31 dezembro 2012

É 2012, você veio e trouxe um ano inesquecível. Agradeço-lhe por isso. Trouxe mudanças, trouxe novidades, trouxe amizades, trouxe oportunidades, trouxe histórias, trouxe mais vida. E agora você se vai, como todos os outros anos que se foram, mas deixa 2013 chegar pra que ele acrescente cada vez mais e mais em nossas vidas. 2013, só o que lhe peço é que venha e traga o que tiver que trazer, e com isso muitas coisas boas. Um feliz ano novo.

25 dezembro 2012

Não é a primeira e nem será a última vez em que resolvo escrever sobre água. Afinal, a água me fascina, de uma certa forma até mais que o ar.
Mergulhada em uma piscina sinto a diferença de atrito com a minha pele entre o ar e a água. Ela forma uma capa de forma com que eu não me movimente normalmente. É de fato fácil sentir a água, mas em algum ponto, meu corpo se acostuma e de alguma maneira me parece que ela não está lá. Essa sensação de algo não fazer sentido me toma frenquentemente, e me pego escrevendo sobre coisas que talvez não façam sentido para a maior parte da humanidade. Ou então quem sabe eu esteja sendo arrogante de me achar uma exceção, mas de fato não me sinto incluída na grande maioria.
Sempre tive medo do escuro, desde pequena. Não gosto de me encontrar na escuridão, pois não enxergo o que existe além dela. Mas ontem, um alguém me disse algo que de forma me fez mudar essa concepção da definição de escuro como terror: nós temos medo do escuro porque não enxergamos o que há nele, mas de uma certa forma ele é um escudo, pois também não podem nos enxergar. Isso me traz conforto. Mas é verdade quando se diz que temos medo do que não podemos ver, e isso se resume a tudo. Exatamente tudo. Tenho medo de não saber o que pode vir a seguir, mas na realidade não sem mesmo o que vem a seguir.
Descobri de fato que não sei muito bem o que me move. Cheguei a conclusão de que desisto e largo as coisas com facilidade, pois nada me prende de fato. O desapego sempre se mostrou um grande amigo e um abrigo, mas existem coisas em que é bom ter apego. Acredito ter apego naquilo que se torna importante de fato para mim, mas não se pode ter apego a algo que não se tem certeza. O futuro é algo que não sei bem. Não sei bem a que ponto quero chegar, a que lugar, a que objetivo. Penso em ao menos descansar e não precisar fazer nada, mas isso se torna uma espécie de tédio e limbo onde me prenderia com tais pensamentos e nenhuma ação. Isso se torna vergonhoso.
Não sei como finalizar esse pensamento confuso, talvez com água. Ou talvez com cama. Ou talvez com o som dos pensamentos que fazem festa a todo momento na minha mente...

18 dezembro 2012

E os sonhos, onde estão? Talvez perdidos por aí... será possível encontrá-los?
Ele não podia sonhar. Triste fato que lhe acompanhava desde sempre. Nunca sonhou absolutamente nada. E não se tratava do tipo de pessoa que sonha e na manhã seguinte não se recorda. Simplesmente não sonhava. Mas isso tinha um porque: ele não dormia. Nunca dormiu, nunca sentiu sono, cansaço. Irônico é o fato de se cansar de não estar cansado. Era um mistério.
Mas naquele lugar tudo era misterioso, nada fazia sentido. Se bem que as coisas não costumam fazer sentido em lugar nenhum. Rua Nada, nº 0, Lugar Nenhum, um bom endereço talvez. Não conhecia ninguém e ninguém o conhecia. Vivia no vazio desde sempre, desde que se recordava. Nem de seus pais se lembrava muito, mas afinal, sua memória não era muito boa. Não era bom em nada, mas não tinha problema, pois não existia o melhor em alguma coisa. Mas em alguma coisa ele era bom: não ser. Vivia uma vida pacata e solitária. Não trazia consigo nem ao menos o seu nome, e a única coisa que lhe acompanhava era o silêncio.
Seguia por alguma rua qualquer em um dia qualquer. Uma lata de lixo caiu e rompeu o silêncio. Assustou-se. Fazia muito tempo que não houvia nada parecido, mas fazia muito tempo que não ouvia absolutamente nada. Ficou observando a lata, com todo aquele lixo no chão e um gato saindo de dentro. Mais um susto. Não se lembrava de ter visto um animal daquele tipo alguma vez na sua vida. Tivera um cachorro certa vez, mas o mesmo sumiu algum tempo atrás. Olhou para o chão e todo o lixo jogado. De onde surgia tanto lixo? Não se lembrava de ver alguém por aquelas ruas, nem ninguém nas casas. Foi quando olhou para o lado, e pela janela pode ver uma menina. A garota aparentava ter a sua idade, apesar de não saber bem ao certo quantos anos tinha. O ponto é que o rapaz se encantou. Pensou em bater na porta e dizer algo como... dizer o que? Não vinham palavras em sua boca, mas nenhuma palavra jamais saiu de sua boca. Continuou seu trajeto até sua casa.
No dia seguinte seguiu para a mesma rua, apenas observando a jovem. Foi quando ouviu um som, um som doce que trazia alguma vida para aquele estranho mundo sem vida. Percebeu que a jovem fazia algo. Mas que objeto era aquele? O que eram aquelas coisas que se moviam com os seus dedos. Sentiu uma curiosidade imensa ao observar a jovem tocando piano. Ela parecia feliz. Sorria o tempo todo. De repente, o rapaz sorriu. Sorriu e continuou ali parado apenas a observando.
Seguiram-se muitos dias iguais aos outros, e essa sua nova rotina estava lhe fazendo muito bem. Parecia saudável, alegre, e mais que tudo... estava apaixonado. Mas nunca lhe diria nada. Apenas ficava ali a observar. Conforme ia passando o tempo, e aquela nova sensação lhe tomava por inteiro, começou a encontrar mais pessoas pela rua. De uma hora pra outra Lugar Nenhum já poderia mudar de nome por Algum Lugar. Aliás, foi exatamente isso que aconteceu. Sua rua, agora chamada de Qualquer, continuava com o 0 pendurado na casa, mas as coisas pareciam estar mudando. Ouvia sons. Sons de qualquer coisa, até mesmo o som do silêncio. A sensação que lhe passava é que tinha saído de um filme mudo para um filme com sons. Assistia filmes e pensava. Já conseguia dormir. Mas não sonhava. Não sabia o porque, mas ainda não sonhava.
Observava a jovem, como todos os dias, mas dessa vez seu olhar foi respondido com um olhar vindo da mesma. Ficaram assim talvez por poucos segundos, mas segundos que duraram algumas horas. Virou-se e saiu pela rua. Chegou em sua residência e continuou com aquela sensação esquisita. Tentou dormir, já que agora era algo que fazia. Não conseguiu. Tentou mais um vez. Nada. Na terceira tentativa, o sono veio. O sono e o sonho acompanhando o mesmo:
Ele não podia sonhar. Triste fato que lhe acompanhava desde sempre. Nunca sonhou absolutamente nada. E não se tratava do tipo de pessoa que sonha e na manhã seguinte não se recorda. Simplesmente não sonhava. Mas isso tinha um porque: ele não dormia. Nunca dormiu, nunca sentiu sono, cansaço. Irônico é o fato de se cansar de não estar cansado. Era um mistério.

15 dezembro 2012

14 dezembro 2012

Falando de romance.
Não quero um romance de novela nem qualquer mocinho da TV. Todas as risadas e o olhar já valem tudo. Quero a verdade e a realidade. E  todas as conversar sobre assunto qualquer que se pode ter. E as vezes o silêncio, aquele que traz paz. Alma pra alma, não é o que diz? É a beleza que existe. Bom, era só isso mesmo...
Mas um beijo de cinema as vezes cai bem...
E tudo pode ser dito. Tudo que se quiser dizer. Talvez queira contar um conto, ou as vezes se segue um desabafo. É incrível a capacidade de se escrever, a capacidade de transmitir o que se sente em palavras impressas em um papel, ou em uma tela de computador. Aliás, o ser humano é dotado de capacidades maravilhosas, e ao mesmo tempo também é dotado de uma ignorância absurda. É um ser imperfeito, e isso causa a perfeição.
Se formos analisar, o erro é algo certo. A capacidade de errar é algo certo. A capacidade de errar é linda. Mas não é isso que vem bem ao caso no momento. Aliás, não sei o que vem ao caso no momento. Escrevo em linhas e percebo o quanto minha escrita mudou, o quanto minha capacidade de pensar mudou. Meus pensamentos são outros, tudo muda. A mudança é a coisa mais bela que existe, dada pelo tempo. O tempo é sábio, e o tempo de mudanças acontece a todo tempo.
Não me sinto coerente em nada que escrevo no momento, mas qual o problema de não haver coerência? A confusão é poesia, a confusão é bela. A dúvida é essencial na vida, imagine uma vida repleta de certezas, sem nada para se duvidar. Cairia no tédio, e o tédio pode ser fatal. Fatalidades da vida, acontecem o tempo todo. Coincidências, encontros, desencontros. Uma vida requer mais que isso. A vida é repleta de fatos. Fatos não, momentos. 
Olho para uma cadeira. Ela é realmente uma cadeira? Não, ela está uma cadeira. O abstrato que compreendemos é concreto, e na realidade existe algo que seja mais abstrato ainda. Nossa capacidade de pensar não chega tão além, mas afinal, estamos condicionados a viver em uma alienação que se segue apenas ao que nos dizem. Acreditamos em tudo que falam, e não tentamos pensar com nossas próprias cabeças. A triste realidade do cotidiano me pega, e quando paro para refletir sobre isso, percebo o quão leiga sou nesse assunto.

