeiçoa.
O homem pensa,
A mulher sonha,
Pensar, é ter no crânio, uma larva,
Sonhar, é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano,
A mulher, um lago,
O oceano tem a pérola que adorna,
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa,
A mulher, o rouxinol que canta,
Voar é dominar o espaço,
Cantar é conquistar a alma.
O homem é um templo,
A mulher, o sacrário,
Ante o templo nos descobrimos,
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra,
A mulher, onde começa o céu.

26 setembro 2011

...

Desculpe, não pude conter as lágrimas. Nem sempre nos encontramos bem, de bem com a vida. Não posso fingir algo desse perfil, pois não estou no meu melhor.
Desculpe, não é nada com ninguém, só acordei num dia qualquer em uma hora qualquer onde minhas emoções resolveram dar um nó. Não me faça sorrir quando na verdade minha vontade é chorar, não me peça para dizer palavras reconfortantes, quando na verdade quem precisa de conforto sou eu. Não me peça para passar uma imagem que não é a minha no momento.
Desculpe se pareço estar acabada, mas uma onda de tristeza passou por mim a poucos minutos, e como todo ser humano, tenho lágrimas a escorrer, assim como um sorriso para mostrar quando estiver melhor.

20 setembro 2011

The time has come again (tradução)

O tempo veio novamente
Galgando os degraus vagarosamente
[...] Esperando pacientemente
Entre uma costura desgastada
Se escondendo de si mesmo
Tão bem quanto qualquer um
Sem permissão
Seu rosto ficou tenso
[...]Me encontre embaixo da lua, não se vá tão depressa
[...]O tempo veio novamente
Galgando os degraus vagarosamente

19 setembro 2011

Desculpe a falta de jeito, ou as palavras enroladas. Ainda não me acostumei com a ideia de escrever dessa forma, ainda não acostumei com tudo que acontece. As emoções e sensações estão se misturando dentro de mim, em todos os sentidos.
Distante... de uma certa forma eu me sinto distante de tudo e de todos. As coisas mudam, mudaram, estão em constante mudança. Mudança, uma palavra muito importante pra mim, acho que a mais necessária no meu vocabulário, e principalmente na minha vida. Tudo se resume a mudar o tempo todo, nem que seja a posição do travesseiro na hora de dormir. Isso de uma certa forma me acalma.
Disseram-me que penso demais, que acabo de uma certa forma escondendo muitas vezes o que há. Sempre me senti como um livro aberto, e cada vez que pensava dessa maneira fazia algo pra me fechar, nem que fosse um pouco. Isso pode ter sido exagero, mas não sei exatamente como falar, afinal, sou assim.
"Eu amo você", uma frase tão simples e tão difícil de se falar, que normalmente fica escondida em algum lugar que esquecemos, e vem a tona somente em casos que demonstrem tal importância. Sim, existem casos que me orgulho de utilizar essa expressão. I love you, Ich liebe dich, Te quiero, Je t'aime...
Quase dezesseis anos completos, e venho aqui perto dessa data com esses "lembretes", que de alguma forma quiseram ser escritos, registrados para que algum dia, talvez eu venha aqui e me surpreenda com algumas coisas ditas.

15 setembro 2011

The Lovers (tradução/trecho)

E quando o amor vem novamente
e quando o amor vem
o olá...
surge em suas gargantas como o canto
fascina seus corações como a brisa
as boas coisas
os estranhos trazem em seus braços
faz a vida muito boa novamente.

Eles tornam suas faces à luz
não mais escondendo-se na noite
tão desavergonhados e destemidos
que eles podem enfrentar os erros de um o outro
e embora a valsa terá seu fim,
não há nenhum problema em somente fingir
que eles são especiais e estão separados
os amantes, os amantes do coração... os amantes.

...

11 setembro 2011

João e Maria

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

07 setembro 2011

Não sei se foi melhor assim, não sei se fiz certo. A questão é que parei há muito tempo de pensar, parei há muito tempo de tentar encontrar respostas para tudo que acontecia.
Me sinto bem assim, fazia muito tempo que não me sentia tão bem assim... devo isso a você. Você sabe muito bem que tudo o que eu disser aqui será somente pra você. Obrigada, seria o mais sensato a se dizer nesse momento, ou até mesmo incluir um "por tudo", mas não sei muito bem ao que exatamente eu estaria agradecendo, pois não seria muito específico, e isso poderia confundi-lo, ou até mesmo a cabeça de outras pessoas que veem esse meu pensamento confuso. Pois bem, quero lhe agradecer pelo seu sorriso e pelos seus olhos.
Eu poderia dizer também que você me deixa de uma maneira que não sei explicar, ou até mesmo poderia citar a ansiedade que vem antes de te ver, ou a vontade incontrolável de não sair mais do seu lado... mas isso me deixaria constrangida, e te deixaria constrangido. Seria um exagero tantas coisas assim, mesmo sendo verdade, e o bom é quando as pessoas não sabem ao certo o que as outras poderiam estar querendo dizer sobre elas.
Posso estar parecendo direta demais, ou por um lado, subjetiva demais. Depende do seu ponto de vista, ou depende do que você quer entender sobre isso, ou o que qualquer um quer entender sobre isso. Deixo isso a sua escolha...

