31 dezembro 2012

É 2012, você veio e trouxe um ano inesquecível. Agradeço-lhe por isso. Trouxe mudanças, trouxe novidades, trouxe amizades, trouxe oportunidades, trouxe histórias, trouxe mais vida. E agora você se vai, como todos os outros anos que se foram, mas deixa 2013 chegar pra que ele acrescente cada vez mais e mais em nossas vidas. 2013, só o que lhe peço é que venha e traga o que tiver que trazer, e com isso muitas coisas boas. Um feliz ano novo.

25 dezembro 2012

Não é a primeira e nem será a última vez em que resolvo escrever sobre água. Afinal, a água me fascina, de uma certa forma até mais que o ar.
Mergulhada em uma piscina sinto a diferença de atrito com a minha pele entre o ar e a água. Ela forma uma capa de forma com que eu não me movimente normalmente. É de fato fácil sentir a água, mas em algum ponto, meu corpo se acostuma e de alguma maneira me parece que ela não está lá. Essa sensação de algo não fazer sentido me toma frenquentemente, e me pego escrevendo sobre coisas que talvez não façam sentido para a maior parte da humanidade. Ou então quem sabe eu esteja sendo arrogante de me achar uma exceção, mas de fato não me sinto incluída na grande maioria.
Sempre tive medo do escuro, desde pequena. Não gosto de me encontrar na escuridão, pois não enxergo o que existe além dela. Mas ontem, um alguém me disse algo que de forma me fez mudar essa concepção da definição de escuro como terror: nós temos medo do escuro porque não enxergamos o que há nele, mas de uma certa forma ele é um escudo, pois também não podem nos enxergar. Isso me traz conforto. Mas é verdade quando se diz que temos medo do que não podemos ver, e isso se resume a tudo. Exatamente tudo. Tenho medo de não saber o que pode vir a seguir, mas na realidade não sem mesmo o que vem a seguir.
Descobri de fato que não sei muito bem o que me move. Cheguei a conclusão de que desisto e largo as coisas com facilidade, pois nada me prende de fato. O desapego sempre se mostrou um grande amigo e um abrigo, mas existem coisas em que é bom ter apego. Acredito ter apego naquilo que se torna importante de fato para mim, mas não se pode ter apego a algo que não se tem certeza. O futuro é algo que não sei bem. Não sei bem a que ponto quero chegar, a que lugar, a que objetivo. Penso em ao menos descansar e não precisar fazer nada, mas isso se torna uma espécie de tédio e limbo onde me prenderia com tais pensamentos e nenhuma ação. Isso se torna vergonhoso.
Não sei como finalizar esse pensamento confuso, talvez com água. Ou talvez com cama. Ou talvez com o som dos pensamentos que fazem festa a todo momento na minha mente...