12 dezembro 2012

10 dezembro 2012

Por que as lágrimas vinham? Ela não sabia. O que pensava? Não sabia. Não é normal se sentir assim, desse jeito. Uma angústia lhe tomava, um medo, não sabia direito o que era. Esperava por algo que não sabia o que era, mas sabia que poderia vir a acontecer. Apenas esperava, afinal, o que poderia fazer?

09 dezembro 2012

E o que dizer nesse momento? Muitas vezes não se sabe. Na realidade quase sempre não se sabe o que dizer. Há momentos em que o silêncio é o melhor amigo. Gosto do silêncio. O silêncio é algo frágil. É uma fina camada que pode ser rompida a qualquer momento com um simples ruído. O som da respiração já o quebra. Aí está a beleza. Na fragilidade, na simplicidade e ainda sim na complexa combinação de não haver som. Em alguns momentos dá angústia, porque de alguma forma, o silêncio pode ser desconfortante as vezes. Ou até assustador, você se sente ameaçado.
Mas se o silêncio é acompanhado do olhos fechados e do corpo deitado em qualquer lugar que seja, acaba se tornando um abrigo. Em outras vezes, se acompanha dois olhares se encontrando e sorrisos se formando, é feito o momento que dispensa qualquer palavra ou fundo musical...

05 dezembro 2012

04 dezembro 2012

Tranquila Mente
Sincera Mente
Poética Mente
Sossegada Mente
Ocasional Mente
e ainda muitos mentes que não me lembro...
E ter na mente tudo isso.

MAD WORD (tradução)

Tudo ao meu redor são rostos familiares
Lugares desgastados, faces desgastadas
Claro e cedo para suas corridas diárias
Indo a lugar nenhum
Suas lágrimas estão enchendo seus copos
Sem expressão
Escondo minha cabeça e quero afogar meu sofrimento
Sem amanhã
Eu acho isso meu divertido
Eu acho isso meio triste
Os sonhos nos quais estou morrendo
São os melhores que já tive
Eu acho difícil de te contar
Porque acho difícil para aceitar
Quando pessoas correm em círculos
E este mundo é muito
Mundo louco
Crianças esperam pelo dia que se sintam bem
Feliz aniversário
Feito para se sentir como toda criança deveria
Sentar e escutar
Fui para a escola e estava muito nervoso
Ninguém me conhecia
Olá professor, me diga qual é a lição
Olhe bem para mim

Quando pessoas correm em círculos
E este mundo é muito
Mundo louco

02 dezembro 2012

Deitada na grama há quase duas horas, e nem se dera conta do tempo passando. As gotas de orvalho já se formavam, e naquela noite de verão nada lhe tiraria o sossego. Tudo passava-lhe na mente, o tempo todo, o que era natural vindo dela. O celular já não tinha bateria, então o que se esperava era que ninguém conseguisse fazer nenhum contato com a mesma. Que horas seriam? Já nem se sabia, e quando percebeu esse fato lhe passou rapidamente na mente que sua mãe estaria furiosa e desesperada. Sentiu um pingo de culpa que logo passou, pois estava realmente muito tranquila naquele lugar. A lua parecia mais bonita que em qualquer outro dia normal, pois a chamava. No sentido literal da palavra, ela realmente ouvia a lua lhe chamando. Pensou que deveria estar louca, mas que loucura maravilhosa receber um convite feito pela lua.
Virou-se para um lado observando os bancos da praça. Havia naquele exato momento um gato correndo, e um cachorro vindo logo atrás, um homem dormindo em um dos bancos e em um outro mais para o fundo um casal namorando. Virou-se novamente para o céu e observou um pouco mais as estrelas. Cada uma delas parecia piscar em sua direção. Olhava atentamente, mas o sono que lhe tomava pouco a pouco fazia com que seus olhos fechassem lentamente. Abriu os olhos, como se apenas os tivesse fechado por menos de dois minutos, lembrando que precisava estar em casa antes que sua mãe chamasse a polícia. Aliás, como odiava a polícia, e não estava com nenhuma vontade de ter que conversar com os policiais. Levantou-se rapidamente, limpou a sujeira em sua roupa e saiu pela parte iluminada da praça. Mas o homem não estava mais lá deitado, estirado em um dos bancos, nem o casal namorando no outro. Começou a andar pelas ruas e percebia que nenhum carro vinha. Aliás, não havia nenhum carro nas ruas, nem nas casas. Em um ponto do caminho começou a perceber que já não haviam casas, e muito menos pessoas. Se sentiu perdida, e a cada passo que dava, mais coisas pareciam não fazer parte da paisagem. Até um ponto em que parou, e tudo que viu foi uma tela branca. Estava dentro dela. Já não se via nada em nenhum dos lados e isso a desesperou.
Procurava loucamente por alguém, por algo, por qualquer coisa. Até perceber que em algum lugar se encontrava um espelho. Um espelho do tamanho para cobrir uma parede grande, diga-se de passagem. Se observou no espelho, virou, esticou, abaixou, e por último apenas olhou atentamente. De repente ficou paralisada. No sentido literal da palavra, não conseguia mexer um músculo do corpo, apenas piscava. E em uma dessas piscadelas, Conseguiu ver o rosto de várias pessoas. E elas pareciam lhe observar, e encarar, e comentar entre si. Haviam as que lhe admiravam, e outras que faziam pouco caso, mas as pessoas não paravam de aparecer.
Em um comodo branco, grande, mais pessoas entravam, e observavam a exposição que se seguia. Cada foto um olhar, cada foto uma pessoa, cada foto uma sensação. E a que mais chamava a atenção no local era de um olhar perdido, assustado, envergonhado, a mais preciosa foto da coleção. A foto de uma menina, que parecia não entender o que se seguia no local.

29 novembro 2012

22 novembro 2012

E um vampiro me mordeu
Ou talvez tenha sido um sonho
Que bobagem!
A verdade é que os olhos se perdem
Em outro olhar que encara
E me faz desviar
Por pura timidez
Ou talvez a mordida tenha feito efeito
Mas sem me transformar
E apenas me fez olhar
Dessa vez sem desviar
Mas continuo mudando de cor
E tudo faz sentido
Sem ao menos sentido fazer
E já posso dizer tudo
Ou nem palavras usar
Eu já nem sei o que falo
Se ao menos pudesse fazer um motim
Quem sabe acabar com o estoque de rum
De que adianta se eu não bebo rum...
Não consigo pensar em como explicar
Mas será que é preciso?
Talvez o silêncio me ajude
E agora ficou muito mais claro
E um sorriso se fez...

21 novembro 2012

Quando não sei o que escrever, escrevo sobre água. É sempre assim, quando não se tem um assunto, eu penso em água. água de beber, água pra nadar, pra se banhar, o mar, só a água. A água é densa, e ainda sim se pode flutuar. Talvez seja por isso que ela é tão bonita. Ou talvez seja pelo simples fato de ela não ter cheiro, cor ou gosto, mas tudo isso é uma grande bobagem.
Na realidade bobagem é escrever sobre isso, pois só digo por não saber sobre o que falar. O que dizer? Pois digo que quero sonhar. Ter sonhos sem fim. Ter sonhos como se não houvesse amanhã. Mas e se eu já estiver sonhando? Ou quem sabe presa ao sonho de outra pessoa. Se pensar sobre todas essas dúvidas talvez eu enlouqueça. Ou talvez eu já esteja louca. Quem sou eu pra discordar? 
Quero ver estrelas, deitar na rede e ver estrelas. Quem me dera ter uma rede agora. Quem me dera um abraço agora. Quem me dera um céu agora. Quem me dera mais sorrisos agora. Quem me dera controlar tudo que escrevo. Mas a verdade é que não quero controlar, pois só assim posso dizer tudo que penso. Mas o que penso? Penso em tanta coisa... todos pensam o tempo todo, será que alguém consegue parar? Talvez morra. Dá pra morrer por falta do que pensar? Se for assim serei eterna...

15 novembro 2012


E tudo parece estar em paz por aqui... na realidade, tudo realmente está em paz. Em paz e em ritmo de festa...

10 novembro 2012

Veja bem
Quanta coisa já tem
Quando a coisa vai além
Já não sei quem vem
Escute aqui
Já sei que muito falo
Por você me calo
Mas e tudo que está por vir?
Afinal, o que aconteceu aqui?
Não sei nem se quero descobrir
Tudo pode ser usado contra você
Pense bem nas coisas que vai dizer
Olhe só
Não me culpe pelo amanhã
Estou sóbria ainda
Mas só dura pela manhã
Que beleza
Fui pega de surpresa
Será que agradeço
Por todo o preço?

09 novembro 2012

O gato dorme tranquilamente no sofá. No computador toca Pink Floyd. As pessoas conversam na cozinha, sobre o que será que falam? Aliás, por que estou aqui sentada em frente ao computador, quando há pessoas para conversar ao vivo? Algumas coisas não fazem sentido, e eu simplesmente me deixo levar pela maré. Mas a música está tão boa. Tão boa que é a terceira vez que a ouço, seguida. Gosto de ficar exatamente onde estou, nesse meu mundinho com as minhas coisas. Não é ser anti-social, ou qualquer coisa parecida, mas quando se está com o pé enfaixado é muito bom ficar sentada e parada. Meu gato ainda dorme. Como consegue? Quanto sossego, o invejo por isso. Por que estou escrevendo afinal? Não sei, ultimamente estou gostando de escrever, e gostaria de escrever sobre mais coisas, mas não consigo passá-las pro papel, e acabo escrevendo sobre a cena que se segue no momento. Realmente muitas coisas estão passando na minha cabeça agora, e coisas que parecem muito boas, e coisas que parecem ruins, e coisas que apenas são coisas. Não estou muito preocupada com a gramática nem a métrica nesse momento, apenas em dizer o que acontece. As pessoas continuam conversando, e eu continuo pensando se devo ir lá, apesar de estar acomodada aqui. Meu gato ainda dorme, e ele vai longe. Como eu gostaria de dormir agora.