05 setembro 2011

...

O trem parou em uma parada qualquer. Com os braços apoiados na janela, e a cabeça apoiada em ambos, ela observava o movimento da paisagem, estática. As portas se abriram, fazendo-a lembrar que era exatamente o local que precisava descer. Um bocejo rápido, seguido de uma espreguiçada e um esfregão nos olhos. Havia saído do trem.
Atravessava aquela praça todas as manhãs para chegar ao seu destino. As árvores ali paradas da mesma forma que o dia anterior, a senhora com um pacote de pão sentada no banco com pombos ao seu redor, como em qualquer outro dia. Um assobio foi ouvido, a fazendo virar com uma expressão um tanto quanto desagradável na face. O olhar de desdém foi rapidamente substituído por um rosto um tanto abobalhado.
Ali estava, com um sorriso no rosto um jovem com seu violão na mão, sentado em um dos bancos, que ao perceber a expressão da garota, apenas alargou ainda mais o sorriso. Decidido a tomar alguma atitude, colocou seu violão em posição e tocou um acorde. E outro, e outro, até o conjunto se transformar em uma melodia. A jovem por sua vez, continuava ali parada com a mesma cara, até acordar de seus devaneios e lembrar que iria se atrasar... sem ao menos dar sinal nenhum, deu meia volta com o corpo e seguiu em frente. O rapaz apenas parou sua música, olhou a silhueta que andava em frente e seguiu seu caminho.
Um dia depois. Com o mesmo ritual de sempre, a garota desceu do trem e passou pela praça, procurou rapidamente com os olhos uma figura conhecida, mas se desapontou ao perceber que ele não estava ali. Continuou seu caminho, até ouvir um conjunto de acordes e captar mais uma vez aquele sorriso. Alguma coisa lhe dizia que ainda o veria por muito tempo.

01 setembro 2011

Fluorescent Adolescent (tradução)

Você costumava vestir sua meia arrastão
Agora você apenas usa seu vestido
Descartou as noitadas por gentileza
Desembarcou em uma crise muito comum
Tudo está em ordem dentro de um buraco negro
Nada parece tão bonito quanto o passado, apesar de tudo
Está faltando tabasco naquela Bloody Mary
Lembra quando ele costumava ser um canalha?

Oh, aquele garoto é um cafajeste
O melhor que você já teve
O melhor que você já teve
É apenas uma lembrança e aqueles sonhos
Não eram tão estúpidos quanto pareciam
Não tão estúpidos quanto pareciam
Meu amor, quando você os sonhou...

Folheando um livrinho de dicas de sexo
Se lembra de quando os garotos eram todo elétricos?
Agora quando ela conta que vai superar isso
Eu fico achando que ela preferiria apenas esquecer isso
Me contendo para não ficar sentimental
Ela disse que não iria, mas foi assim mesmo
Gosta que seus cavalheiros não sejam gentis
Era um marcador de bingo ou um lápis de apostas?

Oh lindeza, pra onde você foi?
Pra onde você foi?
Pra onde você foi?

Desmoronando
Você virou a esquerda na Rua da Ultima Risada
Você investigou
Você não volta mais.

27 agosto 2011

24 agosto 2011

Libriana

A libriana é feita de bondade, delicadeza, justiça, amizade teimosia e indecisão.

Apesar de parecer frágil e ser muito feminina em seus gestos, na forma de se vestir e de falar, a libriana é o tipo de mulher que pode surpreender quando resolve arregaçar as mangas da camisa para fazer um trabalho estritamente masculino. Ela vai se sentir como se estivesse em casa se tiver que dirigir um caminhão ou laçar um touro selvagem. Esta mulher, apesar de muito feminina, possui um traço masculino que, volta e meia, costuma cobrir o lado feminino. Mas em nenhum momento ela perde sua feminilidade. Antes de pegar o machado para derrubar uma arvore, ela vai passar o batom, arrumar o cabelo e borrifar um pouco de perfume que é para deixa-la mais a vontade.

Mesmo quando estiver nervosa a libriana tentará parecer calma ou, pelo menos, controlada.

A mulher de Libra é altamente intelectual e possui um grande poder de análise, que pode ser muito útil para resolver os problemas dos negócios do parceiro.

Pessoas impacientes e desesperadas costumam causar um mal estar na libriana, que podem tira-la do sério. Mas a maioria vai simplesmente preferir manter-se a longas distancias de pessoas nervosas e impacientes.

A mulher de libra detesta a confusão, e normalmente precisa da harmonia para manter a estabilidade emocional.