18 dezembro 2012

E os sonhos, onde estão? Talvez perdidos por aí... será possível encontrá-los?
Ele não podia sonhar. Triste fato que lhe acompanhava desde sempre. Nunca sonhou absolutamente nada. E não se tratava do tipo de pessoa que sonha e na manhã seguinte não se recorda. Simplesmente não sonhava. Mas isso tinha um porque: ele não dormia. Nunca dormiu, nunca sentiu sono, cansaço. Irônico é o fato de se cansar de não estar cansado. Era um mistério.
Mas naquele lugar tudo era misterioso, nada fazia sentido. Se bem que as coisas não costumam fazer sentido em lugar nenhum. Rua Nada, nº 0, Lugar Nenhum, um bom endereço talvez. Não conhecia ninguém e ninguém o conhecia. Vivia no vazio desde sempre, desde que se recordava. Nem de seus pais se lembrava muito, mas afinal, sua memória não era muito boa. Não era bom em nada, mas não tinha problema, pois não existia o melhor em alguma coisa. Mas em alguma coisa ele era bom: não ser. Vivia uma vida pacata e solitária. Não trazia consigo nem ao menos o seu nome, e a única coisa que lhe acompanhava era o silêncio.
Seguia por alguma rua qualquer em um dia qualquer. Uma lata de lixo caiu e rompeu o silêncio. Assustou-se. Fazia muito tempo que não houvia nada parecido, mas fazia muito tempo que não ouvia absolutamente nada. Ficou observando a lata, com todo aquele lixo no chão e um gato saindo de dentro. Mais um susto. Não se lembrava de ter visto um animal daquele tipo alguma vez na sua vida. Tivera um cachorro certa vez, mas o mesmo sumiu algum tempo atrás. Olhou para o chão e todo o lixo jogado. De onde surgia tanto lixo? Não se lembrava de ver alguém por aquelas ruas, nem ninguém nas casas. Foi quando olhou para o lado, e pela janela pode ver uma menina. A garota aparentava ter a sua idade, apesar de não saber bem ao certo quantos anos tinha. O ponto é que o rapaz se encantou. Pensou em bater na porta e dizer algo como... dizer o que? Não vinham palavras em sua boca, mas nenhuma palavra jamais saiu de sua boca. Continuou seu trajeto até sua casa.
No dia seguinte seguiu para a mesma rua, apenas observando a jovem. Foi quando ouviu um som, um som doce que trazia alguma vida para aquele estranho mundo sem vida. Percebeu que a jovem fazia algo. Mas que objeto era aquele? O que eram aquelas coisas que se moviam com os seus dedos. Sentiu uma curiosidade imensa ao observar a jovem tocando piano. Ela parecia feliz. Sorria o tempo todo. De repente, o rapaz sorriu. Sorriu e continuou ali parado apenas a observando.
Seguiram-se muitos dias iguais aos outros, e essa sua nova rotina estava lhe fazendo muito bem. Parecia saudável, alegre, e mais que tudo... estava apaixonado. Mas nunca lhe diria nada. Apenas ficava ali a observar. Conforme ia passando o tempo, e aquela nova sensação lhe tomava por inteiro, começou a encontrar mais pessoas pela rua. De uma hora pra outra Lugar Nenhum já poderia mudar de nome por Algum Lugar. Aliás, foi exatamente isso que aconteceu. Sua rua, agora chamada de Qualquer, continuava com o 0 pendurado na casa, mas as coisas pareciam estar mudando. Ouvia sons. Sons de qualquer coisa, até mesmo o som do silêncio. A sensação que lhe passava é que tinha saído de um filme mudo para um filme com sons. Assistia filmes e pensava. Já conseguia dormir. Mas não sonhava. Não sabia o porque, mas ainda não sonhava.
Observava a jovem, como todos os dias, mas dessa vez seu olhar foi respondido com um olhar vindo da mesma. Ficaram assim talvez por poucos segundos, mas segundos que duraram algumas horas. Virou-se e saiu pela rua. Chegou em sua residência e continuou com aquela sensação esquisita. Tentou dormir, já que agora era algo que fazia. Não conseguiu. Tentou mais um vez. Nada. Na terceira tentativa, o sono veio. O sono e o sonho acompanhando o mesmo:
Ele não podia sonhar. Triste fato que lhe acompanhava desde sempre. Nunca sonhou absolutamente nada. E não se tratava do tipo de pessoa que sonha e na manhã seguinte não se recorda. Simplesmente não sonhava. Mas isso tinha um porque: ele não dormia. Nunca dormiu, nunca sentiu sono, cansaço. Irônico é o fato de se cansar de não estar cansado. Era um mistério.