08 novembro 2012

06 novembro 2012

Só sei que não sei o que quero, busco o que não sei se quero buscar, estou a procura do próprio procurar, e se encontrar algo, talvez seja o que eu preciso. Se encontrei olhar, desvio o meu. Mais incorreto impossível, imprevisível previsão. Busco o que não quero buscar e penso o simples fato de não pensar. Complico demais o que é tão simples, simples em palavras curtas como essas que deixam toda dúvida longa. Longe de tudo estou tão perto que já não posso tocar. Toco o que não é meu, talvez eu o deseje. Deseje sonhos de todo o mundo pois não encontro meus próprios sonhos. Sonho com tudo que não sei o que é. Ou sei e fujo do que sei, finjo não saber algo que todos já veem na minha frente. Te vejo em frente, e te escondo. E o futuro? O futuro já não se sabe o que esperar, pois não espero o que vem e diz que quer que eu espere. Acalme-se, me perdi em meus próprios pensamentos que não pensam em nada, e quanto mais clareza procuro, percebo que meu nome é mais uma ironia no mundo. Sossego, onde está o sossego quando eu preciso? Sossego todo o tempo e quando o desespero bate, você me larga. Quero descobrir o que quero e mais que tudo, descobrir o propósito desse texto.

FAÇA DESSE DRAMA

Queira cara ou não queira
Junte agora a cara, jogue noves fora
Vida não é brisa, coma pela beira
Brasa mora agora
Deixa estar, vai passar
Queira cara ou não queira
Tome a saideira
Cara, beba agora
Pois demora hora, uma vida inteira
Para a vida leve
Revelar, relevar

Onde a curva do amor findar
Corte o que não quer fechar
Ande onde a onda te levar
Se naufragou, faça desse drama sua hora
Faça disso a hora de recomeçar
Para conviver com a dor
Para a dor também saber passar
Se já passou, dê sorriso à cara
E vá embora

E ao voltar a caminhar, só então pode ver
Queira cara, ou não queira
Que já dá pra levantar voo...
Quem precisa acreditar no que o olho diz ver
Seja brasa, brisa ou beira
Só vai ser aonde quer for...


05 novembro 2012


Pois é... e o que o mundo é? O que quer que eu seja? Talvez não sejamos absolutamente nada e alguém nos diz que podemos ser o que quisermos. Dê-me pernas, ou então me mostre o caminho, já percebo que não sei caminhar sozinha.
Então preciso de ajuda? Todos precisam. Precisam de independência. Tudo depende de algo, será possível a autonomia? Autônomo... ninguém consegue se virar.
E metas? Como é seguir sem metas? O sonho já não sustenta o peso do corpo que se joga, que joga os problemas. Problemático é pensar que já não se pensa sozinho. Ou quem sabe eu jogue as responsabilidades dos meus atos em quem não participa da história. Confusão.
Confusão é melodia de quem não entende o que se vê. E o que eu vejo? Já não sei. Não sei de nada que desejo.

03 novembro 2012

-Ei, meu bem
Você não sabe a dor que tem
Talvez eu tenha sido injusta
Nas coisas que eu pensei
Ei, meu bem
Só peço o seu perdão... amém
De nada adianta pedir desculpas
Eu sei que eu errei
-Querida, acabou
Saiba que esse amor encerrou
De que adianta o meu perdão
Se a confiança acabou...
Me diz
De que adianta o meu perdão
Se a confiança acabou...

01 novembro 2012

"Feche os olhos. Prenda a respiração. Um, dois, três... 59... volte para cima". Abriu os olhos, recuperou o fôlego, deitou com o braço mergulhado na água. Olhou para o céu. Que horas seriam? Meia noite talvez, e por que estava ali? Precisava dar um mergulho. Precisava afogar algumas ideias que teimavam em boiar no seu cérebro, mas já era tarde. Olhou para o relógio. 02h37. Entraria? Quem sabe daqui a pouco. Rolou para o lado e foi direto para a água. "O que fazer? Perna direita pra lá, e depois a perna esquerda... e se eu quiser bater as duas juntas? Mas o que é isso?", olhou para as pernas com apenas a iluminação da piscina e com a visão embaçada pela água, mas pensou ter visto uma calda. Voltou para a superfície e respirou um pouco. Talvez fosse bom mergulhar mais uma vez. "Um, dois, três... 163...", e voltou para a superfície novamente sem perder o fôlego. Assustou-se. Saiu da piscina, se enrolou na toalha, abriu a porta, passou pela cozinha com uma sede sem tamanho, bebeu cinco copos de água e subiu. Tomou um banho rápido e se deitou. Tentou dormir, mas não conseguiu, se mexeu, se mexeu e levantou-se. Correu escada a baixo, abriu a porta e pulou na piscina. Na manhã seguinte sua mãe foi chamá-la de manhã, não viu ninguém na cama. Abriu a janela do quarto. Ela dormia com o corpo na água, debruçada na beira. Seria possível? Era a terceira vez na semana.
Corre tempo, tempo corre. Tic tac tic tac e o relógio continua no seu ritmo seguindo tic tac. E o mundo corre a fora sem saber que tudo para, e o corpo pede para descansar. Desacelerando...
Respira alma, puxe o ar. Ar de dentro, ar de fora e eu quero me acalmar.
Mas recomeça o tic tac sem um fim. E o mundo anda e mundo corre, e o tempo passa e tudo passa cego. Preto, branco, cinza e o mundo é de uma só cor, sem dar tempo de pensar no colorido que se tem. Desacelera...

29 outubro 2012

Olhe. Pense. Pense mais um pouco. Compare. Pense. Sonhe. Ria. Chore. Durma. Pense. E as vezes você percebe que pensar não é tão bom quanto parece...

18 outubro 2012

17 outubro 2012

O eterno se foi... Passou num instante.
A eternidade não dura nada menos que apenas o agora.
O agora fez hora para o futuro chegar, mas o passado passou e fez com que tudo fosse deixado pra trás.
E o tempo chega para todos, talvez para o próprio tempo.
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, e o óbvio chega no momento das coisas menos prováveis.
A ironia dá as mãos a delicadeza e te faz olhar pra mim. Ou nada fez sentido e me fez olhar para ti.
E todos percebem o inesperado, pois sempre há espera.
"Eu quis te conhecer, mas tive que aceitar/ Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá/ Seja a eternidade má/ Ando em frente por sentir saudade"
Acende o cigarro, traga, sopra para o lado.
E a juventude se perde em algo "bacana", se perde em si.
Me perdi no vício que custa a aparecer, que custa me largar.
Romantismo é moda, e o coração só bate.
Meu cérebro te sente...
O eterno é eterno no instante, no instante que te vi.
Não dá, não deu, não dará, e as pessoas seguem com problemas maiores.
Um ponto em pontos e sigo as reticências.
E termino com algo interminável.
...

16 outubro 2012

Quem diria, meu desapego precisa de aulas... de como desapegar de ti.

POIS É

Pois é
Não deu
Deixa assim como está,
Sereno
Pois é
De Deus
Tudo aquilo que não se
Pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
Avisa que é de se entregar o viver
Pois é
Até
Onde o destino não previu
Sem mais
Atrás
Vou até onde eu conseguir
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida amor, no olhar

11 outubro 2012

Quando algo é muito óbvio as pessoas pensam que é óbvio demais para ser aquilo, e tentam encontrar outros meios para mostrar que aquilo não é tão óbvio quanto parece. O que se deve pensar é que se algo  é óbvio, é óbvio que realmente seja aquilo, pois a ideia de quem pensou em fazer algo óbvio era justamente de as pessoas pensarem que nunca seria aquilo por ser óbvio demais. Não é óbvio?

10 outubro 2012


Ah o amor...
Ah o amo...
Ah o am...
Ah o a...
Ah o ...
Ah o...
Ah ...
Ah...
A...
...
Amar - mar. Que leve minha mente ao mar
Calma mente! Calmamente descanse
Tranquila minha mente, tranquilamente... deite
E te ter na mente, eu tenho. Eternamente...

09 outubro 2012

Pobre Catacrese, sofreu de eufemismo por metáfora! Abandonou suas filhas Elipse e Zeugma, que ficaram aos cuidados de Anáfora, tia das pequenas. Viviam no vilarejo Hipérbole, onde cresceram ao lado de Pleonasmo e Hiperbato, seus grandes amores. Mas Silepse, a qual era apaixonada por Pleonasmo armou um plano e jogou Elipse em meio as onomatopeias que cresciam no anacoluto, mas qual foi sua surpresa quando descobriu que com a ajuda das gêmeas Falácia e Falésia, os três jovens pegaram o paradoxo e resgataram Elipse, que havia sido aprisionada por Oxímero por ordens de Silepse. Voltaram à Hipérbole que estava em noite de festa. Se comemorava a Aliteração.

05 outubro 2012

Olhe no espelho. Veja como é fácil para ele por o nariz, por sua máscara. No picadeiro, despido de tudo que lhe veste, o tempo que lhe cobre, a vida denuncia. Na plateia, apenas máscaras e almas por detrás das máscaras, que ele ao se mascarar, tira.
Mas veja! Ali, na lona, algo novo acontece. Uma torta, uma porta, um tombo, e risos. Me lembra Carlitos, me lembra sorriso. Ingênuo, e máscaras caem. A cada sorriso, uma máscara a menos. Um novo tempo surge. O espetáculo continua, o show continua, a vida parece fluir. Por uma hora, os espectadores sentiram. Esqueçam correias. O último truque acaba. Quase que coordenado a plateia novamente se veste, se esconde para um teatro individual. Meu grande amigo está no camarim, tirando a maquiagem, tirou o nariz.
A face se confunde a muitas outras que se vê pela rua, e ele espera o verdadeiro show, e segue como espectador da própria vida.