Ela costuma ser dominadora, do tipo que gosta que todos estejam ao seu lado e façam o que quer. Porém a libriana nunca vai forçar ninguém a obedece-la. Sua mão de ferro sempre estará calçada em uma luva de veludo, sua vontade e seu egoísmo sempre estarão acompanhados por sua delicadeza, educação e o mesmo sorriso encantador de sempre. É assim que normalmente ela costuma conseguir o que quer: fazendo com que as pessoas pensem que foram elas que escolheram ser suas prisioneiras por livre e espontânea vontade. Ela tem um jeito tão educado de impor suas vontades, que a gente fica até sem jeito de dizer "NÃO".

Ela detesta ferir os sentimentos de quem quer que seja. Detesta dizer "não" e a idéia de ser injusta pode deixa-la doente.

Quando uma libriana resolve ter uma mania, podem se passar anos até que ela resolva abandona-la. E o pior é que ela nunca acha que tem uma mania. Também costumam levar mais tempo para tomar uma decisão se pode adiar uma escolha. E o pior é que ela sempre se apressa em negar suas decisões. A primeira coisa que costuma dizer é : "Eu não tenho nada de indecisa!"

20 agosto 2011

Baby, por onde andou
Essa noite nem te vi
Nem te vi
Baby, anda tão quieto
Tão distante de mim
Nem sorri

Me diga algo somente
Que eu queira ouvir
Faça da mentira, verdade
Me faça sorrir
Me deixe, vá embora
Pra nunca mais voltar
Depois de tanto tempo
Acreditei não mais chorar

Baby, não quero ver
Seu rosto entristecer
Entristecer
Baby, uma vez na sua vida
Me deixe proteger
Você

Me diga algo somente
Que eu queira ouvir
Faça da mentira, verdade
Me faça sorrir
Me deixe, vá embora
Pra nunca mais voltar
Depois de tanto tempo
Acreditei não mais chorar

Baby, não quero insistir
Se quiser pode ir
Baby, antes trate de acordar
Se sair por essa porta
Não vai mais poder voltar

15 agosto 2011

14 agosto 2011

Herói

Na infância é comum as crianças terem seus heróis de desenho ou de filme, mas ninguém pode negar que o maior de todos eles sempre esteve mais próximo: o pai.
Todo garoto, em algum momento da vida quis ser igualzinho ao pai quando crescesse, e toda garota, da mesma forma, sempre sonhou em um príncipe encantado igual o mesmo. As pessoas crescem, amadurecem, mas a admiração que sentem nunca muda. Mesmo que anos se passem, e as ideias sejam diferentes, aquilo que sentiu desde pequeno(a) não muda nunca. Nunca!
Obrigada pai, obrigada por cada conversa, por cada conselho, por cada passeio, por cada momento, pelo seu carinho, pelo seu amor. Obrigada por tudo! De maneira simples, mas de todo coração, deixo aqui registrada toda a admiração que eu tive, tenho e sempre terei por você, porque eu te amo, te amo tanto.
Vai ser pra sempre o meu herói.

11 agosto 2011

10 agosto 2011

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Sheakspeare
Não quero mais saber do lirismo que não é libertação

Manuel Bandeira

08 agosto 2011

...


É que no neutro do amor está uma alegria contínua, como o barulho de folhas ao vento.
Clarice Lispector

07 agosto 2011

E os sonhos? Estão perdidos por aí por tanto tempo... será que ainda é possível resgatá-los pela ação das horas e dos dias e dos meses e dos anos e...
Meus olhos ainda estão fechados, eles ainda estão fechados para ver se eu consigo enxergar claramente o óbvio. Será que depois de todo esse tempo eles ainda lembram de mim? Não fui esquecida em uma dessas páginas vazias que compõe o livro de lugar nenhum? Continuam a gostar de mim mesmo depois de tudo isso?
Quando acordar irão passar uma borracha pelo meu cérebro, mas provavelmente esquecerão de apagar as sensações... será possível montar um novo rascunho para essa história? Ou um novo caminho para esse mapa?
Meus olhos estão se abrindo, a visão vai ficando embaçada... quando vejo, está tudo um breu!

05 agosto 2011

Say you don't want it (tradução)

Converse tudo como num estilo de poeta
Língua elétrica, olhos de uma criança
De olho em suas esposas, e nos carros clássicos
Viva como um salvador, viva como as estrelas
Converse tudo com um sorriso de modelo
Língua elétrica, olhos de uma criança
Compre todo seu status e carros clássicos

Telas grandes, sonhos feitos de plástico
Diga que você não quer isso, diga que você não quer isso
É o nosso mundo, garotas de livro ilustrado
Diga que você não quer isso, diga que você não quer isso
Não me pergunte se isso é amor, meu querido
O amor realmente não significa nada por aqui
Cenas falsas, sonhos feitos de plástico
Diga que você não quer isso, diga que você não quer isso

Passe por todos os quartos com um jeito ciumento
Língua elétrica, olhos de uma criança
Pinte sua alma com modelos de marca
Pregue como um salvador, coração na linha
Converse tudo com um sorriso de modelo
Língua elétrica, olhos de uma criança
Compre todo seu status e um carro clássico
Morra na primeira página como todas as estrelas

03 agosto 2011

Tudo continuava do mesmo jeito... as pessoas continuavam as mesmas... os lugares continuavam os mesmos. Nada havia mudado. Então por que sentia falta de alguma coisa, que nem sabia ao certo o que era? Por que se sentia deslocada de lugares que sempre foram seu lar?
Nada havia mudado, nada havia acontecido, todos estavam iguais... todos, exceto ela.