15 dezembro 2012

14 dezembro 2012

Falando de romance.
Não quero um romance de novela nem qualquer mocinho da TV. Todas as risadas e o olhar já valem tudo. Quero a verdade e a realidade. E  todas as conversar sobre assunto qualquer que se pode ter. E as vezes o silêncio, aquele que traz paz. Alma pra alma, não é o que diz? É a beleza que existe. Bom, era só isso mesmo...
Mas um beijo de cinema as vezes cai bem...
E tudo pode ser dito. Tudo que se quiser dizer. Talvez queira contar um conto, ou as vezes se segue um desabafo. É incrível a capacidade de se escrever, a capacidade de transmitir o que se sente em palavras impressas em um papel, ou em uma tela de computador. Aliás, o ser humano é dotado de capacidades maravilhosas, e ao mesmo tempo também é dotado de uma ignorância absurda. É um ser imperfeito, e isso causa a perfeição.
Se formos analisar, o erro é algo certo. A capacidade de errar é algo certo. A capacidade de errar é linda. Mas não é isso que vem bem ao caso no momento. Aliás, não sei o que vem ao caso no momento. Escrevo em linhas e percebo o quanto minha escrita mudou, o quanto minha capacidade de pensar mudou. Meus pensamentos são outros, tudo muda. A mudança é a coisa mais bela que existe, dada pelo tempo. O tempo é sábio, e o tempo de mudanças acontece a todo tempo.
Não me sinto coerente em nada que escrevo no momento, mas qual o problema de não haver coerência? A confusão é poesia, a confusão é bela. A dúvida é essencial na vida, imagine uma vida repleta de certezas, sem nada para se duvidar. Cairia no tédio, e o tédio pode ser fatal. Fatalidades da vida, acontecem o tempo todo. Coincidências, encontros, desencontros. Uma vida requer mais que isso. A vida é repleta de fatos. Fatos não, momentos. 
Olho para uma cadeira. Ela é realmente uma cadeira? Não, ela está uma cadeira. O abstrato que compreendemos é concreto, e na realidade existe algo que seja mais abstrato ainda. Nossa capacidade de pensar não chega tão além, mas afinal, estamos condicionados a viver em uma alienação que se segue apenas ao que nos dizem. Acreditamos em tudo que falam, e não tentamos pensar com nossas próprias cabeças. A triste realidade do cotidiano me pega, e quando paro para refletir sobre isso, percebo o quão leiga sou nesse assunto.

12 dezembro 2012

10 dezembro 2012

Por que as lágrimas vinham? Ela não sabia. O que pensava? Não sabia. Não é normal se sentir assim, desse jeito. Uma angústia lhe tomava, um medo, não sabia direito o que era. Esperava por algo que não sabia o que era, mas sabia que poderia vir a acontecer. Apenas esperava, afinal, o que poderia fazer?

09 dezembro 2012

E o que dizer nesse momento? Muitas vezes não se sabe. Na realidade quase sempre não se sabe o que dizer. Há momentos em que o silêncio é o melhor amigo. Gosto do silêncio. O silêncio é algo frágil. É uma fina camada que pode ser rompida a qualquer momento com um simples ruído. O som da respiração já o quebra. Aí está a beleza. Na fragilidade, na simplicidade e ainda sim na complexa combinação de não haver som. Em alguns momentos dá angústia, porque de alguma forma, o silêncio pode ser desconfortante as vezes. Ou até assustador, você se sente ameaçado.
Mas se o silêncio é acompanhado do olhos fechados e do corpo deitado em qualquer lugar que seja, acaba se tornando um abrigo. Em outras vezes, se acompanha dois olhares se encontrando e sorrisos se formando, é feito o momento que dispensa qualquer palavra ou fundo musical...

05 dezembro 2012

04 dezembro 2012

Tranquila Mente
Sincera Mente
Poética Mente
Sossegada Mente
Ocasional Mente
e ainda muitos mentes que não me lembro...
E ter na mente tudo isso.