04 outubro 2012

Mudar. Mudar. Mudar. Mudar. Mudar. Mudar. Mudar. Mudar. Mudança. Mudança. Mudança. Mudança. Mudança. Todo o tempo...
As coisas continuam as mesmas, o cheiro continua o mesmo, o gosto continua o mesmo, a mesma música toca. As pessoas ainda se cumprimentam, as crianças ainda brincam no parque, o homem ainda trabalha e sua mulher ainda chora, e alguém ainda vende o pão.
Chego em casa e mudo minha cama de lugar. Necessidade, nem que seja apenas o lugar que a cama vai ficar. Pego a tesoura, pego o cabelo. O cabelo cai no ralo. 
"- O que é que houve meu amor
Você cortou os seus cabelos
- Foi a tesoura do desejo
Desejo mesmo de mudar"

03 outubro 2012

Por favor vá embora
Aqui já não é o seu lar
Cansei de você jogar suas meias
Em cima do sofá
Por favor vá embora
E leve suas coisas de vez
Já não é a primeira vez que a polícia
Vem atrás de você
Não consigo mais me conter
Por favor vá embora
Não aguento mais essa dor
Não me venha com carinhos
Nós sabemos que já não há mais amor
Por favor vá embora
E dessa vez me deixe em paz
Mas faça a gentileza de deixar o dinheiro
Do cigarro com o rapaz
Que mais tarde ele me traz
Por favor vá embora
Só te peço pra não mais voltar
Cumpra com sua palavra
Já tranquei a porta pra você não entrar

30 setembro 2012

Parei para olhar agora, e percebi que com mais alguma coisa escrita, esse mês teria dezessete coisas escritas. Não que isso seja importante, mas completar dezessete textos no dia do aniversário de dezessete anos é algo inusitado - ou talvez seja até clichê demais. A questão é que nesse dia, para ser mais precisa às dezoito e quarenta e cinco, fará dezessete anos que nasci. Uma coisa engraçada para se falar, mas achei interessante deixar marcado nesse registro. Não vivi absolutamente nada, mas acho que os adolescentes acreditam ter passado muita coisa. Esse ano é um ano de muita transição, e olha que nem é para a maioridade, mas tudo que se passa, uma nova etapa. Não sei mais o que dizer, era só uma marcação mesmo a se fazer. Um feliz aniversário para mim!

27 setembro 2012

25 setembro 2012

Não sei, talvez tudo esteja passando rápido demais. Ou talvez eu seja muito lenta para assimilar todas as sobras e concretismos que passam em todo lugar. Não quero ficar aqui, não quero ser a pessoa que continua parada mesmo se afogando, ou esperando o fogo queimar. Dê-me pernas. Ou mesmo assim eu ainda seria capaz de continuar sentada no sofá da sala. Não vou ser parte do casal dançando no salão de festas. Não gosto de pessoas.
Tenho essa mania de gostar demais de gente, e assim sigo sem gostar de ninguém. Amo demais, penso de menos. Preciso pensar mais, pesar mais, produzir mais, ter mais, ser menos... ser bem menos.
Se todos seguissem essa linha de raciocínio o mundo seria individualista. Mas veja bem, o mundo é. Me perco em mim mesma quando penso em tudo e vejo os erros cometidos, e vejo que falta gente, e vejo o que faz falta. E onde você está nessa euforia toda? Você deveria estar aqui...

22 setembro 2012

Talvez seja o fato de eu não saber ao certo sobre o que escrever. Talvez seja o fato de esperar algo muito maior do que realmente possa ser feito. Ou talvez não seja nada disso.
O que realmente se espera de agora? Não se espera nada, pois já se sabe que não há de vir nada que seja esperado. O inesperado é o que realmente se espera. O que é irônico, já que esperamos pelo fato de não se esperar nada. Espera, acho que estamos a espera de um milagre.
Milagres não acontecem, ou quem sabe acontecem... há quem não acredite em milagres, há quem acredite até demais. Talvez eu seja cética dos céticos, e não acredite que não se possa acreditar em nada. Mas se acreditamos em algo que não vemos, o que realmente é real? Talvez a realidade seja relativa.
Mas nada é relativo. Tudo que acontece é real... será mesmo que essa realidade é tão real quanto o que penso? E se eu não pensar em nada? "Penso, logo existo", penso, e de certa forma tenho alma. Galinha tem alma? Quanto pesa uma alma? 21 gramas... não, não acho que minha alma pese só isso.
O pensar pesa. Pesa pensar no que não queremos pensar. Pesa sentir. Tudo pesa, e pesamos consequências. Consequências acontecem o tempo todo, pelo fato de pensar... e existir. Esperamos por consequências.
É certo que esperamos por algo que não sabemos, e acreditamos em algo que não vemos, e céticos não são céticos, e esperamos por consequências que nem chegaram. Há quem viva no passado... saudosismo... há quem viva no futuro... quero meu presente. Quero meu agora.

21 setembro 2012

Meus olhos o observaram passar. E passou. Não olhou para mim, não virou o rosto, não mudou a expressão, apenas passou. Assim como todos passam, assim como tudo passa.
Seus olhos abriram e a fitaram. Parecia confuso. Como alguém tão pequeno parecia tão esperto? Parecia que já sabia tudo que diziam a ele, como se entendesse tudo que lhe mostravam. Como conseguia?
Abriu a janela do carro, e apenas disse "desculpe, estou sem trocado", e o que recebeu foi algo como "obrigado, Deus te abençoe". Seguiu seu caminho quando o semáforo mostrou o sinal verde, e chegou na empresa mais ou menos as oito horas da manhã. Bateu seu cartão, sentou em sua mesa, e passou o resto do dia na frente de uma tela de um computador, apenas vendo números e finanças.
"Eu te amo", "Ah, obrigada"...
"E esse calor? Será que nunca vai embora? Não aguento mais.... (depois da chuva)... E essa chuva? Nunca vai passar? Daqui a pouco minha casa inunda, não dá pra fazer nada!"
Você passou, e voltou, e olhou, e cumprimentou. E eu sorri, e você sorriu, e seguiu seu caminho, e segui meu caminho...

16 setembro 2012

Olhei, senti
Gostei, prossegui
Voltou, mexeu
Ganhou, permaneceu
Procurei, admirável
Interroguei, amável
Conversamos, fomos
Brincamos, de novo
Rir, olhar, morder, flertar
Beijei, senti, cheirei, gostei
Amou?
Amei
A última canção tocou
E o salão todo esvaziou
Pra ver a roda que formou
Ao lado de fora, tudo girou
E não se ouvia palavra alguma
E não se via alma nenhuma
Apenas a dança dos dois que sobraram
Mas nem o sol resiste
A tempestade que insiste
Em varrer tudo que lembra
Tudo que a atormenta
E nada fez para se provar
Que dessa vez iria acabar
E nem deu chances para recomeçar

13 setembro 2012


CAMARIM

No camarim as rosas vão murchando
E o contra regra dá o último sinal
As luzes da plateia vão se amortecendo
E a orquestra ataca o acorde inicial
No camarim nem sempre há euforia
Artista de mim mesmo nem posso fracassar
Releio os bilhetes pregados no espelho
Me pedem que eu jamais deixe de cantar

Caminho lentamente e entro em contra luz
E a garganta acende um verso sedutor
O corpo se agita e chove pelos olhos
E um aplauso escorre em cada refletor
Pisando esta ribalta, cantando pra vocês
De nada sinto falta, sou eu mais uma vez
As rosas vão murchar, mas outras nascerão
Cigarras sempre cantam, seja ou não verão

12 setembro 2012

E se fugíssemos para a França? Mon amour, poderíamos comer todos os croissants de Paris, e dançar na chuva. Paris deve ser bela na chuva...

09 setembro 2012

As coisas põe medo o tempo todo. Ou talvez sintamos medo do que não existe. Ou acreditamos em algo que não vemos. E os céticos acreditam que tudo isso é besteira. Talvez eu seja cética dos céticos, e não acredito que alguém possa não crer em algo que não vê.

08 setembro 2012

Do Amoroso Esquecimento

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mário Quintana

07 setembro 2012

Ei seu moço, não leve embora assim
Não quero ficar longe não
Daquilo que é tão importante pra mim
Ei seu moço, já não ouviu a porta bater?
Acho que tão precisando de ti
É melhor correr
Ei seu moço, não me leve pra prisão
Nunca teve um sonho?
Tenho direito a uma explicação
Ei seu moço, acho que ele foi embora
Está disposta a se sentar
E ouvir a minha história?

Ei minha mãe, não quero ver o dia clarear
Não estou disposta
Não tenho forças nem pra levantar
Ei meu pai, não me force tomar café
Não estou num dia bom
Acho que está me faltando fé
Oi seu padre, me mandaram para cá
Acharam que não estou bem
Não sei nem por onde começar
Mas seu padre, quer me fazer rir?
Sei que não está nos seus planos
Não é melhor eu já ir?