26 julho 2011

O sol batia mais forte que em qualquer hora do dia, apesar de estar indo embora, dando lugar a lua, que já deveria estar a espera, anciosa de seu momento naquele céu escuro. A calçada estava meio úmida, pois durante o dia havia chovido um pouco, e o portão no qual estava encostada se encontrava desbotado.
Quem passasse por ali provavelmente tomaria sua atenção a menina que parecia rir com alguma frase de um livro qualquer que estava lendo, com uma expressão um tanto quanto radiante. Era possível algumas vezes ouvir alguma frase jogada no ar, que não parecia ter muito sentido se não soubesse sobre o que se tratava o assunto.
Estava sozinha já a um bom tempo, mas nem vira o tempo passar, se encontrava com sua melhor e mais querida companhia: ela mesma.

21 julho 2011

O que vale mais a pena para cada um? O que realmente é mais importante? A escolha é algo fácil? Para que tantas perguntas? Elas resolvem alguma coisa? Elas nos sobrecarregam? As respostas estão próximas? É fácil encontrá-las?
Eu realmente espero que sim, caso contrário, é melhor me manter longe dos meus pensamentos...
As palavras são a nossa maior e inesgotável fonte de magia.

07 julho 2011

As palavras (Vanessa da Matta)

As palavras saem quase sem querer
Rezam por nós dois
Tome conta do que vai dizer
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração

Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei
Não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não me deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração

As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem e me fazem dormir
Adoecem, curam e me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração

04 julho 2011

"Feche os olhos..." uma ordem.
Dois segundos, o tempo suficiente para não estar mais no mesmo ambiente em que se encontravam as outras pessoas. Já me faltava ar, e de qualquer forma eu nem me importava, acabara acostumando com a água em contato com o meu rosto, com a minha pele. Abri os olhos, algum tempo depois, ignorando totalmente a primeira ordem recebida.
Meu primeiro movimento foi levantar lentamente o rosto para visualizar, mesmo que embaçado, o movimento lá em cima. A piscina estava, para a minha felicidade, totalmente vazia. Já fazia algum tempo que eu estava ali mergulhada, e pude perceber que ninguém ainda havia notado... não que eu me importasse, e sinceramente, não me importava. Sentia uma paz...
Percebi então que já havia me movimentado para a direita, e já estava um pouco mais fundo, e de uma certa forma, propositalmente. Percebi um movimento, e algo lentamente se encostando no meu braço.
Um susto, um giro, dois rostos. Afastamento... de minha parte, é claro. O ar já era necessário, já estava começando a me incomodar a falta de som, a falta de "gravidade" digamos assim. Mirei-me da cabeça aos pés. Droga, eu ainda estava com o vestido e com os sapatos. Minha mãe ficaria furiosa...

03 julho 2011

...

Nota

Os seres humanos são atraídos pela lua da mesma forma que as mariposas pela lâmpada.

01 julho 2011

Minha princesa cordel (Gilberto Gil)

Minha princesa
Quanta beleza coube a ti
Minha princesa
Quanta tristeza coube a mim
Na profundeza
O amor cavou
O amor furou
Fundo no chão
No coração do meu sertão
No meu torrão natal
Meu berço natural
Meu ponto cardeal
Meu açucar, meu sal

Ó meu guerreiro,
O teu braseiro me queimou
Ó meu guerreiro,
Meu travesseiro é teu amor
Meu cangaceiro
Que me pegou
Me carregou
Que me plantou no seu quintal
Me devolveu
Minha casa real
Minh'alma original
Meu vaso de cristal
E o meu ponto final

Nossos destinos
Desde meninos dão-se as mãos
Nossos destinos
De pequeninos eram irmãos
E os desatinos
Também tivemos que vivê-los
Bem juntinhos
E os caminhos
Nos trouxeram para este lugar
Aqui vamos ficar
Amar, viver, lutar
Até tudo acabar

23 junho 2011

" O coração instável é a única constante neste mundo. "

20 junho 2011

...






Chasing pavements (tradução)

Eu me decidi
Não preciso refletir sobre isto
Se estivesse errada, estaria certa
Não é preciso nenhum olhar
Isto não é luxúria
Eu sei que isso é amor, mas
Se eu dissesse ao mundo
Não teria dito o bastante
Porque não foi dito a você
A única certeza que temos nessa vida é uma só: mudança.

17 junho 2011

Elephant Gun (tradução)

Se eu fosse jovem, eu fugiria dessa cidade,
Enterraria meus sonhos embaixo da terra
Assim como eu, nós bebemos até morrer,
Nós bebemos essa noite

Longe de casa, com armas de caça
Vamos abatê-los um por um
Nós vamos derruba-los, eles não foram encontrados
Eles não estão aqui

Que comece a temporada - elas rolam como devem
Que comece a temporada - que derrube o grande rei
Que comece a temporada - elas rolam como devem
Que comece a temporada - derrubem o grande rei

E rompe através do silêncio, nosso acampamento
À noite
E rompe através da noite
A noite toda, toda a noite
E rompe através do silêncio, nosso acampamento
À noite
E rompe através do silêncio, tudo que é deixado
É tudo o que eu escondo

13 junho 2011

...