MAD WORD (tradução)

Tudo ao meu redor são rostos familiares
Lugares desgastados, faces desgastadas
Claro e cedo para suas corridas diárias
Indo a lugar nenhum
Suas lágrimas estão enchendo seus copos
Sem expressão
Escondo minha cabeça e quero afogar meu sofrimento
Sem amanhã
Eu acho isso meu divertido
Eu acho isso meio triste
Os sonhos nos quais estou morrendo
São os melhores que já tive
Eu acho difícil de te contar
Porque acho difícil para aceitar
Quando pessoas correm em círculos
E este mundo é muito
Mundo louco
Crianças esperam pelo dia que se sintam bem
Feliz aniversário
Feito para se sentir como toda criança deveria
Sentar e escutar
Fui para a escola e estava muito nervoso
Ninguém me conhecia
Olá professor, me diga qual é a lição
Olhe bem para mim

Quando pessoas correm em círculos
E este mundo é muito
Mundo louco

02 dezembro 2012

Deitada na grama há quase duas horas, e nem se dera conta do tempo passando. As gotas de orvalho já se formavam, e naquela noite de verão nada lhe tiraria o sossego. Tudo passava-lhe na mente, o tempo todo, o que era natural vindo dela. O celular já não tinha bateria, então o que se esperava era que ninguém conseguisse fazer nenhum contato com a mesma. Que horas seriam? Já nem se sabia, e quando percebeu esse fato lhe passou rapidamente na mente que sua mãe estaria furiosa e desesperada. Sentiu um pingo de culpa que logo passou, pois estava realmente muito tranquila naquele lugar. A lua parecia mais bonita que em qualquer outro dia normal, pois a chamava. No sentido literal da palavra, ela realmente ouvia a lua lhe chamando. Pensou que deveria estar louca, mas que loucura maravilhosa receber um convite feito pela lua.
Virou-se para um lado observando os bancos da praça. Havia naquele exato momento um gato correndo, e um cachorro vindo logo atrás, um homem dormindo em um dos bancos e em um outro mais para o fundo um casal namorando. Virou-se novamente para o céu e observou um pouco mais as estrelas. Cada uma delas parecia piscar em sua direção. Olhava atentamente, mas o sono que lhe tomava pouco a pouco fazia com que seus olhos fechassem lentamente. Abriu os olhos, como se apenas os tivesse fechado por menos de dois minutos, lembrando que precisava estar em casa antes que sua mãe chamasse a polícia. Aliás, como odiava a polícia, e não estava com nenhuma vontade de ter que conversar com os policiais. Levantou-se rapidamente, limpou a sujeira em sua roupa e saiu pela parte iluminada da praça. Mas o homem não estava mais lá deitado, estirado em um dos bancos, nem o casal namorando no outro. Começou a andar pelas ruas e percebia que nenhum carro vinha. Aliás, não havia nenhum carro nas ruas, nem nas casas. Em um ponto do caminho começou a perceber que já não haviam casas, e muito menos pessoas. Se sentiu perdida, e a cada passo que dava, mais coisas pareciam não fazer parte da paisagem. Até um ponto em que parou, e tudo que viu foi uma tela branca. Estava dentro dela. Já não se via nada em nenhum dos lados e isso a desesperou.
Procurava loucamente por alguém, por algo, por qualquer coisa. Até perceber que em algum lugar se encontrava um espelho. Um espelho do tamanho para cobrir uma parede grande, diga-se de passagem. Se observou no espelho, virou, esticou, abaixou, e por último apenas olhou atentamente. De repente ficou paralisada. No sentido literal da palavra, não conseguia mexer um músculo do corpo, apenas piscava. E em uma dessas piscadelas, Conseguiu ver o rosto de várias pessoas. E elas pareciam lhe observar, e encarar, e comentar entre si. Haviam as que lhe admiravam, e outras que faziam pouco caso, mas as pessoas não paravam de aparecer.
Em um comodo branco, grande, mais pessoas entravam, e observavam a exposição que se seguia. Cada foto um olhar, cada foto uma pessoa, cada foto uma sensação. E a que mais chamava a atenção no local era de um olhar perdido, assustado, envergonhado, a mais preciosa foto da coleção. A foto de uma menina, que parecia não entender o que se seguia no local.