Ei seu moço, o senhor lembra de mim?
Estive aqui por esses dias
Pra comprar dramim
Mas seu moço, que bom que se lembrou
Vou te dizer uma coisa
Foi o senhor quem mais me ajudou
Ei seu moço, sua mulher está aí?
Ela me fez um chá
Tem como eu retribuir?
Mas seu moço, passei mesmo foi pra agradecer
Já estou indo pra minha casa
Saí mesmo foi pra espairecer

05 setembro 2012

Sinto como se fosse fácil não demonstrar ou falar sobre assuntos que as vezes preferimos que fiquem ocultos. Ou as vezes preferimos não falar sobre nada que lembre algo. Ou quem sabe a gente já tenha esquecido coisas que gostaríamos realmente esquecer. Não acho que seja isso...
Prefiro mudar de assunto, se não se importa, já que há assuntos que prefiro não falar com ninguém, muito menos comigo mesma. Vamos acreditar que tudo sempre esteja bem, afinal, pessoas não estão bem graças a problemas muito maiores, nesse caso tudo que tenho não passa de uma grande besteira, vendo de algum ângulo de quem está totalmente fora do assunto. Para a minha própria pessoa não passa de algo sem importância, ou talvez tenha uma importância inconsciente. Com o que a gente ama? Com o coração ou com a cabeça? Sinto dizer que sou emocional e todos os pontos, e me sinto sensível a várias coisas que muitas pessoas não são sensíveis, mas não estamos aqui para falar de mim, e sim responder a essa pergunta. A resposta seria: com a cabeça. Sim, o cérebro. A questão é que tudo está no nosso cérebro, mas algo que não podemos explicar é que quem sofre é o coração. Mas graças ao cérebro que manda essa mensagem para o coração dizendo: sofra!
Sofrer é uma palavra tão forte, talvez eu nunca tenha sofrido realmente na minha vida. Na realidade, mesmo sendo emocional ao extremo, acho que quero tanto ser racional, que acabo tendo atitudes como tal. Irônico dizer que um desabafo vindo assim não é muito esperto de minha parte, mas as vezes o melhor a se fazer é apertar um botão que eu costumo chamar de foda-se... A questão é que se não falo nada com ninguém, já que não acho necessidade, as vezes escrever é o melhor remédio, e se por algum acaso as pessoas souberem, problema delas. Mentira, exposição não é uma coisa muito boa. Em todo o caso, mudo de assunto e pergunto como vai você? Vamos esquecer tudo que escrevo, afinal nem parei para ler o que eu escrevi de fato. Mas sobre o que falávamos mesmo? Sobre música talvez... música é um bom assunto, ou quem sabe seria melhor falar sobre teatro. A arte em geral me fascina, e acho que estou implantada nesse ambiente e não conseguirei mais sair. Mas que tal caminhar sem um destino? É uma ideia da qual deve ser pensada.
Gosto de mudar de assuntos várias vezes, e penso que é uma ideia muito boa. A questão é que não quero pensar em nada, tenho provas, tenho coisas mais importantes para me preocupar, ou melhor, não acho importante me preocupar com nada. Acho uma boa ideia acharmos outro assunto...

04 setembro 2012

Ei, você
Já faz quanto tempo que a gente não se vê?
Você ainda se lembra de mim?
Sou eu, sou eu
Você nem deve mais se lembrar
Já faz tempo que eu te disse que não ia mais voltar
Mas cá estou
Aqui

O trânsito não ajudou
E a rodoviária pelo visto já lotou
E o preço do ônibus subiu
Foi por isso que ainda ninguém me viu
Pelo visto a marginal fechou
E eu só vejo os bancos que a gente já ficou
Aquele dia que fui embora a pé
Pois é

A cidade continua igual
Só estive aqui para o natal
Mesmo insistindo pra que eu ficasse para o carnaval
O tempo de eleições já passou
E eu só me lembro do pneu que o Crespo trocou
Talvez seja notícia de jornal
Se bem que hoje em dia tudo está banal

O trânsito não ajudou
E a rodoviária pelo visto já lotou
E o preço do ônibus subiu
Foi por isso que ainda ninguém me viu
Pelo visto a marginal fechou
E eu só vejo os bancos que a gente já ficou
Aquele dia que fui embora a pé
Pois é

03 setembro 2012

Gosto dos ombros. Gosto da nuca. Gosto da maneira que se é desenhado o colo das pessoas onde se aparece o contorno do osso. Gosto das costas. Gosto da silhueta que é feita entre o começo a nuca até o fim das costas. Gosto de abraço. Gosto da pele.
Gosto das mãos, dos pés. Amos pés, eu simplesmente sou apaixonada por pés. Do formato, da forma com que ficam firmes no chão. E as mãos... O desenho dos dedos, o dedilhar. A maneira com que se entrelaçam entre si. Anéis.
Gosto dos olhos. Não importa se sejam azuis, verdes, castanhos, pretos, ou qualquer outra cor. Os olhos nos passam segurança, ou assim deveriam passar. Gosto de orelhas. E de mordê-las, de preferência. Gosto de narizes... Dos desenhos dos narizes. Os desenhos mais particulares são os dos narizes.
Por fim, gosto das bocas, dos dentes, das línguas. E mais ainda, dos lábios. Os lábios são o que temos de mais bonito. Não, o sorriso é o que temos de mais bonito. Mas em seguida vem os lábios.
Mas a moral de tudo isso, é que na realidade, eu realmente gosto de pés...

Epílogo

Não, o melhor é não falares, não explicares coisa alguma. Tudo agora está suspenso. Nada aguenta mais nada. E sabe Deus o que é que desencadeia as catástrofes, o que é que derruba um castelo de cartas! Não se sabe... Umas vezes passa uma avalanche e não morre uma mosca... Outras vezes senta uma mosca e desaba uma cidade.

Mário Quintana

23 agosto 2012

Pois bem
Talvez eu tenha visto o passar do tempo que correu de vista
De mim
Talvez
A tarde corra junto com alguém que se despede sem saber
Porque se despediu assim correndo
Não sei
Se tudo que me contam sobre tudo que se passa nessa tal de mídia
Vale
Pra mim
É tudo baboseira que eles querem que acredite e que a gente
Acredita sem pensar

Mas mudando de assunto
Como vai a vida
Já se vive bem sem falar de tudo que a gente sabe
Dessa coisa que eles chamam de amor
E que não sei se vale todo tempo
Já pensou

Será
Que as coisas são tão passageiras como todo mundo acredita
Ser
Um sonho
Um sonho que se sonha e que o mundo inteiro sonha quando
Está acordado
Será o mesmo sonho que eu sonho quando estou sozinha
O fechar
Dos olhos de alguém que sente o que sinto ao mesmo tempo que
O pensamento já funciona
De forma com que tudo se embaralhe

22 agosto 2012

Quem sabe... a gente nunca sabe. Será que um dia, talvez? Pois é, talvez a gente saiba até lá... não sei, não costumo pensar sobre o assunto... não consigo mentir, não? Eu penso sobre tudo, o tempo todo. Sobre a vida? Sobre a morte? Sobre os sonhos? Talvez sobre o futuro... é, o futuro é uma boa coisa para se pensar. Sobre o meu futuro. O meu e comigo apenas.
Não planejo o futuro. Uma pena, eu poderia fazer isso, mas talvez eu ainda não saiba. Nunca sei de nada, acho que não quero saber. A única certeza que tenho é que é muito longe... e que não será mais visto... quem sabe... a gente nunca sabe o que vem por aí. Um plano para o futuro? Quem sabe um café...

20 agosto 2012

Vossos filhos não são vossos filhos
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vem através de vós, mas não de vós
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorga-lhe vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas
Pois suas almas moram na mansão do amanhã
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais os vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda sua força
Para que suas flechas se protejam, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Gibran Khalil Gibran

19 agosto 2012

Quando nos apaixonamos é como uma insanidade temporária. Irrompe como um terremoto e depois abranda. E, quando abranda, temos que tomar uma decisão. Temos que decidir se nossas raízes estão entrelaçadas ao ponto de ser inconcebível conseguirmos partir. Porque o amor é isto... o amor não é a falta de ar... a emoção. Não é desejo de acasalar a cada segundo do dia. Não é ficar acordado toda noite e imaginá-lo beijando-te todo o corpo. Não. Isso é paixão... o que qualquer um de nós pode se convencer que está. O verdadeiro amor é o que resta quando a paixão se esvai. Não parece muito empolgante...

Do filme: Capitão Corelli

17 agosto 2012

16 agosto 2012

Eu estava sentada bem ali naquele banco com a nossa galera, sabe? Eles estavam rindo, e nós nos divertíamos cada vez mais. Que horas eram? Não me pergunte, não sei, mas acho que já se passava das oito e meia da noite. Foi aí que você apareceu, de novo. Quanto tempo eu não te via? Um mês talvez, só sei que você se juntou a nós, entrou na conversa, e, como se fosse a primeira vez, me olhou. Se quer saber, eu também te olhei, de novo. Talvez eu nunca tivesse parado de te olhar, mas naquele momento, os dois se olharam.
Não sei bem de quem foi a ideia de sair correndo de lá, mas ver seu sorriso de novo valeu todo o cansaço. Onde você foi? Se escondeu atrás de uma árvore qualquer ali da praça, mas nisso já se passava das dez da noite. Eu ria ao te procurar, e você me abraçava por trás. Senti seus beijos pela última vez, e em seguida você acendeu seu cigarro. Seus olhos me olharam mais uma vez, de um jeito diferente, com malícia. A cada trago sua feição envelhecia. Seus cabelos se tornaram levemente grisalhos, você engordou, seu rosto fechou. Me deparava com um homem de meia idade rabugento, inconveniente, chato. Você se tornara insuportável, e o cheiro do cigarro impregnava minhas narinas, e eu espirrava cada vez mais. Você se aproximou de mim, e eu me distanciei, com medo. Não sei o que perdi, mas senti você avançar ao mesmo tempo que lhe despejava um tapa. Sua feição mudou, você estava irritado. Segurou com força meu braço, enquanto eu chamava teu nome, mas você não respondia. Fugi. Fugi de você dessa vez.
Como o tempo corre, perdi todos os ônibus, não tinha dinheiro, corria pela cidade sozinha. Não te vi mais, chorava, o telefone não funcionava, não havia pessoas na rua. Em um banco virado para o rio, vi duas silhuetas. Era um casal. Era você... e mais alguém. E vocês sorriam, e se divertiam, e se olhavam. Talvez eu tenha ficado segundos assistindo tal cena, mas pareceram horas. Foi então que você virou, e olhou para mim. E você envelheceu novamente, e um sorriso seco tomou seus lábios, antes de fecharem em volta do cigarro mais uma vez. E ela envelheceu. E bebia loucamente uma garrafa de uísque enquanto gargalhava pelo meu choque. E vocês se olharam e mais uma vez ficaram jovens. E me olhavam, e eram velhos. Acho que minha cabeça rodou, mas enquanto ouvia as risadas, minha visão ficou embaçada, e perdi o chão.
Eu estava sentada bem ali naquele banco com a nossa galera sabe?  Eles estavam rindo, e nós nos divertíamos cada vez mais. Que horas eram? Não me pergunte, não sei, mas acho que já se passava das oito e meia da noite. Foi aí que você apareceu, de novo. Você chegou, me olhou, e eu te olhei. Você virou, e foi embora.