Os quereres - Caetano Veloso

Onde queres revolver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
Onde sou só desejo, queres não
Onde não queres nada, nada falta
Onde voas bem alto, sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
E onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
E onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, sou o irmão
E onde queres cowboy, sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, sou o espírito
E onde queres ternura, sou tesão
E onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

E eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssimas prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Eu te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, fliper-video
Onde queres romance, rock n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, sou obus

O quereres e o estares sempre afim
O que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer o que há, e do que não há em mim
Tanta coisa para dizer, e no momento necessário as palavras me fogem da cabeça...

08 junho 2011

05 junho 2011

As fotos pregadas na parede, as prateleiras cheias de livros e caixas, a cama desarrumada, cheia de roupa amassada, bolsa, cobertor e travesseiros. O tapete fora arrastado até um canto qualquer do quarto, perto dos pés de alguém. Sentada, com as costas de encontro a porta que dava passagem para qualquer um que quisesse entrar no aposento, lia calmamente um livro, dos tantos que ficavam guardados.
Não sabia há quanto tempo estava passando os olhos pelas páginas, mas aquela história lhe parecia bem interessante, pois pela janela conseguiu perceber que já estava escurecendo. Por quantas horas ficou fora dessa realidade? Quatro, cinco horas? Já não ligava, ficara tanto tempo naquele silêncio dela mesma, que qualquer ruído lhe causava dor de cabeça. Estava precisando daquilo a um bom tempo, finalmente conseguiu descansar as ideias um pouco.
Um som muito conhecido a tirou de sua leitura: a campainha. Estava prestes a matar o infeliz que a fez levantar do chão quentinho do seu quarto para pisar no piso gelado da garagem. Abriu a porta e colocou apenas a cabeça para fora para visualizar melhor a pessoa que tocou aquele aparelho infernal. Ninguém... só podia ser brincadeira, será que aqueles vizinhos estavam de graça com a sua cara... de novo? Com uma raiva enorme bateu a porta. Estava quase chegando no seu santuário da leitura, quando aquele som entrou novamente na casa. Voltou batendo os pés até o portão dessa vez, e já quase falando palavras um tanto quanto inconvenientes para a situação, parou estática, muda... não acreditava no que via, o que ele estava fazendo ali?

24 maio 2011

Olhos de ressaca

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada." Eu não sabia o que era obliqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.

20 maio 2011

19 maio 2011

Muitas coisas poderiam ser ditas em algumas linhas, muitas coisas gostariam de ser escritas e registradas... mas minhas mãos se recusam a colocá-las em forma de um texto, minha cabeça se recusa a formular tudo de forma compreensivel.
Perdoe as minhas lágrimas por cair, mas elas não parecem obedecer a nenhum comando do meu cérebro. Na realidade, acho que nada no meu corpo parece obedecer a comando algum... perdoe os soluços, que mesmo baixos ainda são audíveis a qualquer um que se aproximar de mim. Perdoe os risos nervosos, que no momento, saem involuntários da minha garganta.
Acabei descobrindo, ao acaso, que tenho certa facilidade de escrever, já que é quase que genético. Pena que aproveito isso registrando algo que para muitas pessoas pode soar um tanto quanto deprimente. Gosto de utilizar dessa forma, pra me expressar e soltar muitas coisas que eu gostaria de dizer as pessoas, mas infelizmente me falta coragem.
Coragem... é uma palavra engraçada se você parar para ouvir... coragem! Qual a vantagem de se ter coragem? Não ter medo do perigo? Se fossemos analisar, o medo é uma forma de defesa, que nos ajuda a não arriscarmos nada que possa ser "nocivo". Arriscar pode parecer divertido, e até mesmo aventureiro, mas muitas vezes acaba em decepção.
Lendo essas linhas, percebi que não passei nem um décimo do que várias pessoas passaram. Temos mania disso, não? Achar que nosso problema é maior do que o de todo mundo, e mesmo não admitindo, acaba se formando uma forma um tanto quanto "doentia" de orgulho. Não deveríamos nos orgulhar dos nossos problemas. Deveríamos tentar expulsá-los de nossas vidas.
Perdoe as minhas lágrimas por cair, mas elas não parecem obedecer a nenhum comando do meu cérebro. Na realidade, acho que nada no meu corpo parece obedecer a comando algum... perdoe os soluços, que mesmo baixos ainda são audíveis a qualquer um que se aproximar de mim. Perdoe os risos nervosos, que no momento, saem involuntários da minha garganta. Peço desculpas novamente. Me sinto boba e esquisita no momento, com tantas coisas que gostaria de dizer, e com tanto medo de me expressar... e acabar em decepção.