12 agosto 2012

PAI

Só queria deixar
Marcado nesse
Momento o quanto é
Grande o meu
Amor por você.
Só gostaria de deixar
Claro que minha admiração e
Meu carinho são inteiramente
Seus.
Sou grata a você por muitas e
Muitas coisas, meu grande herói,
Meu grande amigo, meu pai
Querido.
Amo-te muito, amo-te demais.
Você é o melhor pai
Que existe.
Não troco por nada nesse mundo
Inteiro.
Te amo te amo te amo te amo...
E mais uma coisa
Te amo mais um pouco.

10 agosto 2012

09 agosto 2012

É O QUE ME INTERESSA

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

As vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
As vezes eu pressinto e como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

07 agosto 2012

Talvez a sociedade se encontre em um momento onde uma grande parte é individualista. No todo, é possível afirmar que todos nós somos individualistas em certos aspectos, mas o que é posto em questão é mais uma espécie de egoísmo do que o individualismo propriamente dito. Vivemos em sociedade, o que de uma certa forma, na teoria, as ações, e pensamentos servem para ajudar no comunitário, em um todo. Na prática isso não é visto, pois cada um possui seu próprio interesse para com ele mesmo, e o conjunto fica em segundo plano. Não digo que isso é errado, nos moldes e padrões da sociedade de hoje, é até necessária essa dose de maior preocupação consigo mesmo do que com o resto da população. Mas esse egoísmo excessivo que é observado na grande maioria resulta em uma série de problemas sociais.
Podemos observar uma grande parte da sociedade marginalizada, com uma série de dificuldades que se deixássemos de pensar tanto apenas nos nossos próprios umbigos, poderia estar em uma escala menor. O ser humano deixou de ser "humano". Será que algum dia essas pessoas deixarão de ser consideradas lixo? Debatendo sobre o assunto com uma amiga, chegamos a conclusão de que no momento não podemos fazer nada, não temos poder de influência para isso, mas gostaríamos de acreditar que aqui a algum tempo conseguiremos mudar alguns desses quadros, e que as pessoas comecem a pensar mais no todo do que só nelas mesmas. Que elas se tornem mais humanas.
Engraçado, será que o nome dado à esse termo "humanitário" cabe a tal denominação? Visto que o ser humano é culpado por uma série de problemas causados na sociedade - não me esqueço dos avanços, mas esses no  momento são dispensáveis - será que é certo utilizar do humano como exemplo de ser coletivo? Mesmo com todo o individualismo visto? Não sei se concordo com isso, mas isso no momento não vem ao caso - só quis apontar um ponto que acho curioso.
Voltando ao assunto inicial, não acredito que pensar em si mesmo seja errado. Mas acredito que pensar APENAS em si mesmo, aí tem problemas, uma série de problemas. Primeiro, porque como já disse e repetidas vezes, a GRANDE MAIORIA - já que não posso generalizar e dizer todos - são assim, vivem alienados em seu próprio universo sem discutir, sem se mexer, sem fazer nada de produtivo para ajudar seus semelhantes. Vivem como amebas condicionadas a servir apenas seus próprios interesses, e o resto que se vire, é cada um por si. Esse aspecto é um tanto quanto selvagem. Minto, selvagem não, já que no reino animal, muitos deles conseguem se organizar em grupos para se ajudarem. Tribos indígenas tem sua comunidade organizada de maneira a beneficiar a todos.
Essa grande diferença realmente acontece com o homem "civilizado", então será que somos tão civilizados assim? Esse é o preço que pagamos por viver nessa sociedade alienada que serve uma pequena minoria com uma grande concentração de poder, enquanto a maioria fica a pegar as migalhas.   

06 agosto 2012

Querido, ouça o que eu tenho pra dizer
Não é de hoje que a gente não consegue se entender
As coisas não tão fáceis, eu tenho noção
Mas você não me escuta, e eu só escuto o barulho do portão
Não te vejo mais em casa, não dorme mais na cama
Saiu de madrugada, e o meu medo é que tenha ido em cana
De novo
Já disse várias vezes sobre sua sensatez
Mas você não me escuta, fecha a porta e vai embora outra vez
Desse jeito a bebida não dura nem um mês
Na semana que passou nem me lembro de conversa
Fumei todos os maços, é sua vez, mas me deixe a porta aberta
Para a fumaça sair

Não abuse mais um pouco, já estou quase no fim
Se eu gritar mais uma vez, você nunca mais vai precisar de mim
Ou eu que não vou mais aturar
Você já ultrapassou todos os limites que existem
Não sei como ainda insiste
Não sei nem como eu insisto ainda

Querido, ouça o que eu tenho pra dizer
Sei que não tá fácil, mas quero me entender com você
Não se feche desse jeito, não me largue aqui sozinha
Quem quis morar comigo? Lembre dos sonhos que a gente tinha
Tente ao menos andar na linha
Tanta coisa já vivemos, tanta coisa já passou
Lembra das nossas tardes de sexo, drogas, rock'n roll
Meu último cigarro ainda não acabou

Não abuse mais um pouco, já estou quase no fim
Se eu gritar mais uma vez, você nunca mais vai precisar de mim
Ou eu que não vou mais aturar
Você já ultrapassou todos os limites que existem
Não sei como ainda insiste
Não sei nem como eu insisto ainda

04 agosto 2012

Talvez os Olhos não pisquem mais. Vai ver cansaram de perder o que se passa quando se fecham. Decidiram então nunca mais dormir, e assistir a tudo que acontecia a todo momento, e ficaram estáticos e em silêncio.
A Boca não parava nunca mais de tagarelar, havia se cansado de ficar fechada em algumas horas, pois o Cérebro lhe contava coisas sobre suas aventuras no mundo do subconsciente e da imaginação, que mereciam ser apresentadas ao mundo todo. As Orelhas se queixavam, pois há muito tempo não ouviam o silêncio, seu melhor amigo. Estavam aborrecidas com sua vizinha, precisavam de um pouco de paz.
O Nariz ao acaso, decidiu cheirar o máximo de coisas que pudesse, mas isso gerou uma série de alergias, pois não estava acostumado com certos odores. Começou a espirrar.
Coitada da Boca e dos Olhos, que seguiam o espirro graças às façanhas do Nariz, que quis se aventurar no mundo dos cheiros, mas não se encontrava apto. Uma série de discussões foram surgindo, e o barulho só aumentava. As Orelhas não aguentavam mais, estavam quase largando tudo, quando aconteceu...
Os Olhos se prenderam em uma só direção, e seguiam sem perceber. O Nariz sentia um perfume que nunca sentira na vida. A Boca ficou muda, estática, assim como seu amigo Cérebro, que não raciocinava, havia parado. As Orelhas ouviam a música de fundo, a mais bela melodia que já haviam ouvido. Foi quando o mundo parou.

03 agosto 2012

02 agosto 2012

Achei no meio de algumas coisas e bagunças do meu quarto, um pequeno texto que escrevi há um tempo. É engraçado ver a linha de raciocínio, e foi por isso que resolvi postá-lo, só para guardar. E ele começa assim:
Somos peças de uma máquina chamada Sociedade, movida basicamente por trabalho escravo. Sim, isso mesmo, trabalho escravo de pessoas que não percebem, ou se percebem, fingem que não veem, com medo de algo, enganando a si mesmas. De que adianta o livre arbítrio, se o mesmo vem com manual de como usar, e até mesmo onde é aceito? Nos encontramos em uma prisão sem grades, a céu aberto, em um lugar muito pior, sem poder se esconder, fugir, vivendo sempre a mesma rotina com pessoas, todas iguais.
Ninguém está livre disso. Eu não estou, você não está, ele não está... é um ciclo. As pessoas dependem de máquinas para se comunicar umas com as outras em um raio de quatro metros, é ridículo. Vivendo em uma dimensão alternativa, alienadas, jurando que vivem na realidade. 
Já pensou em parar e ler um livro, talvez escrever uma carta? Sair por aí com um sorriso no rosto e ver se isso contagia o resto do mundo? Dê um pingo de cor, viva mais, quebre regras as vezes, mostre que a vida é muito mais que uma rotina imposta. Dê um motivo para acreditarmos em algo.

01 agosto 2012

Vai ver é saudade mesmo. Essa sensação que vem não sei de onde e que a gente não pode explicar. A saudade quando vem, vem para ficar, e não quer ajudar ninguém. Vai ver é saudade mesmo. E a gente que não quer mostrar para ninguém, ou que quer fingir que não é nada, e que tudo já passou. Vai ver é saudade mesmo. Isso aqui que acontece, que vem, que fica, que não vai, que some, que volta, que passa, que finge ir embora, que volta de novo, que quer te ver. Vai ver é saudade mesmo. E é melhor nem dar bola, que um dia ela vai, ou não vai, ou fica, ou não fica, e pede para te ver mais uma vez. Ou vai ver não é nada. É só alguém que acha que é saudade, ou é só a saudade que acha que bateu na porta certa...

22 julho 2012

É preciso se acalmar... por que tanta inquietude? Respirar lenta... lentamente. Ouvir tudo que o corpo tem a dizer, a dizer a ti. Deixe-me dizer a ti porque ando tão inquieta. Só quero a calma, a calma que me trás. A calma que me trás saber que a inquietude vai embora uma hora, isso me acalma.
Os olhos, talvez... talvez os olhos não se percam mais de vista, talvez mudem a vista para um outro ponto. Ponto de paz, a paz que me inquieta. O ponto. O ponto onde quero chegar, chegar logo ao ponto. Meu ponto de partida, voltei atrás, regredindo, me agitando, perdendo o foco, perda da visão. Minha visão anda embaçada, meu foco é desfocado, isso me inquieta. Voltei onde parti. Voltei ao ponto do qual quero me desapegar.
O desapego sempre foi amigo, meu apego. Que me ajude a me desapegar dessa inquietude, e me faça apegar na calma que me trás saber que tudo isso um dia acaba.

21 julho 2012

POIS É

Pois é, não deu
Deixa assim como está sereno
Pois é de Deus
Tudo aquilo que não se pode ver
E ao amanhã a gente não diz
E ao coração que teima em bater
Avisa que é de se entregar o viver
Pois é, até
Onde o destino não previu
Sem mais atrás vou até onde eu conseguir
Deixa o amanhã e a gente sorri
Que o coração já quer descansar
Clareia minha vida, amor no olhar

17 julho 2012

15 julho 2012

Tenho uma confissão a fazer. Uma confissão que não faço com pesar, o que faz com que tudo seja leve, talvez a vida devesse ser mais leve. Talvez eu me sentisse menos artista, talvez eu não estivesse respirando corretamente. O que me faltou talvez fosse o ar, fosse a ar-te. Talvez eu tivesse sido mais namorada, mais estudante, mais filha, mas, menos artista. Menos eu.
Talvez o prazer não fosse mais tão importante, pois a responsabilidade sempre tem prioridade. Bom, o prazer faz falta, na realidade o que mais faz falta sou eu mesma. Um tempo, o meu tempo, um tempo meu. Tudo é passageiro, todos são passageiros, as coisas mudam, a gente muda. Não sou passageira para mim mesma, terei que me aguentar para o resto da vida, preciso de uma relação saudável comigo mesma. Talvez fosse isso que faltava. Talvez eu precisasse me fazer feliz. Talvez eu sinta falta do artista. Não há mais talvez, há certeza. Certeza da saudade. Da saudade do artista. Da artista. Saudades de mim.

13 julho 2012

12 julho 2012

Medo... talvez, apenas talvez, as máscaras caem.
Elas caem, e vestimos o medo. 
O medo se pode vestir? O medo nos veste.
Talvez nos vista, por nos despir.
Talvez, talvez nós mesmos nos abrimos para a possibilidade de vestir o medo. 
Pois o medo faz com que tudo que até hoje serve de - armadura - não dure mais.
Talvez eu tenha medo do medo.
Sinto medo de sentir medo.

10 julho 2012

Odeio admitir que sinto falta... o tempo todo. Não admitir para as pessoas, essas nem penso em comentar sobre o assunto que é posto na mesa, mas para mim. Por um tempo é fácil colocar as coisas embaixo do tapete, ou da cama, mas tudo se acumula, porque na vida, tudo realmente se acumula. Uma hora transborda, e você vê todo seu esforço indo por água a baixo. Seria o momento perfeito para se resolver, mas como nada é perfeito, ou melhor, as pessoas não são perfeitas, a gente prefere escolher um outro lugar que caiba nossa bagunça. E acumula mais confusão para a cabeça. E aquilo transborda... de novo. E durante muito tempo você tenta arranjar locais estratégicos para esconder aquele amontoado de coisas, ou em outras palavras, tenta adiar todos os problemas que finge não ter. Odeio admitir para mim mesma que ainda faz falta, mas por quanto tempo mais vai fazer falta? Ainda estou colocando minha bagunça embaixo do tapete.

09 julho 2012

RATO (Hygiene)

Rato, rato, rato
Por que motivo eles te escondem no baú?
Rato, rato, rato
Estardante da América do Sul.
Rato, rato, rato
Eu hei de ver o teu dia triunfal
A ratoeira que enguiça e consiga
Te libertar pro Carnaval.
Quem te inventou?
Foi o progresso, não foi outro, podes crer
Quem te gerou?
A monarquia um pouco antes de morrer
Quem te criou?
Foi a ganância penso eu
Rato, rato, rato, rato
O camarada dos plebeus.
Quando a ratoeira enferrujar
Saia da toca e invada as ruas
A cantar nosso clamor.
Rato querido, bem-amado, roedor
Rato amigo, me livrai deste horror
Propaga pelo mundo
O teu quim-quim,
No dia da minha morte
Por favor chores por mim
Vou provar-te que o mal
É a ordem e o progresso
Da bandeira nacional.

07 julho 2012

Estou cheia de tudo
Estou cheia de pessoas
Que me enchem a cada dia
Que não deixam que o copo
Não se encha...
Que vazio!
Um vazio que esvazia a cada
Vez que deixam de me encher...
Que meu corpo não esvazie
Mesmo que eu me encha de você.
Que a alma se esvazie cada vez
Que alguma coisa a encher de
Coisas que só servem para
Encher a paciência
E que deixam todo o resto
Se esvaziar devagar
Um vazio lentamente...
Estou cheia!
Cheia de maneiras de não
Deixar que o vazio se esvazie
E me esvazie cada vez...

03 julho 2012

02 julho 2012

"Olha, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói, que é horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo: arde, depois passa. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. A gente acha que não vai aguentar, mas aquenta as dores da vida. Pense assim: agora está insuportável, agora você quer abrir o zíper, sair do corpo, encarnas numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou, agora já são dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que há duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você devia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já está lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traqueia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo para ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar, e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado para trás, cai. Dói, eu sei como dói. Mas passa. Está vendo a felicidade ali na frente? Não, você não está vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la para trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar."

01 julho 2012

Deixe-me chorar se for necessário, deixe-me chorar em paz. Não peça meus sorrisos a todo momento, nem que eu fale abertamente e loucamente com todos. Não consigo fingir tão bem quanto gostaria.
Não peça-me para ser firme durante todo o tempo. Há um limite onde consigo demonstrar que estou bem, mas há coisas que estarão guardadas nessas horas. E eu sinto meu estômago torcer em um grande nó.
Gosto da saudade, mas não quando eu sei que é uma saudade que só vai acabar quando meu choro passar e não quiser mais voltar. Não gosto de finais. Não gosto de admitir que não gosto de finais. Não gosto de chorar.
Mas ao menos, deixe-me chorar por hora, porque tudo é preciso, o tempo é preciso, o choro é preciso, a dor é preciso. As coisas são passageiras, aliás, tudo na vida é passageiro.Vai passar, quem sabe. Tudo passa. Mas por hora, deixe-me chorar tudo que tenho para chorar...

20 junho 2012


"Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal"
Lenine

É duro perceber que nada dura para sempre. Na realidade sempre soube disso, mas de uns tempos pra cá, realmente comecei a acreditar que algumas coisas servem como exceção a regra. Agora, vejo que realmente nada é eterno, mas mais duro ainda, é ter a noção na teoria, pois na prática, meu cérebro não raciocina dessa forma, já visto que não quero admitir que seja assim.
Estou perdida na velocidade com que a vida anda, é como se eu seguisse em câmera lenta, e tudo passasse rápido demais a minha volta, não acompanho esse ritmo.
As coisas não precisam ter um fim, pelo menos não por enquanto, e espero que esse por enquanto seja eterno...

17 junho 2012

Cansaço
Até o corpo pede
Descanso
Até os olhos pedem
Que os feche
Silêncio
Só querem um pouco de
Paz
Me dê mais algum tempo
Prometo
Levantar
Meu bem
Por favor
Tenha um sono tranquilo
Meu amor
Meu bem
Sabe do que mais preciso?
Ficar um tempo
Sem pensar
Sabe ao que não resisto?
Seu cheiro que surge
Sem avisar

15 junho 2012

Esquecemos muitas vezes das pessoas. Todos nós somos seres humanos. Na verdade, nem todos tem atitudes humanas, e normalmente, as pessoas deixam isso passar. A verdade é que existe uma série de pessoas marginalizadas pela sociedade, tratadas como lixo, e mutas vezes ninguém está preocupado com esses.
Sem a intenção de generalizar - acredito em exceções, e creio que é um número razoável - mas já generalizando, a sociedade é podre. O altruísmo para o homem é algo artificial, o homem é um ser que pensa no interesse próprio - mais uma vez, acredito em um grande número de exceções. 
Me dói ver uma pessoa marginalizada. Me dói saber no preconceito que existe em volta dela. Me dói saber na vida que ela passa. Quantas vezes não ouvimos "tome cuidado, não vai dar confiança pra essa gente". Não acho que eu deva dar confiança para ninguém. Seja pobre, seja morador de rua, seja prostituta, seja travesti, seja rico, seja empresário, seja advogado, seja quem for. Não é a classe social que vai definir em quem eu devo ter confiança.
Já ouvi histórias de assaltos com pessoas, onde depois de um tempo, essas pessoas encontraram os assaltantes em algum outro lugar, e que esses assaltantes eram todo de uma classe média alta. Já vi gente com fome, com sede, pedindo um copo d'água, ou algo para comer. Duas coisas que não se pode negar a ninguém: comida e água. Afinal, todo mundo precisa sobreviver. Tenho certeza que um grande número de pessoas sequer dá conversa para um morador de rua, afinal, para eles, são todos vagabundos.
Estou cansada de ver a desigualdade na sociedade em que vivemos. Já deveria estar acostumada a ver algumas cenas que são comuns do dia a dia, mas muita coisa me revolta. Não acho que esse seja um discurso de uma adolescente revoltada com o mundo, mesmo sabendo que muitos podem pensar isso. Só gostaria de fazer uma nota para as pessoas pensarem as vezes nas coisas que acontecem ao redor da gente, e não fechar os olhos para os problemas do mundo.
Uma cena feliz, um momento feliz.
Olhos nos olhos. Beijo.
"Eu te amo, é verdade. Eu te amo." Beijo.
"Não fale nada". Beijo.
"É verdade. Eu te amo." Beijo.
Ouvir isso, ecoar na mente. A gente não aguenta.
É uma sensação, não dá para dizer qual a sensação.