13 maio 2011

" Eu olho pra você, e você olha pra mim
Eu olho pra você... e você desvia o olhar "

Call me back

07 maio 2011

Le fabuleux destin d'amélie poulain

Pintor: "Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes."
Amelie: "Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros."
Pintor: "E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?"

05 maio 2011

Nove meses e uma vida

"E dentro de mim hoje, nasceu um novo coração..."
João Leopoldo e Patrícia

Foram nove meses aconchegada, dentro de um lugar um tanto quanto familiar para cada ser humano que existe na face da terra. Foram nove meses dividindo tudo com você. Foram nove meses de sufoco, nove meses de emoção... e uma vida de amor!
Mesmo as vezes esquecendo de demonstrar, gostaria de ser um tanto quanto direta nas minhas palavras seguintes: "Eu te amo mais que tudo nesse mundo". Gostaria de te lembrar, mesmo você sabendo, que sou grata a tudo que você fez por mim nesses meus quase 16 anos. Quero reforçar, algo que você já deve saber, pois a sua importância é tão grande pra mim que nem me cabe palavras.
Toda garota, mesmo não admitindo, sonha em ser mãe... é uma das coisas mais maravilhosas que ocorrem no mundo. Quando chegar a minha vez, espero ser tão boa ao meu(a) filho(a) quanto você é pra mim. Trago aqui, algumas poucas e simples palavras, pra descrever o que eu quero que você saiba sempre: que eu te amo, e me importo inteiramente com você!

19 abril 2011

You - Regina Spektor (tradução)

Nunca desista de amar
A não ser que você necessite
Nunca desista de amar,
A não ser que você deva
Porque isso caçará você
No futuro...
Tentará rastejar em sua cama a noite

Nunca abandone seu amado
A não ser que ele te force
Por ter sido frio
E terrivelmente mau,
Mesmo assim, você provavelmente
Sentirá falta dele
Ele visitará em seus sonhos

Nomes e datas e rostos
Lugares aonde você foi feliz
Eu nunca cairei
Nunca cairei desse jeito de novo...

Nunca desista de amar
A não ser que você necessite
Nunca abandone seu amor
A não ser que você deva
Porque isso caçará
Seu coração vazio, para sempre
Até seu corpo tornar-se pó

Eu quero você...

10 abril 2011

Amnese - O dia em que resolvi sumir

Um dia eu resolvi sumir. E eu sumi porque queria ver como é que o mundo giraria sem mim. Antes, antes de tudo isso, até queria ser invisível, só para não ser notado, esconder-me, desaparecer... mas só agora, depois de tanto tempo, depois de um dia horrível, uma noite sem dormir, foi que eu deixei todas as coisas e com a roupa de corpo, algum dinheiro no bolso eu saí por aí. Fui lá, lá no alto, só para descobrir que o mundo continuava a girar sem mim. Isso foi no dia em que eu resolvi sumir...
Foi assim que eu resolvi desaparecer, eu desapareci para procurar, e procurar, que sempre foi transitivo direto, sempre foi, e agora, desconhecia qualquer complemento e isso, meu amigo, isso não era a única coisa que não fazia sentido algum por aqui.
E se você soubesse o quão egoísta eu me sentia, você entenderia porque naquele dia eu resolvi sumir. E eu sumi, porque mesmo o mundo, ele girando sem a minha força, girando sem depender de mim, se a minha vontade, o meu mundo, o meu mundo, esse nunca teria saído do lugar. E agora eu não posso mais esperar para ver o meu mundo começar a girar. Talvez tenha sido que eu tenha ido procurar.
Depois que eu fugi, fui procurar por Sofia. Sofia estava na curva do céu...

07 abril 2011

As faces se viraram ao mesmo tempo
Entre tantas outras no local
Ah, dois olhares se cruzaram
Em meio a esse carnaval

Seus corpos se moveram
Entre estátuas vivas, mas sem razão
Seus lábios se juntaram
Em meio a ressaca dessa paixão

Com a mente tonta
Captaram um lugar desconhecido
Nada estava na memória
Pelo tempo que foi vivido

Na estrada se cruzaram dois caminhos
Seguindo em várias direções
O destino aguardando novas almas
Querendo dois novos corações

O medo toma conta de todos que não querem
Viver na solidão
Um coração sozinho, uma alma esquecida
O embalo da ultima dança de uma nova
Paixão
Uuuuuuuuh

03 abril 2011

É incrível como cada cena que ocorre a todo momento de nossa vida pode ser simplesmente lembrada em um pedaço de papel. Ela está ali, congelada... o tempo congelou em cores, em olhares, e está ali presente, disponível a todo tempo que quisermos apreciar e lembrar.
Ela caminhava, câmera na mão, um caderno e um lápis dentro de sua bolsa. Fotografava qualquer coisa que lhe passasse na frente, e que lhe tocasse de alguma forma. Poderia ser uma simples flor no gramado, quanto um beijo de cinema, acidental. O sorriso jamais saia do seu rosto.
Sua câmera captou dois olhares apaixonados, voltados para eles. Era possível ser visto mesmo que por uma distância um tanto quanto longa, os traços - ou rugas - em seus rostos. Aquilo foi como um prêmio que ela havia recebido naquele dia. Lentamente se aproximou, daquele velho, mas tão jovem de espírito casal, perguntando se de alguma forma ela poderia fotografa-los. Recebeu um sim sinalizado com um pequeno movimento com a cabeça e um sorriso no rosto.
Um momento quase que inútil para qualquer pessoa que passasse por ali foi congelado contra o tempo. Um momento que ao decorrer dos anos, na memória não seria tão bem lembrado, mas estaria ali, revelado, retratado em um pedaço de papel, que duraria mais tempo que previsto...