14 junho 2012

A deusa Elipse, dona das parábolas Assonância e Aliteração, se apaixonou por Pleonasmo, dono das maiores onomatopeias da região. Elipse era de Esparta, Pleonasmo da Mesopotâmia, mas seus pais, Bhaskara e Pitágoras não aprovavam o romance, devido a uma série de lentes opticas que estavam acabando com as mitocôndrias do local. Usavam então, a mata ciliar como lugar de ritual do amor.
Nasce dessa guerra os gêmeos Franco e Prussiana. Suas madrinhas, as ninfas Falácia e Falésia, lá das terras Pré-Cambrianas, vieram através de mesozoicas só para a comemoração. A enseada varou a madrugada.

12 junho 2012

Hoje é apenas um dia pra comemorar a gente. Eu te amo.

10 junho 2012


DOGS (Tradução)

Você precisa ser louco
Você precisa ter um motivo de verdade
Você precisa dormir sobre seus dedos do pé
E quando você estiver na rua
Precisa ser capaz de escolher a carne fácil
Com os olhos fechados
E depois se movendo silenciosamente
Contra o vento e escondido
Você tem que atacar no momento certo
Sem pensar.

(...)

Eu tenho que admitir
Que estou um pouco confuso
As vezes me parece
Que estou sendo usado
Preciso ficar acordado, e sacudir
Esse mal-estar rastejante
Se não estou pisando em meu próprio chão
Como poderei encontrar a saída deste labirinto?

Surdo, mudo e cego
Você apenas continua fingindo
Que todos são dispensáveis
E ninguém teve um amigo de verdade
E parece que a solução
Seria isolar o vencedor
E tudo é feito sob o sol
E você acredita lá no fundo que todo mundo é um assassino

(...)

Que foi arrastado para baixo pela pedra

07 junho 2012

Seu braço envolve minha cintura, suas pernas entrelaçam as minhas. Dividimos o travesseiro, dividimos o cobertor. Seus olhos olham para mim, meus olhos olham você. Seu cheiro ficou na minha blusa. Sim, seu cheiro ficou na minha blusa. Na TV passa Chaplin, só consigo ouvir a trilha sonora. Realmente estou entretida com os seus olhos. Que olhos. Que rosto. Você.

06 junho 2012


O teto estava bonito aquele dia. Nuca reparara na pintura branca, e como a luz batia de relance nele. A cama parecia mais confortável, talvez porque estivesse quente, e as cobertas, espalhadas pela cama, tivessem formado uma espécie de ninho. Olhou para o relógio. Decidiu não levantar ainda. Continuou a admirar a brancura do teto, e conforme os finos raios de sol invadiam frestas da janela, o quarto parecia um pouco iluminado. O dia estava cinza. Não precisava olhar para fora para saber que esse era mais um daqueles dias nublados. Olhou mais uma vez para o relógio. Virou para a parede. Observou a parede lentamente, e sentiu um certo aconchego. O silêncio. Ah, como era fantástico aquele silêncio. Brincava com os dedos dos pés, observava mais uma vez o teto. O teto, que instigava tanto. Olhou mais uma vez o relógio, decidiu que seria a ultima vez a olhá-lo por hora. Decidiu não sair da cama.

04 junho 2012

Gira gira minha flor, não pare de girar. O mundo está parado, o tempo está parado, o que resta é girar.
Roda roda, não pare de rodar, nessa roda todos giram, todos dançam, vem comigo.
Vai ficar aí sentada? Não se acanhe, vem aqui, pegue a minha mão, eu e tu, todos giram.
E nessa tarde ali na praça, a festa não teve fim. Varou até a madrugada, e no dia seguinte, ninguém apareceu. Só era visto um cachorro, um vira lata, parado, como estátua. O tempo parou. O relógio da igreja não tocou. Os carros na rua, imóveis. E a pequena olhava de relance para tudo e todos. Nem vento, nem movimento, nem som, nem um nada. Começou a girar.
Gira gira minha flor, não pare de girar. O mundo está parado, o tempo está parado, o que resta é girar.
Devagar, o cachorro, o vira lata, começou a latir e correr atrás do rabo em movimento circular. Os carros andavam nas ruas. O relógio bateu. O som foi ouvido. O tempo voltou. E a pequena... bem, a pequena girou e girou e girou.
Não gosto que me chamem de sentimental. Mesmo que seja verdade. Simplesmente não gosto.
Não gosto de ser carente, ninguém gosta de pessoas carentes. Eu não gosto de pessoas carentes, logo, não gosto de ser carente. A carência mostra o sentimentalismo da pessoa. Não gosto de ser sentimental, repito.
Existem as pessoas sentimentais, existem as pessoas racionais. Admiro a razão, mesmo. Gosto de pessoas racionais. Tudo bem, não é totalmente verdadeira essa afirmação, mas gosto da razão. Eu busco a razão, o tempo todo.
Engraçado, eu penso. Calma, deixe-me explicar melhor essa minha afirmativa. Eu penso, o tempo todo. Sim, isso é meio óbvio, devido a que as pessoas costumam pensar o tempo todo. Prosseguindo com a explicação, deixe-me tentar explicar mais uma vez a minha afirmativa. Eu penso o tempo todo sobre tudo. Melhorou, espero. Bem, por mais que eu seja sentimental, carente, não sou impulsiva. Tudo bem, talvez eu seja um pouco, mas são em pequenos aspectos. Em geral, não sou impulsiva, eu penso, o tempo todo, sobre tudo. Gosto de pensar. Não gosto de demonstrar meu sentimentalismo. Não consigo esconder meu sentimentalismo, mas não gosto de mostrá-lo. Sou vulnerável a tudo quando estou no auge do sentimentalismo.
Gosto da ironia. Sim, eu realmente gosto da ironia. Ironia é algo que eu realmente gosto. Pois é, que coisa não? E gosto de piadas. Piadas são legais. Não gosto de chorar na frente das pessoas. Não gosto que saibam que choro. Não gosto que vejam meu sentimentalismo. Gostaria de ser mais racional.
A ironia é boa, gosto de ironia. As piadas também. Não sou boa em contar piadas, mas ser engraçada em alguns momentos é bom. Piadas e ironia são coisas boas. Talvez. Não sei. Nem todo mundo acha. Isso é apenas a opinião de uma pessoa. Pois é. Em geral, eu penso, o tempo todo, sobre tudo.

22 maio 2012

17 maio 2012

Entenda, ou não
Talvez não queira entender,
Mas ao menos me deixe explicar,
É só pra saber...
Me explique, eu quero que explique,
Quando você chegar
Espera mesmo que eu esteja aqui
Quando voltar?
Só pra constar, já viu tudo que acontece na TV?
São apenas notícias, que passam dia a dia,
Só pra você saber.
Já não viu a manchete do jornal do dia 2?
Cada dia vai passando, e alguma coisa vai rolando,
Então, nem espere por depois.
Sim, se quer uma resposta,
Ainda estou aqui...
Não, não vou pra lugar algum,
Você é quem vai partir.
Sim, quer saber,
Eu tenho medo...
Não, não consigo controlar,
Nem era pra você ficar sabendo.
Pois é, esse meu discurso
Não serviu de nada...
Volte logo, por favor,
Vem correndo meu amor,
Sozinha, me sinto desolada...

13 maio 2012

MÃE

Desculpe-me por todas as vezes que...
Você só quer me proteger, eu sei.
Apesar de não entender muitas vezes, 
Saiba que meu amor por você é maior,
É único!
Espero sempre fazer o melhor que
Posso, e que isso te faça bem.
Não existe mais ninguém nesse mundo
Capaz de fazer o que você faz
Para mim...
Será que um dia eu serei tão boa quanto
Você é para mim?
Muitas vezes me pego com essa questão
Em mente.
Entenda, não sei se fiz entender bem,
Mas tudo que digo é de coração,
É real... tudo para você.
Eu te amo, e amo, e amo, e amo, e amo, 
E amo, e amo, e amo, e amo, e amo, e...
Amo infinitas vezes mais...
Hoje é apenas mais um dia qualquer, 
Um dia em que me pego escrevendo
Coisas que deveria
Dizer todos os dias, mas infelizmente
Ficam ocultas pelo cotidiano.
Sempre vou estar
Aqui,
Aqui com você, de qualquer forma,
Em qualquer momento...