Vick Cristina Barcelona (Woody Allen)

Só o amor, mesmo que incompleto e não correspondido, é romântico.

01 abril 2011

Quero caminhar
Esquecer o que passou
E o que será...
Quero entender
O que eu realmente
Sinto por você...

Quero te dizer
"Eu amo você"
Mas não sei se você dá valor!

Quero escutar
O que o meu coração tem
Para falar...
Mas não sei dizer
O que agora vem
Acontecer...

Quero te dizer
"Eu amo você"
Mas será que você quer também?

Deixo o medo ir
Embora, agora só
O que quero é sorrir...
Quero acreditar
Que na memória
O passado ficará...

Quero te dizer
"Não amo você"
E poder voltar a ser feliz...

...

27 março 2011

Andava com os pés descalços a beira mar... um sorriso estampado no rosto, com um sorriso estampado na mente, com um sorriso estampado no coração!

23 março 2011

Amado - Vanessa da Mata (trecho)

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu?
Fico desejando nós gastando o mar
Por do sol, postal, mais ninguém...
Peço tanto a Deus para esquecer
Mas só de pedir me lembrou...
Minha linda flor, meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus...
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais!

10 março 2011

Olhou pela janela a fora a rua, tão calma. Estranho vê-la assim. O sol, já se pondo, naquele fim de tarde gostoso, um vento frio e aquele clima de outono... uma sensação boa invadia o ambiente. Se encontrava sozinha, na companhia apenas de si mesma. Decidiu sair e arejar a cabeça um pouco.
Pisou no lado de fora do portão, respirou aquele ar gelado e esboçou um sorriso. Se sentia bem, se sentia leve... começou a caminhar rua abaixo, sem saber direito para onde suas pernas estavam a levando. Deixou-se guiar somente por um pensamento inconsciente, por um sentimento indescritível.
Os passos aceleravam gradativamente até perceber que estava correndo. Correu rua abaixo, dobrou a esquina, seguiu rua adiante... correu até se sentir cansada o bastante para parar. Parou ofegante, respirou fundo... uma risada escapou de seus lábios. Há muito tempo não se sentia assim...
Fechou seus olhos por um momento, se virou para seguir seu caminho e sentiu esbarrar de leve em algo... ou alguém. Se deparou com um par de olhos castanhos bem conhecidos... sorriu. Sem dar satisfação, ou pedir desculpas seguiu seu caminho. Só pode perceber ser correspondida, pois na face do mesmo surgiu um sorriso. Os olhos do rapaz seguiram a silhueta da jovem desaparecer no fim da rua.
A noite estava começando a cair, o clima cada vez mais frio... a ponta de seu nariz estava gelada, assim como a ponta de seus dedos das mãos. Ela não sentia nada, seu coração estava aquecido, sua mente leve... não tinha preocupações.

09 março 2011

E eu digo "eu consigo me ver em seus olhos"
E você me diz "eu consigo te ver no meu caminho"

Sonhos - Caetano Velozo

Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo,
E de repente, me via assim completamente seu...
Vi a minha força amarrada no seu passo,
Vi que sem você não há caminho, não me acho,
Vi um grande amor gritar dentro de mim como eu sonhei um dia.
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha,
Mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria
No meu jeito de me dar.
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida,
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida,
Você veio me falar dessa paixão inesperada por outra pessoa.
Mas não tem revolta não,
Só quero que você se encontre.
Saudade até que é bom,
Melhor que caminhar vazio.
A esperança é um dom que eu tenho em mim,
Eu tenho sim.
Não tem desespero não,
Você me ensinou milhões de coisas.
Tenho um sonho em minhas mãos,
Amanhã será um novo dia,
E certamente eu vou ser mais feliz...

...

vou sair por aí numa hora dessas...

04 março 2011

What Ever Happened - The Strokes (trecho/ tradução)

Eu quero ser esquecido,
E não quero ser lembrado.
Você diz " por favor, não torne isso mais dificil",
Não, eu ainda não vou.

Eu quero estar junto dela,
Ela quer ser admirada.
Você diz "por favor, não torne isso mais dificil",
Não, eu ainda não vou.


Há momentos em que nos encontramos e palavras não saem de nossas bocas, mesmo presa em nossa mente. Tudo o que você quer que seja dito, mas nenhum som ouvido. Ideias presas, querendo se libertar... querendo se expressar, querendo ser expressadas.
Bloqueamos essa passagem para não mostrar o que realmente queremos que vejam, que notem. Bloqueamos por medo, insegurança... por pura tolice. E nunca abrimos pra ninguém, nem mesmo para nós mesmos.
Escondemos coisas de nós mesmos por não querer acreditar naquilo que sabemos, e por algum motivo escondemos.
E por mais que esse ciclo queira ser repetido, sabemos claramente que nem completa-lo conseguimos, pois queremos esconder coisas óbvias, que todos enxergam, inclusive nós mesmos.

02 março 2011

Sozinho - Caetano Veloso

As vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando, o antes, o agora e o depois

Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho

Não sou e nem quero ser o seu dono
é que um carinho as vezes faz bem
Eu tenho meus segredos e planos secretos
Só abro pra você e mais ninguém

Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora!

Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

28 fevereiro 2011

24 fevereiro 2011

É visto um sorriso singelo... o choro preso na garganta.
A face serena... um olhar distante.
Risadas para todo lado... palavras entre soluços.
Os olhos brilhando... lágrimas caindo.
Contos de fadas... decepção.

17 fevereiro 2011

Com a cabeça baixa, parecendo achar interessante algum ponto fixo no chão, e as mãos tremulas, de longe se podia perceber o nervosismo estampado em sua testa. Alheia a tudo a sua volta, seu mundo particular parecia estar travando uma batalha, e mesmo sendo personagem principal dessa desventura, tentava a todo custo fugir dessa imagem...
Os olhos, já inundados de lágrimas cristalinas, a boca balbuciando quase que em silêncio algumas sílabas em desordem, os dedos de encontro um ao outro... Pobre mente, que se encontrava em um momento de confusão, um misto de satisfação e angústia.
Levou as mãos até apoiá-las em sua cabeça, fechando os olhos e respirando fundo... entre lágrimas e soluços, era possivel descrever algo que não expressava sentido algum: "será?... será?", e cada vez mais distante do mundo real, ia se perdendo em uma ilusão pessoal.
Os olhos abertos, as lágrimas secaram... quase que mecânico, sua face mudou de posição, passando a olhar o movimento na rua. Viu pés... pés se aproximando de si, e a cada passo dado, uma nova batida em seu coração era ouvida. Quase que num feitiço, a angústia foi embora, dando espaço para uma nova sensação: ansiedade. Toda confusão finalmente tinha se estabelecido, e quase que como uma luz, a resposta veio a tona.
Relaxou os músculos do rosto, e singelamente sorriu.

16 fevereiro 2011

Dispensa palavras, dispensa gestos, dispensa toques, dispensa som, dispensa olhos.
Sente sem perceber, e quando percebe é tarde demais.
Não adianta chorar, não adianta gritar... sofrer não vale a pena, a razão é justamente contrária a dor!
Razão não se mede, não é nescessário pensar. Pensar não ajuda, prejudica, confunde.
Confundo até mesmo a mais fria alma que se nega a se entregar... com medo de se perder, com medo de perder sua razão... se julga sem emoção, sem sentimentos, mas a confusão que causa em seu corpo é demais até para um cético responder a questão.
Estranho, confuso, delírios ocorrem a todo tempo, evasões a um mundo utópico, perfeito, no qual qualquer um se perde. Se perde no prazer, se perde em emoções, se perde em sentimentos escondidos no mais fundo possível de seu coração.
Até perceber que é tarde... já não pode mais voltar no tempo, já não pode mais explicar. Não é possível explicar o amor...

13 fevereiro 2011

Regina Spektor - Genius Next Door (tradução)

Alguns disseram que o lago local havia sido encantado
Outros disseram que devia ter sido o clima
Os vizinhos estavam tentando mantê-la calma
Mas eu juro que eu podia ouvir risos
Então eles brincaram apelidando isso de "mingau de aveia"
Porque durante a noite aquele lago tinha se tornado tão espesso como manteiga
Mas os jovens locais ainda iam nadar, beber
Dizendo que para eles não importava.

Se você segurar sua respiração até voltar na íntegra
Segure a respiração até achar que é necessário, seu tolo

O gênio do vizinho estava negociando quadros
Limpando o rótulo da garrafa de ketchup
Subindo e balbuciando fábulas alemãs
Não se importavam com o quanto ele foi capaz
De tirar a roupa pelo lixo
Durante a noite, enquanto todos dormiam
E caminhar pelo meio do mingau de aveia
Apenas ele e seu segredo para manter

Se você segurar sua respiração até voltar na íntegra
Segure a respiração até achar que é necessário, sua criança tola

De manhã, as filmadoras começaram a chegar
Com café, Donuts e repórteres
As crianças foram despertar a ressaca
Os vizinhos estavam ligando os seus carros
O lixeiro estava com o caminhão de lixo
Ateus estavam orando cheios de sarcasmo
E o gênio do vizinho estava dormindo
Sonhando que o antídoto era um orgasmo.

Se você segurar sua respiração até voltar na íntegra
Segure a respiração até achar que é necessário, sua criança tola